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O crack do Oiapoque ao Chuí

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3/4/2013 | Atualizado às 7:11

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Archimedes Marques * Disseminada por todo o país, a mais avassaladora das drogas, o crack, já causa problemas no sistema de saúde de 64% das cidades brasileiras, conforme atesta a Confederação Nacional de Municípios (CNM). O crack invadiu grandes e pequenas cidades, periferias e lugares de baixa a alta classe social, municípios, povoados, zona rural e já chegou até às aldeias indígenas, transformando os seus tristes usuários em espécie de zumbis ou mortos-vivos. De poder devastador e parecendo sobrenatural, o crack sempre vicia a pessoa quando do seu primeiro experimento e o que vem depois é tragédia certa. Crack e desgraça são indissociáveis e quase palavras sinônimas. O crack é a verdadeira degradação humana. A fórmula oficial do crack divulgada pelos Estados Unidos da América é bem menos agressiva do que a falsificada comum no nosso país. Lá, o produto é formado por meio de uma mistura da pasta-base da folha da coca, ou cloridrato de cocaína, com bicarbonato de sódio. No Brasil, fornecedores e traficantes,  para obterem maiores lucros financeiros, recriaram o mal para pior. São adicionados para recompor a fórmula maligna e cruel do crack cal virgem, amônia, ácido sulfúrico ou soda caustica (que é para deixar a pedra meio tenra) e o querosene ou gasolina, para dar a combustão ao preparado químico final. O crack é fumado através do cachimbo, latinha ou outra parafernália parecida. Assim, a fumaça altamente tóxica do crack, que mais se assemelha a cheiro de pneu queimado, ao ser aspirada por si só já demonstra o extremo malefício que causa ao organismo do seu usuário. Segundo estudos realizados recentemente, o Brasil já beira os 3 milhões de usuários e consome até uma tonelada de crack por dia, trazendo consequências drásticas, não somente para o viciado e seus familiares, mas também para a sociedade em geral, vez que em decorrência dessa mortal droga todos os índices de delinquência aumentaram estupidamente, com destaque para a prostituição, os pequenos e grandes furtos, roubos e até latrocínios. Pois pelo crack e para o crack muito se mata e se morre. A expansão do crack reclama principalmente ações urgentes em duas frentes, a do abastecimento e a do consumo, vez que a educativa ou preventiva vem sendo razoavelmente aplicada. Ambas têm indicadores alarmantes. O Brasil, que já se consolidou na triste posição de rota preferencial do tráfico internacional de cocaína, parece caminhar para também ocupar um lugar de ponta no mercado mundial dessa terrível droga. Como o Brasil sempre está nas primeiras colocações dos absurdos, somos o segundo no mundo no ranking dos maiores consumidores dessa droga, perdendo apenas para os EUA, que consomem o crack não falsificado. Com o consumo interno aquecido e as rotas que asseguram o movimento de exportação e importação do crack e das outras drogas, o momento é deveras preocupante, tanto é que a ONU já demonstra inquestionável sinal de que a situação pode descambar para o descontrole. No lado do provimento do mercado, deve-se recorrer a ações integradas das três instâncias do poder público, com ênfase na repressão aos grupos de traficantes e à rede criminosa que garante a circulação da droga. Leis mais rígidas urgem por modificações para penalidades exemplares a tais criminosos, além da formação de um maior efetivo policial em todas as camadas possíveis, principalmente no âmbito federal. Não só para combater mais veementemente o tráfico, mas principalmente no sentido de melhor vigiar as nossas fronteiras para que não entre o produto base dessa droga, ou seja, a cocaína. Já no outro lado do problema, o das consequências, as ações envolvem questões mais complexas, principalmente no trabalho curativo a ser dispensado aos usuários, que continua precário. Em primeiro plano, necessário se faz a contratação estatal de uma boa gama de psicólogos ou profissionais equivalentes para conscientizar o debilitado usuário do crack ao real tratamento médico. No segundo plano, vem a questão dos hospitais ou clínicas de recuperação, que, em números desproporcionais à imensa legião dos zumbis do crack, estão muito aquém da triste e deprimente realidade apresentada, principalmente para aqueles usuários que dependem do poder público. * Archimedes Marques, escritor e delegado de polícia no estado de Sergipe, é pós-graduado em Gestão Estratégica de Segurança Publica pela Universidade Federal de Sergipe. E-mail: [email protected]. Outros textos sobre drogas Outros artigos da seção Fórum Curta o Congresso em Foco no Facebook Siga o Congresso em Foco no Twitter
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