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Jornais: Gurgel pede prisão de 36 réus do mensalão

Congresso em Foco

8/7/2011 7:34

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FOLHA DE S.PAULO

Gurgel pede prisão de 36 réus do mensalão
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, pediu ontem ao STF (Supremo Tribunal Federal) a condenação de 36 réus por envolvimento no esquema do mensalão. Somadas, as penas máximas chegariam a 4,7 mil anos de prisão. O parecer de 390 páginas, ao qual a Folha teve acesso, é a última peça a ser enviada por Gurgel antes do julgamento do caso, denunciado em 2006 por seu antecessor, Antonio Fernando Souza.

"O Ministério Público Federal está plenamente convencido de que as provas produzidas no curso da instrução, aliadas aos elementos obtidos no inquérito, comprovaram a existência do esquema de cooptação de apoio político descrito na denúncia", escreveu Gurgel. Se o caso for julgado procedente e nenhum dos crimes prescrever, o publicitário Marcos Valério de Souza, acusado de operar o esquema, poderá ser condenado a até 527 anos de prisão.

O ex-ministro José Dirceu (Casa Civil), chamado de "chefe da quadrilha", e o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares pegariam até 111 anos. Mesmo que o STF opte pelas condenações máximas, a legislação limita o cumprimento de pena a 30 anos, além de estabelecer regras para que os condenados diminuam suas penas. Os réus sempre negaram a existência do esquema. Depois de mais de cinco anos de processo, em que foram realizados diversas perícias e tomadas centenas de depoimentos, o procurador-geral concluiu que ficou comprovada a existência do esquema criminoso, revelado pela Folha em 2005.

Leia no Congresso em Foco: 
Crise de Palocci expôs ?as mazelas? do MP

Petista é responsável por 90% das obras do Dnit, diz afastado
Depois de perder o comando do Ministério dos Transportes sob acusações de corrupção, o PR manda ao governo seu recado: não quer pagar sozinho pelas denúncias que abalaram a pasta e já faz ameaças a petistas que estão na estrutura do órgão. Afastado após ser envolvido nas acusações que derrubaram o ex-ministro Alfredo Nascimento, o diretor-geral do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), Luiz Antonio Pagot, deu prévia ontem de como será seu primeiro depoimento sobre o caso, terça-feira, no Congresso.

"O Dnit é um colegiado. O Hideraldo manda tanto quanto o Pagot", disse, em referência ao petista Hideraldo Caron, diretor de Infraestrutura Rodoviária do Dnit, e listando, em seguida, todo o colegiado do órgão. Caron, filiado ao PT do Rio Grande do Sul desde 1985, é apontado por políticos como uma espécie de "espião" de Dilma Rousseff no Dnit.

Segundo Pagot, ele era responsável por 90% das obras, já que cuidava da diretoria de Infraestrutura do órgão. "No Dnit só se aprova por unanimidade. É claro que cada um é responsável por sua área. A responsabilidade pelas obras é do Hideraldo. Como ele é diretor de Infraestrutura Rodoviária, é óbvio que tem um volume maior concentrado", disse Pagot, ressalvando que "não é Hideraldo que toma as decisões".

A pedido do senador Blairo Maggi (PR-MT), seu padrinho político, Pagot dará explicações públicas na Câmara e no Senado. Ele foi escalado para defender publicamente o PR. Só depois, a sigla pretende encaminhar ao Planalto seus indicados para o ministério. Além de compartilhar a responsabilidade com o colegiado, Pagot afirma que só executa obras.

Dnit pagará R$ 200 mi a ex-tesoureiro de senador
Uma empresa do ex-tesoureiro de campanha do senador Blairo Maggi (PR-MT) assinou no ano passado contrato de R$ 206,4 milhões com o Ministério dos Transportes, que o congressista pode assumir após a queda do ex-ministro Alfredo Nascimento. A empresa é a Lotufo Engenharia, que tem como sócio Mauro Carvalho, também filiado ao PR. Ele coordenou as finanças da campanha de reeleição de Blairo ao governo de Mato Grosso, em 2006.

No momento da concorrência e da assinatura do contrato, o diretor-geral do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) era Luiz Pagot, amigo de Carvalho e nomeado por indicação do senador. Pagot foi afastado no último sábado por ordem da presidente Dilma Rousseff. Antes de ele assumir o Dnit, a Lotufo nunca havia ganho licitações federais.

