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ECONOMIA
Congresso em Foco
25/11/2025 13:05
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou nesta terça-feira (25) que a instituição foi a responsável por identificar as irregularidades nas operações de venda de carteiras de crédito do Banco Master para o Banco de Brasília (BRB), hoje no centro de uma investigação da Polícia Federal. Galípolo prestou esclarecimentos em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.
O Master foi liquidado pelo BC após a PF apontar suspeitas de "fabricação" de contratos. O presidente do banco, Daniel Vorcaro, e outros dirigentes estão presos. Segundo Galípolo, o Banco Central atuou de forma imediata e seguindo todos os protocolos legais.
"Agora, tem um processo de liquidação de um banco. O BC seguiu todo o procedimento legal, trabalhou desde o primeiro minuto. Eu agradeço o MPF, PF e a Justiça. Quem tem que identificar e quem identificou foi o BC. O balanço de banco é um tema bizantino, complexo."
Ele reforçou que, quando há indício de fraude, o papel da instituição é comunicar os órgãos responsáveis por investigar crimes: "Quando você tem uma dúvida se pode constituir uma fraude, não é o BC que diz. Aí entra no campo criminal. O BC precisa informar (aos órgãos competentes). E a partir dessa informação, vai cumprir este processo legal".
Prejuízo ao erário e importância do rito legal
Galípolo destacou que cumprir rigidamente o procedimento previsto em lei é essencial para evitar que decisões açodadas gerem disputas judiciais que, anos depois, acabam recaindo sobre o poder público.
"E depois de 20, 30 anos, quando perde apelo de clamor popular, sobra a procuradoria do BC, o erário público e meia dúzia de CPFs. Quem está no setor público não pode fazer voluntarismo com o dinheiro alheio. Por isso é tão importante cumprir o gabarito da norma legal."
O presidente do BC lembrou ainda que a instituição sob investigação possuía balanços auditados e rating, o que reforça a necessidade de cautela e aderência aos ritos formais na condução de uma liquidação.
Chute em porta
Durante a audiência, alípolo criticou interpretações equivocadas sobre o papel da autarquia em investigações de natureza criminal. Ele citou, como exemplo, notícia publicada na época da Operação Carbono Oculto, que mencionava sua viagem ao exterior no dia da ação.
"Revela uma expectativa de quem escreveu aquilo, de que o presidente do Banco Central estivesse com a metralhadora na mão, dando chute em uma porta para invadir uma instituição. Não é papel do Banco Central, o Banco Central não faz isso", ressaltou.
Ele criticou o que chamou de "especialistas de Whatsapp", que emitem, segundo ele, opinião sobre tudo, inclusive sobre as decisões do BC. "As redes sociais, que têm pouca mediação, onde muita gente tem decisão sobre tudo, de maneira imediata, peremptória. Hoje, temos especialistas de 'WhatsApp', que criam o próprio grupo, que dão opinião sobre tudo. Essas coisas vão se propagando, se dissipando. É um dilema para o BC, vai a cada momento interromper seu trabalho para fazer aquilo [responder]?", questionou.
O presidente do BC reiterou que cabe à Polícia Federal, ao Ministério Público e à Justiça conduzir ações penais. O banco, disse ele, identifica irregularidades administrativas e aciona os órgãos apropriados.
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