O ex-ministro José Dirceu afirmou agora há pouco, ao chegar à festa de fundação do PT (28 anos), que a CPI dos Cartões Corporativos faz parte da “campanha eleitoral de 2008”. Na avaliação dele, a comissão também serve para “atingir o presidente”.
Dirceu alegou que existem alguns temas mais interessantes sobre os quais o Congresso deveria se debruçar, como a reforma tributária e a anunciada crise internacional. “Se é para fazer CPI, porque não faz em São Paulo? Por que investigar em Brasília e não em São Paulo”, disse Dirceu, lembrando que os gastos do governo paulista com o benefício dos cartões – o governo de José Serra gastou R$ 108 milhões em 2007 – superou os do governo federal (R$ 76 milhões no ano passado).
Segundo Dirceu, o cartão corporativo foi “um avanço” e precisa ser aperfeiçoado.
Em relação à festa do partido, Dirceu disse que é a realização de um sonho, e que “se sente realizado nesses cinco anos de governo Lula”. O ex-ministro destacou que a “era Lula” é um governo de esquerda que conseguiu reeleger seu presidente e melhorar a qualidade de vida da população.
Laços venezuelanos
Em entrevista a uma emissora de TV venezuelana, Dirceu reafirmou a necessidade de intensificação das relações bilaterais entre Brasil e Venezuela, e ressaltou seu apoio ao presidente Hugo Chávez.
Para Dirceu, a população daquele país deve “apoiar o presidente Chávez e consolidar o processo que está acontecendo”.
Planejamento
Outro petista que defendeu a instalação de uma CPI na Assembléia Legislativa de São Paulo foi o ministro Paulo Bernardo (Planejamento). Para ele, não existe novidade no fato de a oposição ameaçar obstruir as votações caso não consiga a relatoria ou a presidência da CPI.
“Eles podem fazer CPI em São Paulo, onde têm maioria. Lá eles terão presidência e relatoria”, alfinetou o ministro, afirmando que a “politização” da CPI, que ele classificou como “política de fazer esculhambação”, não vai melhorar a qualidade dos gastos públicos.
Uma novidade que o ministro do Planejamento anunciou foi que, entre 40 e 60 dias, quem sacar dinheiro com cartão corporativo vai ter de prestar conta desses saques. “O cartão é uma necessidade da administração”, disse Bernardo, destacando que a fiscalização da sociedade é positiva. “Estamos trabalhando para melhorar o sistema.” (Rodolfo Torres)