Blairo nega favor a empreiteira de seu aliado
O senador Blairo Maggi (PR-MT) disse manter "relação de amizade" com Mauro Carvalho, mas negou interferência no contrato de sua empresa com o Dnit. "Não tenho relação comercial com ele." O diretor-geral do Dnit, Luiz Pagot, afirmou que não interfere em licitações e que o consórcio da Lotufo Engenharia foi escolhido em concorrência regular. Mauro Carvalho não ligou de volta, assim como as construtoras do consórcio.

Lula concordou com demissão, diz ministro
Responsável pela permanência do ex-ministro Alfredo Nascimento (Transportes) na gestão Dilma Rousseff, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu ontem que sua demissão foi necessária para estancar a crise no governo da sucessora. Em conversa com o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência), Lula disse que "quem erra acaba saindo" do governo.

Apesar de lamentar a demissão, ele afirmou que sempre disse a seus assessores que o único jeito de não ser investigados era "não errar", segundo o relato de Carvalho. Para o ex-presidente, a saída do ministro teria sido "acertada", pois evitou mais desgastes para o governo Dilma.

PSDB diz haver "herança maldita" da gestão Lula
A cúpula do PSDB aproveitou a demissão de Alfredo Nascimento (PR-AM) do Ministério dos Transportes para definir a crise no governo Dilma Rousseff como sendo "herança maldita ética" do governo Lula. O PSDB atacou ainda mais ao dizer que outros ministérios podem estar contaminados. "Se há herança maldita do ponto de vista ético, é de inteira responsabilidade do atual governo", disse o senador Aécio Neves (MG), que se reuniu ontem em Belo Horizonte com o presidente do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE), e com o ex-senador Tasso Jereissati (CE), presidente do Instituto Teotônio Vilela.

CGU investigará computador de diretor do Dnit
A CGU (Controladoria-Geral da União) apura irregularidades em 34 contratos de obras e uma licitação do Dnit e da Valec, órgãos vinculados ao Ministério dos Transportes. Ontem, a CGU foi aos três órgãos e copiou dados de oito computadores e levou documentos para uma auditoria determinada pela presidente Dilma.

Os computadores do diretor afastado do Dnit, Luiz Antonio Pagot, do ex-presidente da Valec, José Francisco das Neves, e do ex-chefe de gabinete do Ministério dos Transportes, Mauro Barbosa, serão analisados. A maior parte dos problemas está na Valec, estatal de ferrovias na qual a CGU viu problemas em 23 contratos e uma licitação.

"Minha inclinação é não ir", diz Blairo sobre Transportes
Sondado pelo Palácio do Planalto para assumir o Ministério dos Transportes, o senador Blairo Maggi (PR-MT) prometeu pensar no assunto até o começo da semana que vem. Mas adianta: "Minha inclinação é não ir". Segundo Blairo, sua situação como empresário do ramo de navegação criaria uma situação "quase intransponível": ou o ministério seria colocado na berlinda, ou os seus negócios ficariam prejudicados. "Não vou colocar minha companhia em risco para ser ministro." Uma das empresas do Grupo André Maggi, controlado pelo senador, é a Hermasa, com sede em Itacoatiara (AM). A empresa tem um porto graneleiro e uma frota de barcaças que transportam soja pelo rio Amazonas até o porto de Itaqui (MA).

Alta do real "tira o sono do governo", afirma Mantega
O ministro Guido Mantega (Fazenda) disse ontem que a valorização do real "tira o sono" do governo, mas garantiu que a inflação está controlada e que o problema é o subaquecimento de economias avançadas. Em palestra a empresários durante um seminário em Paris, o ministro traçou um cenário otimista.

Disse que o Brasil tem fundamentos econômicos sólidos, mercado interno forte e nível de crédito que cresce de maneira sustentável. Ele insistiu que não há bolhas na economia. Mantega admitiu que o controle da inflação é uma preocupação permanente do governo, mas afirmou que a situação está sob controle: "Vamos cumprir a meta estabelecida para esse ano e para os próximos".

