Fábio GóisO presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, vai continuar à frente da instituição até o fim do mandato do presidente Lula (31 de dezembro), por pedido do próprio petista. A notícia foi confirmada há pouco depois de mais uma reunião em Brasília com Lula, no início da tarde, e outra em seguida com a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil). Ao final das reuniões, Meirelles, que pensava em disputar um cargo eletivo nas eleições de outubro, comunicou a decisão aos diretores do BC.
Meirelles disse que permaneceria no posto para "garantir a tranquilidade e a estabilidade da economia brasileira". "Decidi atender ao pedido do presidente Lula, no sentido de consolidar um trabalho de mais de sete anos, de estabilidade da economia brasileira, da inflação", disse, acrescentando que, a despeito da hipótese de concorrer a cargos eletivos, poderia "contribuir mais para o país" à frente do BC.
Filiado ao PMDB desde setembro do ano passado, Meirelles estava cotado para o governo de Goiás ou uma vaga no Senado. Nos bastidores do Planalto, seu nome era considerado até para vice de Dilma Rousseff na disputa pela sucessão de Lula. Mas o próprio presidente vinha manifestando o desejo de que o economista permenecesse no cargo.
Com status de ministro, Meirelles estava entre os 11 nomes do governo que, com intenções eleitorais, devem deixar o vínculo com o Executivo, segundo a legislação eleitoral (desincompatibilização de cargos públicos até seis meses antes do pleito de 3 de outubro). O prazo de desligamento encerra no próximo sábado (3).
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Sai Dilma, entra EreniceVeja os planos eleitorais dos ministrosEm 2002, Meirelles chegou a ser eleito deputado federal pelo PSDB goiano, mas teve de se licenciar para assumir a presidência do Banco Central. Ao se manter no comando da instituição, Meirelles preserva também as funções de membro do Conselho Diretor do Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês) e de presidente do Conselho Consultivo das Américas - pela primeira vez exercidas pelo titular da principal instituição financeira do país.