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TURBULÊNCIA

Dono da Itapemirim é acusado de golpe com vendas de criptomoeda

Itapemirim é acusada por centenas de investidores de não devolver o dinheiro investido nas criptomoedas da empresa, a CrypTour

Congresso em Foco

18/12/2021 | Atualizado às 18:50

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O empresário e proprietário do Grupo Itapemirim, Sidnei Piva de Jesus, enfrenta mais uma turbulência após a suspensão por tempo indeterminado das operações da ITA Linhas Aéreas. Dessa vez, a Itapemirim é acusada por centenas de investidores, ao lado das empresas Extrading Exchange & Trading Platform e Future Design Solutions Ltda (FDS), de não devolver cerca de R$ 400 mil investidos nas criptomoedas CrypTour, moeda digital lançada em julho deste ano pelo grupo de transporte, e de não terem mais acesso à plataforma da Extrading, que foi retirada do ar, para pedir o resgate ou simplesmente ter acesso a informações sobre o destino do dinheiro. De acordo com a apresentação do negócio da Cryptour, o objetivo da Itapemirim era vender 30 milhões de tokens ao valor de 1 dólar cada, prospectando, assim, 30 milhões de dólares. O negócio prometia uma valorização de 600% a cada 1 dólar investido no token nos primeiros seis meses, e 3600% após doze meses. O plano de negócio das criptomoedas previa também um programa de afiliados, onde as pessoas deveriam indicar novos investidores com a possibilidade de ganhar ate 21% sobre as operações das pessoas indicadas, como um espécie de pirâmide. Ao Congresso em Foco, com exclusividade, Sidnei Piva nega que a Cryptour seja da Itapemirim, apesar de diversos documentos e vídeos de divulgação do criptoativo explicitarem a relação com a empresa. Um trecho do Whitepaper da CTur, que é um documento oficial da empresa que serve de informe ou guia aos investidores, traz a imagem do empresário e  diz claramente que "o projeto CrypTour nasceu como uma iniciativa interna de inovação em tecnologia na Itapemirim Airlines." Piva também nega qualquer relação com as empresas Future Design Solutions e com a Extrading Extrading Exchange & Trading Platform. A FDS aparece no diretório Whois como proprietária do domínio do site da Cryptour na internet. "Entrei em um golpe como vários", disse Piva, em conversa com a reportagem pelo Whatsapp. "Temos um boletim de ocorrência na delegacia especializada." A reportagem solicitou a cópia do boletim de ocorrência mencionado pelo empresário mas até o fechamento dessa reportagem não obteve o documento. Veja aqui Sidnei Piva apresentando a Cryptour: O empresário Luiz Tavares, diretor comercial da Extrading, que aparece ao lado de Piva em dez vídeos no canal oficial da Cryptour no Youtube desmente o dono da Itapemirim e diz  Grupo Itapemirim é sim o dono do negócio. O Congresso em Foco fez o download de todos os vídeos que estão no canal. "É 85% do Piva e 15% da Future Design Solutions Ltda", aponta Luiz Tavares, que também nega ser o diretor da Extrading. "Fui colocado assim nos vídeos por sugestão do Furlan [Adilson Furlan, vice-presidente da Itapemirim] para passar credibilidade. Sou um empresário na área de tecnologia com uma empresa em Dubai, a Connect Black." Perguntado se a Connect Black teria um CNPJ, algum site, Tavares disse que, no momento, não tem.

Pagamento em conta de terceiros

Encantados com a aura de credibilidade do negócio, os investidores que compraram as criptomoedas da Itapemirim, porém, nunca estranharam que os pagamentos pelos tokens eram sempre feitos via depósito para a conta da Future Design Solutions (FDS) e jamais tiveram um contrato assinado sequer pela transação. A FDS, de propriedade José Carlos de Mello Mas, foi alvo, em setembro de uma operação conjunto entre a GAECO Sorocaba e o Ministério Público de São Paulo por crimes de estelionato, organização criminosa e indícios do crime de lavagem de dinheiro. A operação resultou no bloqueio de bens da esposa de Carlos, Nathaly Brites Mandelli, que aparece como a proprietária da empresa.  A investigação resultou na prisão de Mas, apontado por Luiz Tavares, da Extrading, como sócio de Piva na Crytpour, em setembro. E foi justamente a partir de setembro que os investidores começaram a enfrentar as primeiras dificuldades para resgatarem os valores investidos na criptomoeda da Itapemirim. Veja um dos comprovantes enviados por vítimas:

"Convencido pela 'live' do presidente da Itapemirim"

O engenheiro eletrônico João Antunes*, de 65 anos, viu numa live apresentada pelo empresário e presidente do Grupo Itapemirim, Sidnei Piva de Jesus, em julho de 2021, a oportunidade segura de investir no mercado de criptoativos. Na transmissão, Piva divulgava o lançamento da CrypTour, um token de turismo que, dentre outras coisas, prometia "possibilitar a criação de novos fundos de investimentos e alavancagem financeira." "Fui convencido a investir principalmente pela fachada de vitrine da Itapemirim, pelo Whitepaper e também pela live do presidente da Itapemirim falando juntamente com o representante da Extrading, (Luiz) Tavares", conta Antunes que pagou R$ 250 por 50 tokens e nunca mais conseguiu reaver o dinheiro. A psicóloga paulista Catarina Dias* decidiu investir R$ 1000 na Cryptour após a indicação de um amigo que também havia apostado nos criptoativos da Itapemirim. Encantada com a promessa de alto rendimento de um produto criado pelo Grupo Itapemirim, Catarina ficou tranquila e sequer imaginava o prejuízo que viria. "Acreditando na Ctur, coloquei no site R$ 1.000,00 para comprar a moeda, porém, não consegui comprar porque o suporte disse que teve problemas jurídicos e que o dinheiro seria devolvido. Fiz o depósito em 15 de setembro e até agora não recebi a devolução. Desativaram o suporte do site tanto no chat on line, quanto no Whatsapp. No site consta como se eu tivesse recebido, não tem mais nada lá", conta a psicóloga. Os investidores que se sentiram lesados criaram um grupo de Whatsapp para trocarem informações e, principalmente, tentarem encontrar uma solução para reaver o prejuízo. "Vamos procurar a polícia e prestar queixa contra o dono da Itapemirim e contra os donos das outras empresas. É uma vergonha se aproveitarem da boa fé das pessoas que acreditaram na imagem na Itapemirim para tirar dinheiro da gente", desabafou um das pessoas prejudicadas, que pediu sigilo. "Agora que a gente lê as notícias da empresa quebrando chego a não acreditar que terei meu dinheiro de volta."

Empresa nega acusações

Procurada pela reportagem, a assessoria de comunicação do Grupo Itapemirim nega ter participado de esquemas envolvendo criptoativos. Em nota, a empresa afirma já ter elaborado um projeto nesse sentido, que foi cancelado antes do lançamento. O grupo ainda alega ter sido vítima de estelionato por terceiros se passando pela companhia para aplicar o referido golpe. Confira a seguir a nota na íntegra: "O Grupo Itapemirim esclarece que nunca realizou nenhuma operação ou negócio envolvendo vendas de criptomoeda. Houve um projeto, mas que não foi concretizado pelo Grupo. Devido a falsas acusações de relação com essa criptomoeda, o Grupo Itapemirim tomou as devidas  providências legais, com a confecção de um Boletim de Ocorrência (em anexo) para apuração criminal em detrimento de empresa que está utilizando a imagem do Grupo, vinculando a venda de criptomoeda. A conta bancária utilizada para a venda da criptomoeda não tem nenhuma relação com o Grupo ou pessoas ligadas ao Grupo Itapemirim. O Grupo pondera que providenciará as medidas legais para desvincular sua imagem a qualquer tipo de operações ligadas à referida criptomoeda. Por fim, vale ressaltar que a investigação criminal noticiada na reportagem não apontou nenhuma ligação com pessoas ligadas ao Grupo Itapemirim, comprovando a completa ausência de ligação na venda de criptomoeda."
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