Em seu quarto mandato consecutivo, Jair Bolsonaro trocou o PTB pelo PFL no final do ano passado. Aos 49 anos de idade, o deputado é conhecido por abraçar idéias polêmicas, como a instituição da pena de morte e da prisão perpétua no país. Militar pára-quedista, defendeu, em 1999, num programa de televisão, o fechamento do Congresso Nacional. Na mesma entrevista, declarou que "cerca de 30 mil corruptos, a começar pelo presidente FHC" deveriam ter sido fuzilados durante a ditadura militar.
José Carlos Aleluia (PFL-BA)
Filiado ao PFL desde 1990, José Carlos Aleluia está em sua quarta legislatura consecutiva. O professor universitário e engenheiro eletricista, de 57 anos, liderou o partido na Câmara em 2003 e 2004. Antes, presidiu a Comissão Mista de Orçamento e a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania. Foi vice-líder do PFL quando a legenda integrava o bloco de sustentação do governo Fernando Henrique Cardoso. No ano passado, entrou em conflito com o grupo político do senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA).
Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP)O candidato oficial do PT à presidência da Câmara está em seu quarto mandato federal. Vice-prefeito de São Paulo na gestão Luiza Erundina (1989-1992), ganhou projeção nos anos 1970 na militância de movimentos populares e de combate à ditadura. Aos 56 anos de idade, Luiz Eduardo Greenhalgh é advogado do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) e de famílias das vítimas da Guerrilha do Araguaia. Presidiu a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania em 2003.
Severino Cavalcanti (PP-PE)Aos 74 anos de idade, Severino Cavalcanti (PP-PE) está em sua terceira legislatura na Câmara. Com mandatos consecutivos há 40 anos, foi deputado estadual por quase três décadas. Conhecido como o "rei do baixo clero", aquele grupo de parlamentares anônimos e sem grande expressão política, é o deputado que ocupou cargo na Mesa Diretora por mais tempo nos últimos 50 anos. Nos últimos oito anos, o atual segundo-secretário da Câmara foi segundo-vice-presidente e primeiro-secretário da Casa.
Virgílio Guimarães (PT-MG)Um dos fundadores do PT e vice-líder do Governo no Congresso em 2004, Virgílio Guimarães desafiou a cúpula petista ao se lançar como candidato avulso à presidência da Casa. No partido, foi líder da extinta Vertente Socialista, corrente de esquerda do PT que defendia o marxismo-trotskista. Em seu terceiro mandato em Brasília, o economista, de 55 anos de idade, é relator da reforma tributária na Câmara. A Comissão Mista de Orçamento é a principal área de atuação do petista, que se denomina "o candidato do novo clero".
Quadro ainda pode mudar
O número de candidatos à sucessão na Câmara pode ser alterado no próprio dia da eleição, com a desistência ou o registro de nova candidatura. De acordo com o regimento interno, será eleito, em primeiro turno, o candidato que obtiver a maioria absoluta dos votos (metade mais um). Caso nenhum consiga esse apoio, a escolha recairá sobre os dois mais bem votados, num segundo turno. A votação é secreta. No Senado, um acordo prévio praticamente selou a condução do atual líder do PMDB, senador Renan Calheiros (AL), à presidência da Casa.