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Judeus se revoltam com comparações ao nazismo feitas por bolsonaristas: "Basta"

Congresso em Foco

30/5/2020 | Atualizado às 12:06

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Bolsonaro com bandeira de Israel[fotografo]Divulgação[/fotogafo]

Bolsonaro com bandeira de Israel[fotografo]Divulgação[/fotogafo]
A comunidade judaica decidiu reagir às reiteradas comparações feitas por integrantes do governo Jair Bolsonaro e aliados ao nazismo - movimento fascista alemão que matou cerca de 6 milhões de judeus - sempre que se veem em dificuldade. Pelo menos quatro entidades brasileiras e uma norte-americana se manifestaram nesta semana condenando declarações do ministro da Educação Abraham Weintraub (Educação), do ex-deputado cassado Roberto Jefferson (PTB-RJ) e do blogueiro Allan dos Santos. Os três são alvos do inquérito que apura a existência de um esquema de fake news e ataques a autoridades e instituições e democráticas. Neto de judeus que emigraram para o Brasil fugindo da perseguição nazista, Weintraub se referiu, na quarta-feira (28), dia da ação da Polícia Federal determinada pelo ministro de Alexandre de Moraes, à trágica "Noite dos cristais". O ministro se referiu a ataques executados em 10 de novembro de 1938 que resultaram na morte de cerca de 90 judeus, no incêndio de mais de 250 sinagogas e na destruição de 7 mil estabelecimentos de semitas. Os atentados foram planejados por Joseph Goebbels, chefe da propaganda de Adolf Hitler. O ministro concluiu sua manifestação no Twitter com a expressão alemã "sieg heil" ("viva a vitória", em português), usada com frequência por nazistas. Roberto Jefferson comparou o STF, que já o condenou por participação no esquema do mensalão, ao nazista Tribunal do Reich. Já Allan dos Santos associou Alexandre de Moraes a Hitler. A reação mais dura veio do Instituto Brasil-Israel. "É risível e trágico: aqueles que incorporam a linguagem e a estética nazista agora acusam os outros da mesma coisa para se vitimizarem", diz nota divulgada pela entidade. "Apenas parem. Vocês ofendem a memória das verdadeiras vítimas do nazismo e não enganam ninguém", acrescentou (veja a íntegra da nota no fim da reportagem).   O instituto também destacou outros episódios envolvendo integrantes do governo. "Em meados de janeiro, o ex-secretário de cultura Roberto Alvim divulgou um vídeo emulando a estética e o discurso de Joseph Goebbels; e ainda este mês, a Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência (Secom) publicou uma variação da frase escrita nos portões do campo de concentração de Auschwitz: 'O trabalho liberta'". > Acesse de graça por 30 dias o melhor conteúdo jornalístico premium do país "A comparação feita pelo ministro Abraham Weintraub é, portanto, totalmente descabida e inoportuna, minimizando de forma inaceitável aqueles terríveis acontecimentos, início da marcha nazista que culminou na morte de 6 milhões de judeus, além de outras minorias", condenou a Comunidade Israelita do Brasil. A declaração de Weintraub também foi objeto de repúdio do coletivo Judeus pela Democracia. "A ação a mando do STF visa buscar quem financia Fake News e evitar novos linchamentos virtuais. A Noite dos Cristais não foi virtual, mas foi o linchamento real a judeus", escreveu o coletivo no Twitter. No início de maio o grupo protestou contra o uso da bandeira de Israel em manifestação pró-intervenção militar. O Museu do Holocausto de Curitiba considerou uma "analogia inoportuna" a citação da "Noite dos cristais" pelo ministro.

Num contexto atual, em que o triste episódio da "Noite dos Cristais" tem sido utilizado como analogia inoportuna a operações realizadas por instituições democráticas autônomas, o Museu do Holocausto de Curitiba opta não apenas por repudiar, mas contribuir com o crescimento + pic.twitter.com/Lr8vlV6k5j

- Museu do Holocausto (@MuseuHolocausto) May 27, 2020
A comparação feita por Weintraub também repercutiu de maneira negativa no exterior. O Comitê Judaico Americano, uma das principais organizações da comunidade judaica nos Estados Unidos, pediu o fim do uso político do holocausto no Brasil. "Chega! O reiterado uso político de termos referentes ao Holocausto por oficiais do governo brasileiro é profundamente ofensivo para a comunidade judaica e insulta as vítimas e os sobreviventes do terror nazista. Isso precisa parar imediatamente", disse a associação pelo Twitter, em inglês.
O cônsul-geral de Israel em São Paulo, Alon Lavi, também repudiou a declaração do ministro da Educação. "O Holocausto, a maior tragédia da história moderna, onde 6 milhões de judeus, homens, mulheres, idosos e crianças foram sistematicamente assassinados pela barbárie nazista, é sem precedentes. Esse episódio jamais poderá ser comparado com qualquer realidade política no mundo", escreveu Lavi.
Weintraub invocou na mesma rede social o direito de falar do holocausto, na condição de neto de judeus que sobreviveram ao campo de concentração.

