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Internacional
Congresso em Foco
15/11/2025 17:30
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, avaliou neste sábado (15) que a decisão dos Estados Unidos de aliviar tarifas aplicadas a cerca de 200 itens alimentícios é bem-vinda, ainda que insuficiente para resolver distorções que atingem o Brasil. Segundo ele, embora a medida represente avanço, a sobretaxa adicional de 40% que continua incidindo exclusivamente sobre produtos brasileiros segue como um entrave importante ao comércio bilateral.
Alckmin ressaltou que a nova configuração tarifária não corrige completamente as desigualdades deixadas pelo tarifaço implementado pelos EUA.
"Há uma distorção que precisa ser corrigida. Todo mundo teve 10% [pontos percentuais] a menos. Só que, no caso do Brasil, que tinha 50%, ficou com 40%, que é muito alto. Você teve um setor muito atendido que foi o suco de laranja. Era 10% e zerou. Isso é US$ 1,2 bilhão [a mais nas exportações]. Então zerou, ficou sem nenhum imposto", afirmou.
Ele observou ainda que países concorrentes foram beneficiados de maneira mais ampla.
"O café também reduziu 10% [pontos percentuais], mas tem concorrente que reduziu 20% [pontos percentuais]. Então esse é o empenho que tem que ser feito agora para melhorar a competitividade."
As declarações foram dadas no Palácio do Planalto, um dia depois de Washington anunciar o fim da chamada "taxa de reciprocidade", uma cobrança adicional criada em abril e que incidia sobre exportações de diversos países. Para os vizinhos latino-americanos, essa tarifa estava fixada em 10%. No caso brasileiro, porém, a sobretaxa de 40% incluída posteriormente permanece válida, mantendo em 40% o imposto final sobre itens como café, carne bovina, frutas e castanhas.
Avanços diplomáticos
Alckmin associou a mudança à aproximação política recente entre os dois governos. Ele citou conversas diretas entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente Donald Trump, além de encontros do chanceler Mauro Vieira com o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio.
"A última ordem executiva do presidente Trump foi positiva e na direção correta. Foi positiva. Vamos continuar trabalhando. A conversa do presidente Lula com Trump foi importante no sentido da negociação e, também, a conversa do chanceler Mauro Vieira com o secretário Marco Rubio."
O vice-presidente observou que, apesar das dificuldades impostas pelos EUA, o país segue com superávit na balança comercial bilateral. Alckmin lembrou ainda que o Brasil já havia obtido outros resultados positivos em tratativas com Washington. Entre eles, a suspensão das tarifas de 10% e 40% sobre ferro-níquel e celulose em setembro; e reduções de alíquotas para madeira serrada, madeira macia e móveis em outubro, que passaram de 50% para 40% e de 50% para 25%, dependendo da categoria.
Efeitos sobre as exportações
Com a remoção da tarifa global anunciada pelos EUA, aumentou de 23% para 26% o conjunto de exportações brasileiras ao mercado norte-americano que já não enfrentam sobretaxas, o equivalente a aproximadamente US$ 10 bilhões. A alteração ocorre meses depois do período em que o tarifaço provocou forte deterioração no saldo comercial brasileiro com os EUA, que registrou aumento de 341% no déficit entre agosto e outubro. Os efeito variam conforme o setor:
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