Daniela Lima
O delegado da Polícia Federal (PF), Protógenes Queiroz, virou alvo, nesta sexta-feira, de processo disciplinar interno. O motivo: ele teria participado de um comício político em Minas Gerais, e teria feito um discurso em nome da instituição. Se for comprovado que Protógenes feriu as regras da PF, ele poderá ser demitido.
O delegado teria dado apoio ao candidato petista à prefeitura de Poços de Caldas (MG), Paulo Tadeu D'Arcádia. O comício teria acontecido em setembro do ano passado, dois meses após Protógenes ter deflagrado a Operação Satiagraha, que o tornou nacionalmente conhecido.
A investigação interna tem duração de até 30 dias, podendo ser prorrogada por mais 30. Este é o segundo processo interno em que Protógenes é investigado. O delegado responde a outro procedimento disciplinar, este por vazamento de informações confidenciais da Satiagraha.
Segundo a Folha On Line, o delegado nega ter falado em nome da PF e promete recorrer à Justiça caso seja demitido. Ele disse ainda que há uma "minoria" que defende seu desligamento da PF dentro da instituição.
Protógenes foi além: afirmou que a abertura deste segundo processo disciplinar deixa claro que há uma perseguição contra ele desde que foi afastado do comando da Operação Satiagraha.
A investigação que deixou o delegado famoso e o alçou ao rol de autoridades mais conhecidas do país apurava crimes financeiros cometidos por empresários e políticos ligados ao banco Opportunity. A operação teve seu auge no momento em que o banqueiro Daniela Dantas e o ex-prefeito de São Paulo, Celso Pitta, foram presos pela PF, entre outras pessoas.