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Congresso em Foco
10/2/2021 | Atualizado 11/2/2021 às 10:59
[caption] Gabriel Schlickmann[/caption]
A reserva é o único lugar do mundo onde é possível ver as araras-de-garganta-azul em liberdade. Todo esforço dispensado hoje para protegê-la nem sempre existiu. Luque explica que os anos 70 e 80 foram cruéis para a espécie. Traficantes de animais a levaram à beira da extinção. Estima-se que cerca de mil exemplares da ave tenham sido traficados para fora da Bolívia. Embora pareça um número baixo, para uma ave rara não é. "Considerando seu pequeno tamanho populacional, o que o tráfico internacional conseguiu foi quase levá-la à extinção devido à alta taxa de extração de indivíduos da natureza", me disse Luque.
Embora tenham conseguido controlar o tráfico, o impacto disso se arrasta até hoje. A reprodução da garganta-azul é lenta, o que dificulta a recuperação populacional da espécie. São poucos os artigos existentes sobre a ave, um deles, o Reproductive Parameters in the Critically Endangered Blue-Throated Macaw: Limits to the Recovery of a Parrot under Intensive Management (Parâmetros reprodutivos da arara-de-garganta-azul em risco crítico: limites para a recuperação de um papagaio sob manejo intensivo), aponta que as araras-de-garganta-azul acompanham os seus filhotes por um período longo de tempo, podendo ultrapassar até mesmo a próxima temporada de reprodução.
Além de tudo, são muitos os desafios para a sobrevivência dos filhotes. "São diversos fatores de risco: animais que podem comer os filhotes, ovos que não eclodem por causas desconhecidas, incêndios florestais promovidos pela pecuária e que acabam queimando palmeiras com ninhos", afirma Luque. Outra situação apontada por ele, é um processo conhecido como redução de ninhada, em que os pais passam a alimentar apenas alguns filhotes do ninho. Para evitar a morte deles, a CLB acompanha os períodos reprodutivos e quando identifica situações de abandono passa a alimentar esses filhotes, na expectativa de que sobrevivam.
Em 2019, a Fundação CLB apresentou ao governo boliviano um estudo científico realizado em conjunto com outras instituições internacionais. Nele, a organização concluiu que existe uma variabilidade genética na população cativa que não foi encontrada na população selvagem. E apontou a necessidade de reinserir essas linhagens genéticas para o fortalecimento das aves que vivem em liberdade. Para isso, o governo boliviano iniciou uma investigação com cooperação internacional para o resgate e repatriamento da espécie. "O principal objetivo da repatriação é a recuperação do patrimônio natural do povo boliviano, para que, posteriormente, e com base na análise de especialistas nacionais e internacionais, seja definida em consenso a melhor estratégia para a recuperação populacional da espécie na fauna silvestre e sua restauração genética", explica Luque. Atualmente, cerca de 35 aves encontradas nos EUA, Canadá e Inglaterra aguardam o fim da pandemia para retornarem à Bolívia, e viverem em Beni, outra vez.
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