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Congresso em Foco
29/9/2006 | Atualizado às 2:24
Uma cadeira vazia esteve no centro do debate entre os presidenciáveis promovido na noite de ontem (quinta, 28) pela Rede Globo. O presidente Lula, candidato à reeleição pelo PT, foi duramente criticado pelos três outros candidatos presentes - Heloísa Helena (Psol), Geraldo Alckmin (PSDB) e Cristovam Buarque (PDT) - por ter evitado o debate, sob o argumento de fugir da "virulência" e do "desespero" dos demais concorrentes ao Palácio do Planalto.
O ataque mais duro ocorrido durante os 99 minutos do debate partiu de Heloísa Helena, que disse ter a mesma origem "pobre e nordestina" do presidente. "Ele deveria descer do trono da corrupção e da arrogância", disse Heloísa, após recordar ter sido perseguida pelo presidente. "E não está aqui por não ter autoridade moral para me enfrentar, pois eu não traí a minha classe de origem".
Cristovam Buarque dirigiu a primeira pergunta do programa à cadeira vazia de Lula, que preferiu participar de um comício no ABC paulista. O candidato do PDT lembrou as "fortes suspeitas" de uso de recursos públicos no processo eleitoral e questionou o candidato sobre o que faria, no caso de ser reeleito, se as denúncias viessem a se comprovar. Em seguida, defendeu a realização do segundo turno, "em nome da democracia brasileira".
"O que vai acontecer se Lula ganhar no primeiro turno e descobrirmos que havia dinheiro de campanha na compra do dossiê?", perguntou Cristovam, referindo-se ao pagamento de mais de R$ 1,7 milhão por documentos que incriminariam o candidato do PSDB ao governo de São Paulo, José Serra, no caso da máfia dos sanguessugas.
Heloísa X Alckmin
Segundo colocado na dipusta presidencial, Alckmin também lamentou a ausência de Lula no debate, que considerou um "desrespeito ao eleitor". Mas preferiu gastar a maior parte do seu tempo repetindo propostas como as de realizar um choque de gestão, reduzir a carga tributária e retomar o crescimento econômico. O candidato do PSDB só teve de se esquivar várias vezes dos ataques de Heloísa Helena, terceira colocada nas pesquisas, que insistiu em vincular Alckmin ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Cristovam insistiu na necessidade de o Brasil promover uma "revolução doce", baseada no estímulo à educação, à ciência e à tecnologia. Ele citou o Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA) como um exemplo de investimento no setor que deu certo. Esse investimento, lembrou, permitiu a construção dos aviões da Embraer, exportados para vários países do mundo. O candidato do PDT lamentou que o Bolsa Família, uma das principais bandeiras do governo Lula, tenha perdido sua característica educacional e se tornado "um programa de corrupção".
Heloísa Helena manteve seu discurso socialista fazendo propostas que, segundo ela, devem reforçar o papel do Estado nas questões de infra-estrutura, educação, saúde e segurança pública. Bateu duramente nos dois candidatos que se encontram à sua frente nas pesquisas, Lula e Alckmin. A candidata disse que tinha coragem para fazer o ajuste fiscal necessário para o Brasil, "enfrentando banqueiros e especuladores" e para fazer o que "o governo do PSDB de Alckmin" - referindo-se ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso - e de Lula não teriam feito durante 12 anos.
Em um dos momentos em que foi mais contundente, a candidata, comparando-se com os dois adversários: "Não tenho Aerolula, não tenho jatinho, não tenho o dinheiro da corrupção dos mensaleiros e dos sanguessugas, dos banqueiros". Para a senadora alagoana, tanto Alckmin (que chegou de helicóptero na Globo para participar do debate) quanto Lula defendem os interesses do sistema financeiro, materializados na política econômica em vigor.
Alckmin aproveitou o momento das considerações finais do programa para pedir aos eleitores que respondam à altura à decisão do presidente Lula de não comparecer ao debate. Para o candidato do PSDB, Lula mandou "um recado aos brasileiros e brasileiras", de que não estaria interessado na opinião dos eleitores e que não precisava prestar contas a ninguém. "No domingo, mande um recado para ele", recomendou Alckmin. "Mude de presidente." (Lúcio Lambranho)
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