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Congresso em Foco
21/9/2006 0:00
Edson Sardinha
O compositor e cantor Gilberto Gil não conta com o apoio dos eternos parceiros Caetano Veloso e Gal Costa para continuar à frente do Ministério da Cultura pelos próximos quatro anos. Os dois "doces bárbaros" compõem o grupo dos artistas que chegaram a entoar o "Lula-lá" em campanhas anteriores e que não pretendem votar mais no petista.
"Eu não sou burro, nem maluco, então não vou votar nele. Votei em Lula contra Collor no segundo turno, mas meu candidato não era ele", disse Caetano à Folha de S. Paulo, lembrando que o seu candidato preferido, em 1989, era o pedetista Leonel Brizola. Na mesma entrevista, publicada há duas semanas, o compositor criticou duramente o presidente, a quem responsabilizou pelos recentes escândalos políticos do país, e diz que, apesar de ainda não ter definido o seu candidato ao Planalto, não votará mais no petista.
Caetano ainda destilou seu veneno contra o PSDB, de Fernando Henrique Cardoso e Geraldo Alckmin. "Não votei pela reeleição de Fernando Henrique, que nos deu de presente oito anos de esquerda marxista da USP. E como eu já estou com 64 anos e ele e Lula são a mesma coisa, eu acho que seria demais 16 anos com essa turma", disse.
Em entrevista ao jornal A Tarde, de Salvador, Gal disse estar envergonhada com a série de escândalos políticos e não acreditar que Lula não soubesse das irregularidades cometidas por seus auxiliares. "Collor fez o que fez e caiu. Neste governo, vemos o que vemos e ele continua aí", afirmou. "Não creio que ele não sabia. Ele vive dizendo que a direita e parte da elite brasileira querem tirá-lo do poder, mas fica num jogo que não pode continuar", emendou.
Apoio crítico
Mesmo declarando apoio à reeleição de Lula, o cantor e compositor Chico Buarque não esconde suas restrições ao atual governo. Disse que votará no petista por não ver opção melhor no momento. "Dou um apoio crítico, porque não tenho nenhuma proximidade com ele. Eu o apoiei nas eleições e o apóio agora, mais discretamente, digamos, porque não posso dizer que esteja supersatisfeito com seu governo", afirmou Chico, em entrevista ao jornal argentino La Nación.
Filho do historiador Sérgio Buarque de Hollanda, um dos fundadores do PT, o compositor disse considerar "muito graves" as acusações de corrupção no governo Lula e que as denúncias destruíram o moralismo do Partido dos Trabalhadores, "que tinha algo de hipócrita, algo da arrogância dos puros". "Mas não creio que o governo de Lula tenha sido mais corrupto do que o governo anterior", completou.
Em maio, ao conceder uma série de entrevistas de lançamento do seu último disco (Carioca), Chico Buarque já havia batido tanto no governo quanto na oposição. Manifestou decepção pelos desvios e irregularidades fartamente denunciados no governo e ainda pelo sectarismo petista. "Há no PT a idéia de que ou você é petista ou é calhorda, assim como o PSDB acha que você ou é tucano ou é burro", afirmou.
E acusou a oposição de demonstrar preconceito de classe em relação à figura de Lula: "Como se fosse uma concessão, deixaram o Lula assumir. 'Agora sai já daí, vagabundo!'. É como se estivessem despachando um empregado a quem se permitiu esse luxo de ocupar a Casa Grande", declarou à época.
Medo x esperança
Há quatro anos, a atriz Regina Duarte se envolveu numa polêmica ao dizer, no horário eleitoral do candidato José Serra (PSDB), que tinha medo do que poderia ocorrer no país caso Lula vencesse as eleições. A declaração foi rebatida pela colega Paloma Duarte: "Estou chocada com o uso do terrorismo, com o uso do medo numa eleição para presidente da República do meu país. A eleição vai passar. O Brasil continua".
Lula levou a polêmica adiante ao dizer, num comício, que Regina tinha "medo das atrizes mais novas da Globo". O discurso do então candidato pôs ainda mais lenha na fogueira. "Eu tenho medo. Medo de não poder dizer que estou com medo. Tenho medo de alguém que recorre às ofensas pessoais e profissionais, como último reduto da falta de argumentos. Mas não tenho medo das atrizes mais jovens", respondeu a atriz Beatriz Segall, no horário eleitoral tucano.
Ao comemorar sua vitória nas urnas, Lula acabou aproveitando o mote lançado pelos adversários: "O medo venceu a esperança". Quatro anos depois, as atrizes têm evitado entrar no debate eleitoral.
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