No Complexo do Alemão, Dilma diz sentir falta de Lula
A presidente Dilma Rousseff disse sentir falta do ex-presidente Lula ao seu lado ao inaugurar ontem, no Rio, o teleférico do Complexo do Alemão, o primeiro sistema de transporte de massa por cabo do Brasil e que faz parte do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). "Nós sabemos que aqui falta uma pessoa. Falta o Lula. E falta o Lula porque ele colocou não só os recursos necessários. Colocou também carinho, amor e, mais do que isso, o respeito e a esperança de que esse país pode ser diferente", disse.

Pouco depois, quando o governador Sérgio Cabral contou que havia ligado para o ex-presidente pela manhã e que Lula disse que assistiria à inauguração pela TV NBR (do governo federal), Dilma se emocionou e chorou. A programação da visita da presidente previa que ela andasse no teleférico até uma das estações, mas ela acabou fazendo o percurso completo, passando pelas seis construídas.

O ESTADO DE S. PAULO

Transportes tinha comitê para administrar propinas; Planalto suspeitou de ?Comitê de Obra?
O ex-ministro Alfredo Nascimento começou a cair no dia 14 de março, quando o Diário Oficial da União publicou a Portaria n.º 36. Com termos técnicos, o texto criou o Comitê de Acompanhamento de Gestão de Contratos, Obras e Serviços de Engenharia e Transportes. O órgão deveria aprimorar a supervisão ministerial, mas transformou-se numa espécie de "comitê de arrecadação", pois tinha poderes para aprovar contratos, acompanhar a execução das obras e a liberação de pagamentos.

Desde então, a presidente Dilma Rousseff passou a olhar o Ministério dos Transportes com mais atenção. Um mês depois da divulgação da portaria, o Planalto começou a receber reclamações de empresários contra achaques, cobrança de propina e outras práticas do comitê, que tinha como coordenador Mauro Barbosa, ex-chefe de gabinete de Nascimento que, como o estadão.com.br revelou na quarta-feira, 6, está construindo uma casa de 1,3 mil metros quadrados no Lago Sul, avaliada em R$ 4 milhões.

Transporte é líder em problemas no PAC
A maioria das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) com indícios de irregularidades graves está no Ministério dos Transportes, segundo relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) concluído em 18 de maio. O levantamento foi entregue à Subcomissão de Fiscalização das Obras do PAC da Câmara. Os contratos originais dessas obras superam os R$ 3 bilhões.

Esses empreendimentos estão a cargo justamente das duas estatais do setor sob suspeita de corrupção: o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e Engenharia, Construções e Ferrovias SA (Valec). Os dirigentes desses órgãos foram afastados no sábado.Luiz Antonio Pagot, do Dnit, e José Francisco das Neves, da Valec, são investigados por uma comissão de sindicância do Ministério dos Transportes.

Blairo é convidado para o ministério
O senador Blairo Maggi (PR-MT), que era a aposta mais forte da presidente Dilma Rousseff para substituir o senador Alfredo Nascimento (PR-AM) no Ministério dos Transportes, disse na quinta-feira, 7, aos líderes do PR e a assessores do Planalto que "não está interessado" em assumir a pasta. Apesar da resposta, nem o Planalto nem a bancada do PR tomaram a informação como um não definitivo e disseram que as negociações em torno do nome do senador prosseguem.

A presidente Dilma continua tendo o nome do interino Paulo Sérgio Passos como uma alternativa pronta para ser efetivada. O PR resiste a essa opção. Da parte do PR, tão importante quanto escolher o nome do novo ministro dos Transportes é aproveitar a negociação para reabilitar o afastado presidente do Departamento Nacional de Infraestrutura em Transporte (Dnit), Luiz Antonio Pagot. Os líderes querem levá-lo de volta ao cargo depois dos depoimentos da próxima semana, no Senado e na Câmara.

Blairo recebeu o convite da presidente para assumir os Transportes numa conversa por volta das 21h de quarta-feira. O líder do PR na Câmara, Lincoln Portela (MG), confirmou na quarta-feira que ele era o primeiro da lista do Planalto e do partido, mas a legenda quer ganhar tempo e só voltará a conversar com a presidente Dilma na semana que vem, depois que Pagot for ouvido na terça-feira, 12, às 9h, no Senado, e na quarta-feira, 13, na Câmara.

