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Congresso em Foco
Autoria e responsabilidade de Jean Paul Prates
26/6/2020 | Atualizado 10/10/2021 às 17:03
![Hospital de campanha para tratamento de covid-19, em São Paulo [fotografo] Rovena Rosa/ Agência Brasil [/fotografo] Hospital de campanha para tratamento de covid-19, em São Paulo [fotografo] Rovena Rosa/ Agência Brasil [/fotografo]](https://static.congressoemfoco.com.br/2020/05/hospital_de_campanha_covid-19_complexo_esportivo_do_ibirapuera-em-SP-Rovena-Rosa-Agência-Brasil.jpg) 
 
 Como destacou o ex-ministro Alexandre Padilha, já somos o segundo país em mortes e em casos de coronavírus. Mas somos apenas o 109º em número de testes por habitantes. Isso dá uma ideia do grau de subnotificação da doença, como atesta o estudo coordenado pelo reitor Pedro Hellal, segundo o qual há podem haver até sete casos de covid-19 não testados para cada caso confirmado.
Insensível diante do sofrimento do povo, o governo Bolsonaro parece apostar na subnotificação para conter não a pandemia, mas a sensação de pandemia.
Houve uma decisão política de não permitir que o Brasil tivesse rede pública de testagem.
Felizmente, na contramão do governo genocida, temos os cientistas, os médicos, os pesquisadores das instituições públicas que se dedicam a estudos que nos dão o mínimo de luz sobre o caos que Bolsonaro quer esconder.
Além da subnotificação, a estratégia genocida de Bolsonaro aposta em empurrar a população rumo à infecção, na temerária busca da chamada imunidade de rebanho-que consiste atingir de 70% a 80% de pessoas contaminadas como forma de controlar a pandemia.
Essa é uma aposta cruel, como demonstram os resultados que ela produziu na Itália, no Reino Unido e nos Estados Unidos: acúmulo de mortos e colapso dos sistemas de saúde. Mais do que cruel, a aposta na imunidade de rebanho frente à covid-19 provou-se ineficaz. A tragédia de Nova York, com 25 mil mortos, resultou em apenas 25% de infectados. Em Madri morreram 8.400 pessoas e a taxa de infectados foi de 11%.
Quantos mortos precisaríamos ter no Brasil para chegar aos 80% de infectados desejados por Bolsonaro? Mais de 1 milhão, segundo os especialistas.
Outro aspecto importante, ressaltado pelo ex-ministro Padilha e pela sanitarista Lucia Souto é que o vírus não é democrático. A morte por covid-19 tem cor, classe social e endereço. Os pobres, os negros e os indígenas morrem muito mais - mas está sendo necessário que parlamentares como Fernanda Melchionna, Alexandre Padilha e outros apresentem projetos de lei para obrigar o governo a divulgar raça, naturalidade, localização geográfica e outras informações sobre as vítimas da covid-19 que permitam desenhar os rostos dessa tragédia.
O Brasil ainda tem uma longa caminhada para completar a travessia dessa tragédia. Lá longe, no final do túnel, uma luzinha nos sinaliza que o povo brasileiro hoje entende, como nunca, a importância do inestimável patrimônio que são o Sistema Único de Saúde, as instituições públicas de ensino e de pesquisa e todo o conhecimento e inovação produzidos por essas instituições.
Como lembra a sanitarista Lucia Souto, não há democracia sem saúde para todos e não há saúde para todos sem democracia. Mais do que nunca, é hora de ouvir os cientistas e agir.
Chega de achismos. Como já cantou a chilena Violeta Parra: "Vivam os especialistas".
Leia outros artigos de Jean Paul Prates
Como destacou o ex-ministro Alexandre Padilha, já somos o segundo país em mortes e em casos de coronavírus. Mas somos apenas o 109º em número de testes por habitantes. Isso dá uma ideia do grau de subnotificação da doença, como atesta o estudo coordenado pelo reitor Pedro Hellal, segundo o qual há podem haver até sete casos de covid-19 não testados para cada caso confirmado.
Insensível diante do sofrimento do povo, o governo Bolsonaro parece apostar na subnotificação para conter não a pandemia, mas a sensação de pandemia.
Houve uma decisão política de não permitir que o Brasil tivesse rede pública de testagem.
Felizmente, na contramão do governo genocida, temos os cientistas, os médicos, os pesquisadores das instituições públicas que se dedicam a estudos que nos dão o mínimo de luz sobre o caos que Bolsonaro quer esconder.
Além da subnotificação, a estratégia genocida de Bolsonaro aposta em empurrar a população rumo à infecção, na temerária busca da chamada imunidade de rebanho-que consiste atingir de 70% a 80% de pessoas contaminadas como forma de controlar a pandemia.
Essa é uma aposta cruel, como demonstram os resultados que ela produziu na Itália, no Reino Unido e nos Estados Unidos: acúmulo de mortos e colapso dos sistemas de saúde. Mais do que cruel, a aposta na imunidade de rebanho frente à covid-19 provou-se ineficaz. A tragédia de Nova York, com 25 mil mortos, resultou em apenas 25% de infectados. Em Madri morreram 8.400 pessoas e a taxa de infectados foi de 11%.
Quantos mortos precisaríamos ter no Brasil para chegar aos 80% de infectados desejados por Bolsonaro? Mais de 1 milhão, segundo os especialistas.
Outro aspecto importante, ressaltado pelo ex-ministro Padilha e pela sanitarista Lucia Souto é que o vírus não é democrático. A morte por covid-19 tem cor, classe social e endereço. Os pobres, os negros e os indígenas morrem muito mais - mas está sendo necessário que parlamentares como Fernanda Melchionna, Alexandre Padilha e outros apresentem projetos de lei para obrigar o governo a divulgar raça, naturalidade, localização geográfica e outras informações sobre as vítimas da covid-19 que permitam desenhar os rostos dessa tragédia.
O Brasil ainda tem uma longa caminhada para completar a travessia dessa tragédia. Lá longe, no final do túnel, uma luzinha nos sinaliza que o povo brasileiro hoje entende, como nunca, a importância do inestimável patrimônio que são o Sistema Único de Saúde, as instituições públicas de ensino e de pesquisa e todo o conhecimento e inovação produzidos por essas instituições.
Como lembra a sanitarista Lucia Souto, não há democracia sem saúde para todos e não há saúde para todos sem democracia. Mais do que nunca, é hora de ouvir os cientistas e agir.
Chega de achismos. Como já cantou a chilena Violeta Parra: "Vivam os especialistas".
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