Entrar

    Cadastro

    Notícias

    Colunas

    Artigos

    Informativo

    Estados

    Apoiadores

    Radar

    Quem Somos

    Fale Conosco

Entrar

Congresso em Foco
Informativo no ar!
NotíciasColunasArtigos
  1. Home >
  2. Notícias >
  3. Sobre bambus e flechas: a despedida de Janot
[Erro-Front-CONG-API]: Erro ao chamar a api CMS_NOVO.

{ "datacode": "BANNER", "exhibitionresource": "NOTICIA_LEITURA", "assettype": "NO", "articlekey": 45514, "showDelay": true, "context": "{\"positioncode\":\"Leitura_Noticias_cima\",\"assettype\":\"NO\",\"articlekey\":45514}" }

Receba notícias do Congresso em Foco:

E-mail Whatsapp Telegram Google News

Sobre bambus e flechas: a despedida de Janot

Congresso em Foco

17/9/2017 14:18

A-A+
COMPARTILHE ESTA NOTÍCIA
[caption id="attachment_308983" align="aligncenter" width="590" caption=""Enquanto houver bambu, lá vai flecha!", disse Janot sobre seus últimos dias de gestão na PGR"][fotografo]Divulgação PGR[/fotografo][/caption]  Ricardo Cappelli * "O MP tornou-se na prática um quarto poder. Não se subordina ao Legislativo, nem ao Executivo nem ao Judiciário. Passou a dispor de discricionariedade incomum a atores não eleitos. Transformou-se em organização incomum na democracia" (Maílson da Nóbrega) Consagrou o conceito de ética da convicção no combate à corrupção. Desconsiderou a ética da responsabilidade. Fez da corporação sua principal referência e bússola. Abriu mão da imparcialidade e da prudência para vestir a capa de enxadrista político. Manobrou informações no tempo a serviço de sua estratégia. Ao avançar sobre Cunha somente após este ter feito o trabalho sujo, deixou suas digitais no golpe contra uma presidenta impopular, mas honesta. Seu pronunciamento em 2013, falando sobre o desafio de assumir a PGR, causou impressão positiva. Rodrigo Janot criticava o histrionismo e pregava o equilíbrio. O PGR que se despede hoje carregará para sempre a mácula de ter comandado uma caçada "santa" ao presidente mais popular de nossa história. Sob sua direção e silêncio o MPF gravou e divulgou vídeos nas redes sociais, virou um partido político, e escreveu um capítulo triste, um PowerPoint vergonhoso que causou rubores até na extrema direita.
>> Raquel Dodge dá 30 dias para saída de grupo comandado por Janot
No "episódio Odebrecht" optou pelo caminho fácil do aplauso e da infâmia. Manchou reputações misturando corrupção com caixa dois e até "ouvi dizer". Jogou a política aos leões. Generalizou a crítica aos políticos e às coalizões, necessárias para governabilidade em qualquer democracia no mundo. Deu a "carne fresca" que faltava para a consolidação do fascismo brasileiro. Foi cúmplice do fim da presunção da inocência, do abandono do estado democrático de direito, das garantias individuais e da "condenação pelas convicções". Ignorou o desemprego da patuléia ao defender aumentar seu próprio salário para quase 40 mil reais. Fechou os olhos aos supersalários que zombam do teto constitucional. Distribuiu "auxílio moradia" para seus pares. Foi generoso com os colegas, do presente e do passado. O ex-procurador geral, Antônio Fernando, implacável no seu "domínio do fato" contra Zé Dirceu, se aposentou e virou advogado de defesa do probo Cunha. Os políticos que este "estamento superior" carimbam como bandidos jamais resistiriam a tamanha contradição, a efêmera transmutação das convicções pelos honorários. Fez a alegria do "Tio Sam" ao auxiliar no desmonte da Petrobras e fornecer informações para que os acionistas norte-americanos tentem liquidar nosso maior orgulho. Ajudou a destruir a engenharia nacional, referência internacional presente em mais de 70 países. Inaugurou a rentável "indústria da delação" e as "colônias de férias" onde corruptos milionários e confessos passam férias forçadas jogando animadas partidas de tênis. Reescreveu a novela Vale Tudo, escalando Joesley Batista para o papel do corrupto original, Reginaldo Farias, que no "grand finale" escapa ileso, entra em seu helicóptero e dá uma banana ao país. Após não ter como sustentar o insustentável ao ver seu braço direito ser desnudado em praça pública, foi arrastado para um boteco de Brasília, onde manchou sua reputação. Até as morsas do ártico sabem de onde vieram as "exclusivas" que a Globo, "paladina da democracia", cansou de repetir. Vai embora devendo explicações sobre sua relação com a família Marinho. Desfilou inebriado pela fama nos palcos da elite brasileira. "Enquanto houver bambu, lá vai flecha!" Entre a retidão e o equilíbrio, o compromisso com um projeto de país, a necessária separação do joio do trigo, o firme combate à corrupção sempre na defesa dos interesses nacionais, escolheu o ego e a capa dos jornais. Acabou linha auxiliar de interesses imperialistas. Já nos estertores de seu mandato resolveu atacar a Venezuela e Maduro, deixando claro suas opções. Sempre que se sentiu ameaçado utilizou do mesmo expediente: tiro diversionista na esquerda. Surfou na ilusão conciliatória da social democracia enquanto perdurou a visão inocente de um "republicanismo asséptico". Quando resolveu tirar o velho e experiente Centrão para dançar caiu no meio do salão e passou vergonha. Chegou o dia 17 de setembro de 2017. Não há dúvida que avançamos no combate à corrupção, velha chaga de nossa herança oligárquica patrimonialista. Mas esta tarefa imprescindível foi conduzida de forma correta? O Brasil hoje está melhor ou pior que há quatro anos atrás? A vida do povo melhorou? A corrupção foi erradicada? Quem está no Poder? Os fatos são objetivos. Auxiliou na deposição de uma presidenta honesta, ajudou a destruir setores estratégicos da economia nacional, caçou Lula como um troféu, fortaleceu o fascismo brasileiro, salvou empresários e delatores confessadamente corruptos e ainda levou e consolidou o Velho Centrão no poder. Prendeu alguns corruptos, é preciso reconhecer. Recuperou algum dinheiro, não se pode negar. A resultante final serve aos interesses nacionais? Nossa democracia sai mais forte? O Ministério Público sai mais forte? Como bem escreveu Maílson, o MPF "transformou-se em organização incomum na democracia". A reação será iminente, é apenas questão de tempo. O "neofacista de coturno" e outros expoentes "de suéter" da reação não são o problema. Estes enfrentamos à luz do dia e derrotamos nas ruas e no voto, dentro do jogo democrático. O perigo são os que atuam nas sombras e querem substituir a democracia por uma suposta meritocracia, uma "pseudorepública autoritária de iluminados superiores", relegando ao povo "incapaz" o papel de simples coadjuvante. Por que a sanha para tirar Lula das eleições? Infiltrados nas diversas esferas do aparato estatal, talvez sejam a maior e verdadeira ameaça ao futuro da nação. * Ricardo Cappelli é jornalista e secretário de estado do Maranhão, cujo governo representa em Brasília.
>> Do mesmo autor: Janot mira em Temer, mas acerta o PSDB
Siga-nos noGoogle News
Compartilhar