Homem de negócios, senador fez fortuna com plantio de soja
O senador Blairo Borges Maggi (PR-MT) é tido um dos poucos exemplos no País de homens públicos para quem a política tem dado prejuízo. Dono de uma das maiores fortunas do Brasil, seu conglomerado responde por 7% da produção nacional de soja e fatura US$ 2,5 bilhões por ano. Mais de uma vez, quando ainda governador do Mato Grosso e, recentemente, já no Senado, confessou a vontade de deixar a política para retomar a frente dos negócios. O Grupo André Maggi - o nome homenageia o pai de Blairo - ainda figura no topo das empresas agropecuárias do Centro-Oeste, mas reduziu o ritmo em alguns setores.

Na produção de soja, por exemplo, foi ultrapassado pelo Grupo Bom Futuro, do primo de Blairo, Eraí Maggi. A Amaggi, o braço agrícola do grupo, mantém cinco fazendas espalhadas pelo Mato Grosso, somando 290 mil hectares que produziram, ano passado, 700 mil toneladas de grãos, além de 48,3 mil toneladas de algodão. Curiosamente, o grupo deslanchou graças aos investimentos em transporte e logística. "Estávamos longe de tudo e tínhamos de encontrar saídas para nossa produção", disse Maggi ao Estado, em entrevista no ano passado.

Governo só agiu por força do noticiário, critica Aécio
As denúncias envolvendo integrantes do primeiro escalão do Executivo, que resultaram na queda de Antonio Palocci e Alfredo Nascimento, fazem deste primeiro semestre o "mais negativo de um governo na história recente do País". A avaliação foi feita por alguns dos principais líderes do PSDB que se reuniram ontem na casa do senador Aécio Neves (MG), em Belo Horizonte.

Além do mineiro, estiveram presentes o presidente nacional do partido, senador Sérgio Guerra (PE), e o ex-senador e presidente do Instituto Teotônio Vilela, Tasso Jereissati (CE). Oficialmente, o encontro serviu para tratar de estratégias da legenda nas eleições municipais do ano que vem. Na prática, porém, as denúncias de irregularidades no governo dominaram a reunião.

Para o grupo, a questão é ainda mais grave porque "o governo foi omisso" em relação às irregularidades". "O governo tem responsabilidade sobre seus aliados. Nenhuma dessas demissões se deu por ação do governo. O noticiário levou o governo a agir", afirmou Aécio, referindo-se às demissões de diretores de órgãos ligados à pasta.

PSOL vê quebra de decoro e fala em punir ex-ministro
O PSOL pediu ao Conselho de Ética do Senado que abra um processo disciplinar contra o ex-ministro e senador Alfredo Nascimento, por suspeita de quebra de decoro. O partido o acusa de suposto envolvimento em "práticas criminosas", como improbidade e fraude a licitação.
"Se Nascimento não serve como ministro, tão pouco serve para senador", resumiu a senadora Marinor Brito (PSOL-PA). Para seu colega Randolfe Rodrigues (PSOL-AP),m as denúncias contra o ex-ministro Nascimento "são gravíssimas".

Senado decide na terça se convoca 'aloprado'
O esquema dos aloprados volta à pauta do Senado na semana que vem, com a votação de dois requerimentos convidando para depor o petista Expedito Veloso. Ele acusou o ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, de ser o mentor do dossiê com informações falsas que o PT tentou divulgar em 2006. O dossiê era para atingir José Serra, rival de Mercadante na eleição ao governo de São Paulo daquele ano.

Reportagem da revista Veja atribuiu a Veloso a informação de que Mercadante seria um dos "arrecadadores" do R$ 1,7 milhão que seria usado para pagar o dossiê. O ministro, em depoimento no Senado, negou participação no episódio e responsabilizou militantes do PT que agem como se estivessem desempenhando uma "missão heroica".

Os presidentes das Comissões de Assuntos Econômicos (CAE) e de Constituição e Justiça (CCJ), Delcídio Amaral (PT-MT) e Eunício Oliveira (PMDB-CE), prometeram votar na terça-feira os convites do líder do PSDB, Álvaro Dias (PR). "Esse escândalo é muito grave para ser esquecido. Expedito tem muito a dizer, ele tem de ser ouvido", alega Dias.

Marina deixa o PV e critica partidos
No mesmo dia em que o governo enfrentava uma nova crise decorrente das alianças e barganhas políticas que tem feito, a ex-senadora Marina Silva anunciou ontem sua desfiliação do PV com ataques à estrutura partidária do País. "A experiência no PV serviu para sentir até que ponto o sistema político brasileiro está empedernido e sem capacidade de abrir-se para sua própria renovação", afirmou. Para ela, os partidos tornaram-se "máquinas obcecadas pelo poder em si e cada vez mais distantes do mandato de serviço que estão obrigados a prestar à população".

