Edson Sardinha e Mário Coelho
O deputado Vicente Paulo da Silva (PT-SP), o
Vicentinho, recomendou a aprovação da proposta do governo que eleva de R$ 540 para R$ 545 o salário mínimo. Ex-presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), o relator enfrentou vaias dos sindicalistas que ocupam as galerias do plenário em três oportunidades. Segundo ele, o valor proposto pelo governo garante o poder de compra do trabalhador e reforça a política de valorização do piso salarial.
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"Graças às centrais sindicais e à sensibilidade do Congresso e da Presidência da República é que chegamos a esse patamar de valorização do salário mínimo", disse o deputado. Em seu relatório,
Vicentinho destacou a evolução anual do salário mínimo desde 2003, ano em que começou o primeiro governo Lula. Na época, afirmou o deputado, o piso era de 70 dólares. O valor proposto agora pelo governo Dilma equivale a 325 dólares, ressaltou.
O relator defendeu o cumprimento do acordo do governo com as centrais sindicais, por meio do qual o reajuste anual será feito a partir da reposição da inflação e da variação do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes. ?Quando se faz um acordo é importante cumpri-lo", afirmou.
Neste momento, a tribuna do plenário é ocupada alternadamente por deputados que apoiam e criticam o aumento proposto pelo Executivo.
Antes dos R$ 545, serão analisadas duas emendas - uma fixando o novo piso em R$ 600, e outra em R$ 560. Mas lideranças da oposição e representantes dos sindicalistas admitem que a tendência é o plenário aprovar o mínimo defendido pelo governo.
Depois da leitura de seu parecer,
Vicentinho minimizou as vaias recebidas de sindicalistas. "Graças a Deus não tem ninguém da CUT", disse o deputado. "Tenho certeza de que as vaias vão se transformar em aplausos em 2015", acrescentou.