Tags

Ministério Público Lula impeachment Dilma democracia ética mídia corrupção Eduardo Cunha golpe MPF TV Globo fascismo Rodrigo Janot estados unidos Fórum Antônio Fernando de Souza Odebrecht telenovela Centrão Joesley Batista crise brasileira grupo globo Ricardo Cappelli Mailson da Nóbrega Reginaldo Farias eleições 2008

Temas

Reportagem Corrupção Justiça País

LEIA MAIS

ENERGIA

Presidente Lula assina MP da reforma do setor elétrico

Justiça

Prerrogativas pede à PGR apuração contra Moro, Dallagnol e Hardt

VAZAMENTO

Demissão do PL: veja o que Wajngarten falou de Michelle

NOTÍCIAS MAIS LIDAS
1

POLÊMICA NO SENADO

Senado vota eleição a cada 5 anos e mandato maior para parlamentar

2

APOSTAS ONLINE

Saiba quem é o padre Patrick Fernandes, que depõe na CPI das Bets

3

REVIRAVOLTA NO SENADO

CCJ aprova fim da reeleição com redução do mandato de senador

4

Câmara

Projeto reajusta salários e reestrutura carreiras do Executivo

5

DÍVIDA PÚBLICA

Forças Armadas rejeitam uso de superávits militares para abater dívida

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigosFale Conosco

CONGRESSO EM FOCO NAS REDES