No ato público de desligamento, em São Paulo, vários integrantes do núcleo político que ingressou com Marina no PV também anunciaram sua desfiliação. Entre eles os empresários Guilherme Leal, que disputou a Vice-Presidência, e Ricardo Young, que foi candidato a senador.

Os apoiadores da ex-senadora com cargos parlamentares devem continuar no partido. É o caso do deputado Alfredo Sirkis (RJ), que se afastará apenas a direção do PV do Rio e de outros cargos da estrutura partidária. Marina deixa o PV nove meses o primeiro turno da eleição da qual saiu com 19,6 milhões de votos, em terceiro lugar. Ela e seu grupo não pretendem criar agora um novo partido político.

'Pai do PAC', vice de Cabral ataca MP
Chamado de "Pai do PAC" pela presidente Dilma Rousseff, o vice-governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), comemorou como uma vitória sobre os "ministérios públicos" a inauguração do teleférico do Complexo do Alemão. Em seu discurso, ele também agradeceu às empreiteiras responsáveis pela obras. Citou, inclusive, a Delta Construções - empresa que está no centro da pior crise política enfrentada pelo governador Sérgio Cabral Filho (PMDB) desde que ele assumiu seu primeiro mandato, em janeiro de 2007.

"Ninguém sabe no Brasil mais do que a senhora (Dilma Rousseff) o que é fazer obra pública neste País", disse Pezão. "Eu queria aqui dividir esse momento (...) por nós estarmos celebrando de vencer a burocracia toda, de vencer os ministérios públicos, de vencer todas as dificuldades que existem num processo como esse", argumentou o vice-governador.

Pezão comentava as dificuldades de se fazer obras públicas no Brasil quando se declarou vitorioso em relação aos órgãos responsáveis pela "defesa dos direitos sociais e individuais, da ordem jurídica e do regime democrático", conforme explica a página da Procuradoria Geral da República (PGR) na internet.

O GLOBO

Gurgel livra Gushiken e acusa 37
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, pediu ontem a absolvição do ex-ministro de Comunicação de governo Lula Luiz Gushiken no processo do mensalão. O pedido está nas alegações finais que o Ministério Público enviou ontem ao Supremo Tribunal Federal. Gurgel sustenta que não haveria provas para condenar o ex-ministro por crime de peculato. O petista Gushiken é o único dos 38 réus que Gurgel pede que seja livrado do processo penal.

Para os demais ele pede a condenação por envolvimento no esquema que envolveu a cúpula do PT e ministros ainda no primeiro mandato do governo Lula. As alegações remetidas ontem para o relator do caso no STF, ministro Joaquim Barbosa, são a última manifestação da acusação antes do julgamento. Agora, cada um dos 38 réus deve também apresentar sua defesa final. Joaquim Barbosa já disse que precisará de pelo menos seis meses para resumir tudo e preparar relatório e voto. A previsão mais otimista é que o caso seja julgado em 2012.

Entre os réus no processo estão o ex-ministro José Dirceu; o presidente do PTB, Roberto Jefferson; o deputado Valdemar Costa Neto, secretário-geral do PR; o ex-deputado José Genoino, hoje assessor no Ministério da Defesa. Também estão na lista o publicitário Duda Mendonça e o tesoureiro de campanha petista Delúbio Soares, além de Marcos Valério, apontado como o operador do esquema.

Passos pediu verba complementar
Um mês após assumir interinamente o Ministério dos Transportes, em 2010, Paulo Sérgio Passos, novamente no cargo como interino, pediu ao Congresso R$78 milhões para complementar o orçamento de obras com irregularidades graves detectadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Esses empreendimentos chegaram a constar da lista do TCU como obras que deveriam ser paralisadas. O pedido foi levado ao Congresso em 20 de abril de 2011, depois que Alfredo Nascimento se afastou do comando do ministério para concorrer ao governo de Amazonas.

