Kajuru vai ao STF para obrigar Deolane a depor em CPI das apostas

Presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas, o senador Jorge Kajuru (PSB-GO) entrou com recurso nesta terça-feira (29), no Supremo Tribunal Federal (STF) para obrigar a advogada e influenciadora digital Deolane Bezerra a depor no colegiado. A oitiva dela estava prevista para esta terça-feira (29), mas ela obteve um habeas corpus assinado pelo ministro André Mendonça autorizando-a a faltar o depoimento. Na decisão, Mendonça cita o direito de um investigado não se autoincriminar. A Advocacia do Senado diverge, alegando que o depoimento à CPI não tem repercussão penal: "Não é da essência da CPI dirigir-se à apuração de delitos em sentido estrito. A eventual responsabilidade jurídica deve ser apurada no foro adequado. A sua presença se presta a esclarecer fatos sensíveis ao conjunto da população, bem como a de responder, politicamente, diante das Casas do Congresso Nacional". Deolane é investigada no âmbito da Operação Integration, da Polícia Federal (PF). A corporação deflagrou a operação em 4 de setembro e apura uma suposta organização criminosa envolvida com jogos ilegais e lavagem de dinheiro. Ela chegou a ser presa junto à mãe, Solange Alves, em Recife (PE), mas depois foi solta para cumprir prisão domiciliar. Para terça-feira, estava previsto ainda o depoimento do dono da empresa Esportes da Sorte, Darwin Filho, empresário também investigado pela PF na Operação Integration. Porém, ele também obteve um habeas corpus junto ao STF, tornando o depoimento facultativo. Já na quarta (30), a comissão deve ouvir o jogador Lucas Paquetá, da seleção brasileira e do clube inglês West Ham, acusado pela The Football Association (FA) de ter propositalmente recebido cartões amarelos em quatro partidas da Premier League, principal divisão do campeonato inglês de futebol. Bruno Tolentino, que é tio do jogador, é outro cuja oitiva está marcada para quarta. Ele, por sua vez, é suspeito de transferir R$ 40 mil para o atleta Luiz Henrique, que joga no Botafogo e na seleção brasileira. A acusação é que Luiz recebeu o repasse após receber cartões amarelos, na época em que jogava pelo Real Betis, na Espanha.