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Congresso em Foco
7/5/2020 | Atualizado às 12:48
O deputado propôs a inclusão da mudança em uma medida provisória (MP 948/2020) que estabelece regras de cancelamento de serviços, de reservas e de eventos dos setores de turismo e cultura durante a pandemia de covid-19. Maia recebeu apelo de artistas para que não indicasse Carreras para a relatoria da MP. Atualmente os organizadores de espetáculos, públicos ou privados, são responsáveis pelo pagamento dos direitos autorais para o Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad), que repassa o dinheiro arrecadado para os compositores. Nesse caso, o contratante tem de pagar 10% do valor bruto da bilheteria. Em sua emenda, Carreras propôs que o percentual cobrado caísse pela metade, a 5%, e incidisse não mais sobre a bilheteria, mas sobre o cachê do artista contratado. > Veja a emenda de Carreras Nesse ponto havia ainda outra divergência entre as duas partes: os artistas contrários à proposta alegavam que a taxação recairia sobre o compositor; já o deputado sustentava que defenderia que o pagamento continuasse a ser feito pelo organizador do evento. O Ecad se posicionou contra a mudança, argumentando que a alteração no critério reduziria o valor a ser recebido pelos compositores. "A emenda não só reduz a remuneração dos compositores, como tira a responsabilidade dos produtores dos eventos em pagar pelo direito autoral e a transfere para os intérpretes", afirmou o órgão em nota. Felipe Carreras, que é empresário do ramo de eventos, foi acusado pelos artistas de legislar em causa própria. O deputado disse ao Congresso em Foco que não vê nada de ilegal ou imoral no fato de atuar também como representante do setor na Câmara. Segundo ele, o atual modelo está inviabilizando os empreendedores culturais. "Estou deputado, mas sou do setor de entretenimento. Tem deputado que é produtor rural e defende o setor e é assim em outras áreas. É normal defender o seu setor. Isso faz parte do ambiente democrático", disse o parlamentar. A produtora Flávia Lavigne, que preside a Associação Procure Saber, foi uma das líderes do movimento contra a emenda de Carreras. "Deixar de pagar a quem se deve, usando de subterfúgios para obter vantagens é uma das características de uma prática conhecida como 'enriquecimento sem causa'. Não cabe aos devedores dos autores repassar suas obrigações para os artistas que as interpretam e muito menos colocar preço no que não lhe pertence", afirmou Paula por meio de nota em nome da associação.
O momento mais tenso da discussão ocorreu na última terça, quando Carreras participou de uma live com Anitta. A cantora não aceitou as justificativas apresentadas pelo deputado para propor a mudança na lei. A cantora acusou o parlamentar de se esquivar do debate com os artistas. "Colocar uma emenda para aprovação em urgência não é nenhuma forma de diálogo. Não acredito que seja justo. Imagine se nenhum artista tivesse visto isso? Ia ser aprovada a qualquer dia e não haveria diálogo. Pra mim, só é diálogo quando temos opção antes da coisa ser feita. Se não estivéssemos sempre fiscalizando, não teríamos a oportunidade de lutar e reivindicar isso", disse a artista. Carreras retrucou: "Em primeiro lugar, estou à disposição do diálogo. Em segundo lugar, eu falei com a representante do Ecad, que tem a outorga, que fala por vocês, porque eu não consigo falar com todo mundo. Com você eu posso falar amanhã, depois, com outros artistas, estou à disposição. Estou à disposição do diálogo. Estou do lado de vocês". Anitta reforçou seu descontentamento. "Eu não acho que você esteja, e essa é uma coisa que a gente não vai concordar. A gente não vai acabar esse debate jamais. Então, obrigada pelo seu tempo, a gente continua aí lutando, você daí, a gente puxa daqui, e vamos ver o que acontece", afirmou a cantora ao encerrar a live (veja o debate abaixo).
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