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Congresso em Foco
1/11/2020 | Atualizado 10/10/2021 às 17:31
A velha Constituição Chilena precisa ser esquecida e deixar nascer do zero, artigo por artigo uma nova, que irá promover direitos e rechaçar a imposição de deveres aos homens e mulheres daqueles país que conhecem como ninguém a falta do cumprimento dos deveres de seus governantes na execução de ações que garantam justiça social ampla, geral e irrestrita. Já a nossa Constituição não precisa ser reformada, pois apesar de ter sido criada na esteira de uma Anistia ampla, geral e irrestrita que hoje até permite o nascimento de novos "aprendizes de Pinochet", é a única garantia que temos que aqui eles não se criarão, pois a cada ato autoritário cometido, um artigo da nossa Carta Cidadã é empunhado para dizer: aqui não!
Já fomos "emendados" demais para uma Carta Magna que tem pouco mais de 30 anos, me refiro as Emendas Constitucionais já aprovadas. Novas "reformas" rondam nossa sólida norma em textos oferecidos ao parlamento por um Executivo que confunde e usa como arma de comunicação a mentira e a negação dos fatos da nossa própria história para continuar surrupiando direitos e nos impondo deveres.
Por todas estas razões, quando chegar aos seus ouvidos coisas como: "nossas leis são garantistas demais" ou "nossa Constituição é utópica e difícil de ser aplicada com tantos direitos", desconfie e reflita. Há um sábio ditado que diz: é sempre melhor pecar pelo excesso.
Se com nosso "excesso" somos o país que mais normas ambientais tem burlado no mundo, que extermina negros e pobres através das armas de seus agentes de Estado, que tem um presidente que ainda quando parlamentar promovia a cultura do estupro com a frase "você não merece ser estuprada por ser feia", numa Nação que registra números chocantes de um estupro a cada oito minutos, que impede o aborto garantido em lei em caso de gravidez por violação sexual de uma menina de 10 anos. O país que mais mata pessoas LGBTI+ no planeta, que normatiza a barbárie em nome da liberdade de expressão, que dirá então, se seguirmos os conselhos falaciosos daqueles que acham que por aqui possuímos direitos demais e deveres de menos.
Não, definitivamente não somos o Chile! Somos um arremedo de país que caminha cambaleante segurando junto ao corpo como escudo a Carta Cidadã tão honrosa de 1988.
*Ana Paula Barreto é jornalista formada pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e pós-graduada em Comunicação Legislativa pela Universidade do Legislativo Brasileiro (Unilegis). Foi chefe de Comunicação da Secretaria das Relações Institucionais da Presidência da República e assessora de imprensa no Senado Federal. Atualmente é responsável pelo comando da comunicação do escritório Cezar Britto & Advogados Associados.
O texto acima expressa a visão de quem o assina, não necessariamente do Congresso em Foco. Se você quer publicar algo sobre o mesmo tema, mas com um diferente ponto de vista, envie sua sugestão de texto para [email protected].

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