Não falem em nome de todos os cristãos ou judeus do mundo. FALO POR MIM! Tive avós católicos e avós sobreviventes dos campos de concentração nazistas (foto). Todos eram brasileiros. TENHO DIREITO DE FALAR DO HOLOCAUSTO! Não preciso de mais gente atentando contra MINHA LIBERDADE! pic.twitter.com/mMBEKY2RBq

- Abraham Weintraub (@AbrahamWeint) May 28, 2020
  Em outra postagem, o ministro disse que cresceu "escutando como os Weintraub foram caçados e como sobreviveram ao inferno de Hitler". "Escutei como a SS Totenkopft entrava nas casas das famílias inimigas do Nazismo. Nesse momento sombrio, digo apenas uma palavra aos irmãos que tiveram seus lares violados: liberdade!", escreveu. Bolsonaro tem proximidade política com o premiê israelense Benjamin Netanyahu. Ele foi uma das principais autoridades estrangeiras a comparecer à posse do presidente brasileiro em 1º de janeiro de 2019. Durante tragédia de Brumadinho, militares israelenses ajudaram nas buscas. Desde a campanha eleitoral o presidente brasileiro tem prometido transferir a embaixada do país em Israel de Tel-Aviv para a cidade santa de Jerusalém. A medida, até hoje não tomada, é objeto de críticas da comunidade árabe. Também pesa na relação o apoio dado a Bolsonaro pelos evangélicos, simpáticos a Israel. Em março do ano passado, o brasileiro saudou Netanyahu como "irmão" durante viagem a Israel. "Prezado irmão Netanyahu, é uma honra voltar a Israel. Realizo esta visita antes mesmo de completar cem dias de mandato. Meu governo está firmemente decidido a fortalecer a parceria entre o Brasil e Israel. A amizade entre nossos povos é histórica. Tivemos um pequeno momento de afastamento, mas Deus sabe o que faz", disse o presidente, ao lado do primeiro-ministro israelense. Os dois têm conduzido a crise provocada pela pandemia de maneira antagônica. Enquanto Israel adota um dos modelos mais restritivos de isolamento social, Bolsonaro faz campanha contra o distanciamento. Enquanto Netanyahu se aproximou de adversários para enfrentar a crise, o presidente brasileiro acirrou o confronto com governadores e o Supremo Tribunal Federal. Veja a íntegra da nota divulgada pelo Instituto Brasil-Israel:
"Alusões ao nazismo apareceram novamente na cena pública brasileira
Na luta aberta que estamos assistindo entre o poder executivo e o poder judiciário, alusões ao nazismo apareceram novamente na cena pública brasileira. Dessa vez, em jogo reverso.Como todos sabem, ministros do governo federal têm sido criticados por trazerem à tona discursos que se assemelham ao nazismo, em forma e conteúdo. Em meados de janeiro, o ex-secretário de cultura Roberto Alvim divulgou um vídeo emulando a estética e o discurso de Joseph Goebbels; e ainda este mês, a Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência (Secom) publicou uma variação da frase escrita nos portões do campo de concentração de Auschwitz: "O trabalho liberta".Agora, invertendo as acusações, membros do executivo nacional e aliados de Bolsonaro reagem ao inquérito das Fake News do STF tratando seus ministros como nazistas. Entre ontem e hoje, para citar alguns exemplos: [1] Roberto Jefferson, presidente nacional do PTB, investigado por disseminação de fake news e ataques à instituições nas redes sociais, se referiu ao STF como o Tribunal do Terceiro Reich, instituído por Hitler. [2] Abraham Weintraub, ministro da educação, fez alusão à caça aos judeus pelos nazistas para se referir à ação da PF iniciada a partir da determinação do STF. Segundo ele, o dia de hoje será lembrado como a "Noite dos Cristais" brasileira. [3] Allan do Santos, jornalista do Terça Livre e alvo da mesma operação da Polícia Federal, compara o Ministro Alexandre de Moraes a Hitler. É risível e trágico: aqueles que incorporam a linguagem e a estética nazista agora acusam os outros da mesma coisa para se vitimizarem. Apenas parem. Vocês ofendem a memória das verdadeiras vítimas do nazismo e não enganam ninguém."
 

Tribunal do REICH. O que o STF vem fazendo com nossa Constituição. Afrontando nossos direitos e garantias individuais e coletivas. pic.twitter.com/gD7i38raFw

- Roberto Jefferson (@blogdojefferson) May 27, 2020
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