Entrar

    Cadastro

    Notícias

    Colunas

    Artigos

    Informativo

    Estados

    Apoiadores

    Radar

    Quem Somos

    Fale Conosco

Entrar

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigos
  1. Home >
  2. Notícias >
  3. Bancada negra quase dobra no Congresso

Publicidade

Publicidade

Receba notícias do Congresso em Foco:

E-mail Whatsapp Telegram Google News

Bancada negra quase dobra no Congresso

Congresso em Foco

23/2/2011 | Atualizado 1/9/2013 às 12:05

A-A+
COMPARTILHE ESTA NOTÍCIA
[caption id="attachment_45407" align="alignleft" width="300" caption="Embora representem 51% da população, afrodescendentes ocupam apenas 8,5% das cadeiras na Câmara. No Senado, Paim é um dos dois únicos senadores negros"]Embora representem 51% da população, afrodescendentes ocupam apenas 8,5% das cadeiras na Câmara. No Senado, Paim é um dos dois únicos senadores negros[/caption] A representação negra cresceu no novo Congresso. O número de deputados que se autodeclaram negros saltou de 25 (5%), no começo de 2007, para 43 (8,5%) na atual legislatura. De maneira mais tímida, também aumentou a relação de deputados estaduais e distritais que se apresentam como afrodescendentes: passou de 30 para 39. No Senado, a bancada continua reduzida a apenas dois senadores: Paulo Paim (PT-RS) e Magno Malta (PR-ES). Os dados fazem parte de levantamento feito pela União de Negros pela Igualdade Racial (Unegro) em parceria com a Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). O estudo se baseia em informações oficiais do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e nas declarações dos próprios parlamentares para traçar um mapa da participação negra na política brasileira. Os parlamentares que se autodeclaram afrodescendentes Apesar do crescimento, a presença dos negros no Legislativo ainda reflete um país marcado pela exclusão racial. Essa é a avaliação de lideranças do movimento negro sobre os resultados da pesquisa. ?Esse fato revela o grande escândalo nacional da exclusão racial. Não consigo compreender como uma população com mais da metade de negros é tão mal representada no Congresso. Ora, para a nação ser justa, deveríamos ter também 51% de afrobrasileiros no Parlamento?, afirma o diretor nacional da organização não-governamental Educafro, Frei David. O coordenador de comunicação da Unegro, Alexandre Braga, diz que a pesquisa mostra como os negros ainda estão fora do processo decisório da política brasileiro. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 51,1% dos brasileiros se declaram pretos ou pardos. ?É uma grande discrepância. Em termos de representação parlamentar, há uma disparidade muito grande. Em outros setores ? como educação, saúde e violência ? você constata que a população negra sempre está na escala mais baixa. A pesquisa mostra que estamos sub-representados também no poder político?, avalia Alexandre, que coordenou o estudo, batizado de ?Balanço eleitoral do voto étnico negro e presença dos negros no parlamento?. Sub-representação em números Mais da metade dos 43 deputados que se autodeclaram negros está concentrada em apenas três partidos: 14 no PT, seis no PMDB e outros seis no PRB. Os demais estão distribuídos por nove legendas: PCdoB (4), DEM (3), PDT (3), Psol (2), PR (1), PSC (1), PSB (1), PTB (1) e PSDB (1). Menos da metade das 27 unidades federativas tem representantes negros na Câmara. Estado com a maior população negra, a Bahia aparece ao lado do Maranhão e do Rio de Janeiro como a bancada com maior número de integrantes afrodescendentes. Cada um desses estados elegeu sete representantes negros. Minas Gerais vem em seguida com cinco nomes. Ceará e São Paulo, com três, Amapá, Acre, Roraima e Pará, com dois, e Espírito Santo, Tocantins e Pernambuco, com um cada, completam a relação. Bahia, Rio de Janeiro e Minas Gerais são também os estados brasileiros que mais elegeram deputados estaduais negros, segundo o estudo da Unegro. A pesquisa mostra que em sete assembléias legislativas (Amazonas, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Paraná, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Santa Catarina) não há nenhum parlamentar que se autodeclara negro. O estudo também mostra que há apenas 52 vereadores que consideram afrodescendentes nas capitais brasileiras. A Câmara Municipal de Salvador, com 16 negros, é a que tem mais parlamentares de origem negra. Peso da bancada O balanço eleitoral revela um ?voto étnico negro? ainda tímido, mas com potencial de crescimento no âmbito parlamentar. ?Esse trabalho não teve o objetivo de identificar se o parlamentar era branco ou negro. Mas queria identificar o peso da bancada