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igualdade de gênero
Congresso em Foco
Autoria e responsabilidade de Caio Matos
8/5/2022 8:27
Ana Prestes: "Falta acesso à mulher nas instâncias mais elevadas, tanto nos partidos, quanto na política"[/caption]
Outra medida é a distribuição de no mínimo 30% do Fundo Especial de Financiamento de Campanha e da parcela do fundo partidário destinada a campanhas eleitorais, assim como o tempo de propaganda gratuita no rádio e na televisão, para as candidatas mulheres. A Emenda Constitucional nº 117/22 também prevê a aplicação de no mínimo 5% dos recursos na criação e na manutenção de programas de promoção e difusão da participação política das mulheres.
A cientista política destaca que as medidas se mostram como o caminho certo, uma vez que a dificuldade para alocar recursos é um dos maiores empecilhos para a viabilidade das candidaturas femininas. "As mulheres geralmente não estão em posição de direção dos partidos e nem dirigem os recursos. Falta acesso à mulher nas instâncias mais elevadas, tanto nos partidos, quanto na política", contextualiza Ana, neta do histórico líder comunista Luís Carlos Prestes.
No entanto, Ana destaca que ainda há um longo caminho a percorrer para aumentar a participação feminina. "Passado tanto tempo, a nossa representatividade não chega aos 30%", destaca. "Já está na hora de a gente falar de reservas de cadeiras, pode ser uma medida necessária", completa.
Aprovado no Senado Federal em julho de 2021, o Projeto de Lei (PL) 1951/21, de autoria do senador Angelo Coronel (PSD-BA), prevê uma porcentagem mínima de cadeiras que deverão ser ocupadas por mulheres na Câmara dos Deputados, nas assembleias legislativas dos estados, na Câmara Legislativa do Distrito Federal e nas câmaras de vereadores.
O texto, que recebeu parecer favorável do relator, Carlos Fávaro (PSD-MT), determina que 30% das vagas deverão ser delas. No entanto, a proporção seria alcançada de maneira progressiva: 18%, nas eleições de 2022 e 2024; 20%, nas eleições de 2026 e 2028; 22%, nas eleições de 2030 e 2032; 26%, nas eleições de 2034 e de 2036; e atingindo os 30% somente nas eleições de 2038 e 2040. O projeto aguarda deliberação na Câmara dos Deputados.
A pesquisadora acredita que essa questão realmente só será alterada em longo prazo, mas que a luta tem de ser a partir de agora. "Tem que ter uma ofensiva em outros aspectos da sociedade, na área da educação, da cultura e da formação. Precisamos de debates mais abrangentes", reforça.
Ana destaca a urgência de políticas públicas que reforcem a importância da representatividade da mulher na política. Ela também chama a atenção para a necessidade de pautar o assunto na sociedade. "Em 2022 completamos 90 anos do voto feminino e 100 anos da Federação Brasileira pelo Progresso Feminino. Quantas escolas estão fazendo projetos sobre isso com os alunos? A conscientização precisa começar desde cedo", conclui.Tags
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