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Congresso em Foco
5/3/2008 | Atualizado às 17:07
"Acho que vamos ganhar essa parada". Com essa frase, a cientista Mayana Zatz avaliou as sustentações orais realizadas até então no Supremo Tribunal Federal (STF), que pode decidir hoje (5) o futuro da pesquisa com células-tronco no país. Nesse momento, a sessão está no intervalo.
Coordenadora do Centro de Estudos do Genoma Humano e pró-reitora da Universidade de São Paulo (USP), Mayana é autora de mais de 200 trabalhos científicos na área de genética e referência mundial em pesquisas com células-tronco embrionárias.
“Foi muito boa [a defesa realizada a favor das pesquisas]. Isso é um clamor da sociedade, nós não estamos falando de interesse só de cientistas, mas da sociedade”, ressaltou.
Segundo ela, o reinício das pesquisas com células-tronco embrionárias no país será um ganho para a ciência e para os pacientes. As pesquisas estão paralisadas desde 2005 quando o então procurador-geral da República, Cláudio Fonteles, impetrou ação que contesta um dos artigos da Lei de Biossegurança no STF.
Quanto à possibilidade de um dos ministros pedir vista da ação, adiando dessa forma a decisão do tribunal por pelo menos 30 dias, a cientista ponderou. “Espero que realmente os ministros votem e aprovem hoje [ a ação], se não vão adiar toda essa expectativa e as pesquisas”.
O que prevê a Lei de Biossegurança
Segundo a Lei de Biossegurança, é permitida, para fins de pesquisa e terapia, a utilização de células-tronco embrionárias obtidas de embriões humanos produzidos por fertilização in vitro e não utilizados no respectivo procedimento. No entanto, para a realização dessa prática os embriões devem ser inviáveis ou congelados há três anos ou mais. De acordo com a Lei, em qualquer caso, é necessário o consentimento dos genitores.
Células-tronco
As células-tronco podem ser divididas em duas categorias: adultas e embrionárias. No primeiro caso, elas são extraídas de diversos tecidos humanos como medula óssea, sangue, fígado, cordão umbilical, placenta, entre outros. Esse tipo de célula, no entanto, segundo alguns cientistas, tem baixa capacidade de diferenciação, ou seja, baixo potencial para originar outra célula semelhante à sua progenitora.
Por outro lado, as células-tronco embrionárias têm alto poder de diferenciação, ou seja, servem como um coringa, capaz de se transformar em qualquer outro tecido do corpo humano, como ossos, nervos, músculos e sangue. A polêmica que recai sobre essa modalidade deve-se ao fato delas serem encontradas nos embriões humanos. Para muitos religiosos o uso das células-tronco embrionárias, resultante da fecundação, seria um "assassinato". (Erich Decat)
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