negra no Parlamento?, diz Alexandre Braga, da Unegro. O ?peso da bancada negra? ao qual Alexandre se refere pode ser entendido como o potencial da causa da igualdade racial em arregimentar congressistas em sua defesa, o que pode ser medido pelo tamanho da Frente Parlamentar Negra no Congresso Nacional, que reunia até o início deste ano 220 deputados e quatro senadores. Em outras palavras, quanto mais congressistas identificados com a bandeira do colegiado e incluídos na frente parlamentar, mais poder de fogo a causa racial teria no Parlamento. Criada em maio de 2007, a frente é composta por parlamentares de diversas origens étnicas, que reforçam o time dos 43 deputados e dois senadores na luta contra a desigualdade racial. Na avaliação de Alexandre Braga, o fato de haver muitos mestiços no Congresso acaba favorecendo a atuação da frente parlamentar. ?De certa forma, a bancada não tem o objetivo de demarcação entre mestiços e não mestiços. Na verdade, o nome correto da Frente é Frente Parlamentar Mista de Igualdade Racial. Obviamente, entra todo mundo ? negro, indígena, mestiço, branco. Quanto mais adesão, melhor. Queremos ser tão respeitados como a bancada ruralista, a da criança e do adolescente, a da mulher?, afirma. Hora da virada Fundador da Educafro, Frei David também acredita que o leque de composição da Frente Parlamentar da Igualdade Racial transpõe restrições genéticas. ?Na verdade, a frente tem uma lógica diferente. Pode entrar qualquer deputado ou senador que acredita e sempre lutará em prol da causa?, completa Frei David, citando o ex-senador Marco Maciel (DEM-PE) e o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), como exemplos de parlamentares que se comprometeram com a bandeira da igualdade racial. ?O fato de estar na frente não significa que o parlamentar tem um pé na África?, resume Frei David, elogiando a Unegro ao se dizer ?feliz em saber que as entidades vêm trabalhando com técnica e estratégica para a vitória do povo negro acontecer?. Vitória que, para ele, depende da consciência e do engajamento da própria população negra. ?O problema está em todos os setores da sociedade, mas principalmente na própria falta de consciência de parte da comunidade negra. A virada se dará somente quando o negro gostar de ser negro e se assumir como tal. Vou confessar que só aos 23 anos me assumi como negro?, admite Frei David. Autodeclaração Para que um parlamentar fosse considerado negro e incluído nas estatísticas do levantamento, foi utilizado o critério da autodeclaração, quando o próprio congressista se afirma como tal junto às assessorias das respectivas instituições públicas. Caso do deputado Irajá Abreu (DEM-TO), que, com características de uma pessoa morena, diz se considerar negro. Ele é filho da senadora Kátia Abreu (DEM-TO). ?Seguimos o critério do IBGE para qualquer tipo de pesquisa, levantamento ou análise, que é o da autodeclaração?, explica o coordenador de comunicação da Unegro, Alexandre Braga. ?Depois, entramos em contato com todas as assessorias das assembleias para confirmar se o deputado realmente se afirmava como negro?, acrescenta. De acordo com o coordenador, o estudo pode ser aperfeiçoado com a ajuda dos próprios parlamentares. ?Aquele parlamentar que tomou conhecimento do estudo e não viu seu nome incluído na lista pode acabar procurando a Unegro e se dizer negro.? O primeiro parlamentar federal negro eleito foi Eduardo Gonçalves Ribeiro, que exerceu mandato de 1897 até sua morte, em 1900. Filho de escrava, ele havia sido o primeiro afrodescendente a assumir um governo de província, a do Amazonas, entre 1892 e 1896. Confira a pesquisa da Unegro Mais sobre racismo e a questão racial
Siga-nos noGoogle News
Compartilhar

Tags

IBGE paulo paim José Sarney Magno Malta racismo kátia abreu questão racial Unegro Alexandre Braga Frei David Marco Maciel Irajá Abreu Eduardo Gonçalves Ribeiro

Temas

Reportagem

LEIA MAIS

RELIGIÃO

Censo 2022: 1 em 4 brasileiros é evangélico; católicos caem para 56,7%

DEMOCRACIA

Há 37 anos, Sarney garantia 5 anos de mandato e dividia o Congresso

PIB EM ALTA

Puxada pela agricultura, economia cresce 1,4% no 1º trimestre

NOTÍCIAS MAIS LIDAS
1

SERVIÇO PÚBLICO

Câmara acelera debate da reforma administrativa antes do recesso

2

Data simbólica

Há 63 anos, o Acre era elevado à categoria de Estado

3

Agenda

Lula participa de Cúpula do G7 no Canadá

4

COMÉRCIO

Câmara vota fim da regra que exige acordo para trabalho em feriados

5

AGENDA DA SEMANA

Pauta da Câmara inclui derrubada do aumento do IOF e proteção ao idoso

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigosFale Conosco

CONGRESSO EM FOCO NAS REDES