Entrar

    Cadastro

    Notícias

    Colunas

    Artigos

    Informativo

    Estados

    Apoiadores

    Radar

    Quem Somos

    Fale Conosco

Entrar

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigos
  1. Home >
  2. Notícias >
  3. Falácias e verdades sobre a reforma de Guedes

Publicidade

Publicidade

Receba notícias do Congresso em Foco:

E-mail Whatsapp Telegram Google News

Falácias e verdades sobre a reforma de Guedes

Congresso em Foco

18/2/2019 | Atualizado 10/10/2021 às 17:39

A-A+
COMPARTILHE ESTA NOTÍCIA

"Será que o ministro, admirador da trágica experiência chilena, quer replicar no Brasil a realidade do Chile, que tem a maior taxa de suicídio da América Latina puxada especialmente por idosos sem acesso a recursos financeiros?", questiona presidente da Fenafisco[fotografo]Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil[/fotografo]
Charles Alcantara * A Previdência já passou por sucessivas mudanças (Emendas Constitucionais 19 e 20/1998, 41/2003, 47/2005, entre outras) em distintos governos, sempre sob o signo da sustentabilidade do sistema. No tocante ao setor público, a EC 41/2003 instituiu os Regimes Próprios de Previdência, de caráter contributivo e solidário, e fez a segregação de massas nos estados, com a instituição de novos fundos de previdência capitalizados. Em razão disso, os novos servidores deixaram de integrar o regime de repartição simples dos estados e passaram a recolher a sua contribuição previdenciária, bem como a contrapartida do estado empregador, para os fundos capitalizados, cuja consequência foi a cessação dos ingressos financeiros dos novos servidores para o regime de repartição simples. Desprovido de novos ingressos financeiros, o sistema de repartição simples terá que suportar a sobrecarga de despesas por um período não inferior a 40 anos, afetando gravemente a saúde financeira de um sistema que foi erigido sobre a solidariedade intergeracional e a participação do empregador público. A retórica de políticos irresponsáveis oculta uma verdade sinistra que emergirá daqui a alguns anos, quando da decantação da segregação de massas e da capitalização, com aplicação de recursos unicamente do sistema financeiro: lucros cada vez mais fartos para os bancos e morte por inanição das aposentadorias e pensões.

> Reforma da Previdência e pacote anticrime chegam ao Congresso em meio a crise no governo

Se, hoje, o dinheiro dos servidores públicos já está sendo drenado para o sistema financeiro, em face da segregação de massas, com a minuta de proposta de reforma da Previdência, vazada para a imprensa, a barragem de contenção dos rejeitos do sistema financeiro tende a arrebentar sobre as cabeças dos trabalhadores brasileiros. O ministro da economia, Paulo Guedes, acena com o tiro de misericórdia contra a Previdência Social, ao propor a capitalização integral, com contribuição obrigatória mensal e gestão pelo sistema bancário. Caso o novo sistema seja aplicado, por exemplo, aos brasileiros nascidos a partir de 2005, que se tornarão contribuintes por volta de 2025, estes se vincularão direta e obrigatoriamente a um fundo de pensão privado, autorizado pelo governo. Assim, a "contribuição" de todos os brasileiros será vertida para o sistema financeiro, numa conta individual, sem qualquer participação financeira do empregador, seja empresa ou governo. Enquanto isso, a massa de aposentadorias e pensões continua a ser devida por mais algumas décadas a milhões de brasileiros, sem que haja mais qualquer aporte de recursos dos novos trabalhadores, nem das contrapartidas dos governos e das empresas. Como e quem vai financiar os custos dessa transição, que pode alcançar a cifra de R$ 7 trilhões, valor de um PIB brasileiro? Como serão pagos os benefícios da parcela de repartição simples dos regimes atuais que ainda perdurarão por algumas décadas? Será que o ministro, que é egresso do sistema financeiro, pretende endividar ainda mais o País, tomando empréstimo bancário e submetendo todo o povo brasileiro a sacrifícios ainda maiores, em razão de juros que sugam o orçamento público? Será que o ministro, que é admirador da trágica experiência chilena, quer replicar no Brasil a realidade do Chile, que tem a maior taxa de suicídio da América Latina, puxada especialmente por idosos sem acesso a recursos financeiros? É falaciosa a versão de que esta é a única alternativa para dar higidez ao sistema e garantir o pagamento de benefícios no futuro. Falaciosa, porque não há descontrole estrutural da despesa. Falaciosa, porque o problema estrutural está no lado da receita e a verdadeira solução, portanto, está no crescimento econômico, na geração de emprego, no combate efetivo à sonegação, no fim das renúncias fiscais, na taxação dos mais ricos e na reestruturação das fontes de financiamento da seguridade social.

> Federação convoca eleitor a cobrar voto de deputados na reforma da Previdência

Em 2019, as renúncias fiscais da União serão superiores a R$ 350 bilhões, sem contar os valores das renúncias dos Estados, cujo montante é difícil precisar, visto que muitas foram concedidas por meio de atos secretos. Afora a escandalosa isenção fiscal de R$ 1 trilhão concedida pelo governo federal às petroleiras estrangeiras, ao longo de 25 anos. E o que dizer da sonegação, um crime social que desfalca os cofres públicos em pelo menos R$ 500 bilhões por ano? Somem-se ao desfalque perpetrado pelo poder econômico os R$ 450 bilhões que empresas privadas devem à Previdência Social, conforme apontou a CPI da Previdência no Senado. Não bastasse a leniência que beneficia sonegadores, a brandura maternal quando se trata de tributar os ricos. Os três maiores bancos privados do País acabaram de distribuir quase R$ 37 bilhões aos seus acionistas, sem um centavo sequer de imposto de renda. Não é exagero dizer que a reforma de Guedes é genocida, como o foi a reforma implementada no Chile, pela ditadura de Pinochet. Nesse sentido, a luta que se avizinha assume contornos dramáticos. Será preciso tomar as ruas deste país, mais do que por uma boa e justa causa. A luta será pelo direito a uma velhice digna e pela vida, em sentido literal. * Presidente da Federação Nacional do Fisco Estadual e Distrital (Fenafisco).   Mais textos do autor Mais textos da Fenafisco
Siga-nos noGoogle News
Compartilhar

Tags

Previdência Social previdência reforma da previdência Chile pinochet Augusto Pinochet Paulo Guedes charles alcantara

Temas

Fórum Economia Governo

LEIA MAIS

AGENDA DA SEMANA

Pauta da Câmara inclui derrubada do aumento do IOF e proteção ao idoso

ECONOMIA

Frentes parlamentares pedem devolução da MP do IOF ao governo

Economia

Investimento em infraestrutura deve crescer 4,2% em 2025, diz CNI

NOTÍCIAS MAIS LIDAS
1

SERVIÇO PÚBLICO

Câmara acelera debate da reforma administrativa antes do recesso

2

Data simbólica

Há 63 anos, o Acre era elevado à categoria de Estado

3

Segurança Pública

Comissão aprova reintegração de trechos vetados em lei das polícias

4

Educação

Deputado propõe cursos de medicina veterinária apenas presenciais

5

AGENDA DA SEMANA

Pauta da Câmara inclui derrubada do aumento do IOF e proteção ao idoso

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigosFale Conosco

CONGRESSO EM FOCO NAS REDES