Na ocasião, o Ministério dos Transportes e outros três órgãos, além da Presidência da República, solicitaram ao Congresso créditos suplementares de R$3,47 bilhões, dos quais R$2,3 bilhões destinados aos Transportes. Da extensa lista de empreendimentos beneficiados, destacam-se a BR-317 (AM/AC), BR-265 (MG) e BR-101 (RJ), cujas irregularidades chegaram a ameaçar a continuidade dos trabalhos. A presidente Dilma Rousseff considera Passos o nome ideal para comandar a pasta, mas esbarra na resistência do Partido da República (PR).

Manda quem pode e obedece quem tem juízo'
O diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antonio Pagot, mandou ontem um recado direto ao governo e disse que tudo o que fez no comando do órgão foi realizado conforme as "instruções recebidas". Depois de ter seu afastamento do comando do órgão determinado pela presidente Dilma Rousseff, Pagot entrou de férias, recusando-se a se afastar oficialmente das funções. Ao GLOBO, ele antecipou ontem o tom que dará a seu depoimento na Comissão de Infraestrutura do Senado, marcado para terça-feira. Na quarta, deve ir à Câmara.

- Sou da velha escola: manda quem pode e obedece quem tem juízo. Tudo o que foi feito no Dnit foi dentro da legalidade e de acordo com as instruções recebidas - avisou Pagot, em rápida conversa telefônica, sugerindo que todas as decisões do órgão eram de conhecimento de superiores.

Sem querer falar mais, ele explicou que manteria a palavra dada ao Palácio do Planalto de não conceder entrevistas antes de seu depoimento. No núcleo do governo, há forte preocupação com a fala de Pagot. Segundo interlocutores do diretor do Dnit, ele está "extremamente abalado" com as denúncias de irregularidades no órgão envolvendo seu nome.

Demitido por corrupção, ex-ministro participa da escolha de seu sucessor
Ciente do poder de pressão e cobrança do PR com seus 41 deputados e sete senadores (um deles licenciado, João Ribeiro, de Tocantins), a presidente Dilma Rousseff mandou mensagens de paz ao ex-ministro dos Transportes Alfredo Nascimento um dia depois de forçar sua demissão: ele vai, de fato, participar da escolha de seu sucessor, se assim desejar. Foi o que disse nas primeiras horas da manhã de ontem a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, quando o grau de insatisfação no PR e de ameaças veladas de seus dirigentes e apadrinhados já estava alto. E espalhado pela Esplanada.

Segundo Ideli, Nascimento tem a consideração de Dilma. Tanto que, disse a ministra, a presidente havia determinado que ele próprio comandasse a apuração das denúncias nos órgãos ligados à sua pasta. A ministra afirmou ainda que o governo está "solidário" com Alfredo Nascimento.
- O ministro Nascimento, em primeiro lugar, esteve à frente da pasta por muito tempo. Prestou serviços que sempre foram levados em consideração pela presidente. Tanto que, na segunda-feira, tinha ficado bastante claro que ele estava na condição de conduzir os processos de apuração das denúncias - disse Ideli. - Então, acredito que não há, da parte da presidente, nenhuma situação que o coloque sem condições de fazer sugestões, indicações, dar opinião, inclusive como presidente do partido. Agora, a decisão é dela. Ela poderá ouvir as indicações, apreciá-las, fazer análise, avaliação, mas a decisão, ela deverá tomar a partir das análises que ela tem.

Dilma chama Blairo, mas PR, 'magoado', faz suspense
Com o veto da cúpula do PR à efetivação do ministro interino dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, a presidente Dilma Rousseff viu dificultada sua intenção de fazer uma limpeza maior no setor e decidiu inverter a tática, chamando pessoalmente o senador Blairo Maggi (PR-MT) para saber se ele estaria disposto a assumir o cargo. Na conversa, Dilma disse que Blairo teria que assumir com autoridade para estancar a crise no PR, provocada pela saída do colega Alfredo Nascimento.

Titular no cargo também no governo Lula, Nascimento foi forçado a pedir demissão anteontem, após a divulgação, pela "Veja", de denúncias sobre um esquema de cobrança de propina no ministério, além das investigações sobre o patrimônio de seu filho, reveladas pelo GLOBO. Blairo, receoso, pediu tempo para analisar se aceita o cargo, alegando que a função pode ser incompatível com sua condição de megaempresário do setor agrícola.

O agrado a Blairo foi visto como sinal para que ele "segure" o diretor do Dnit, Luiz Antonio Pagot, envolvido nas denúncias de irregularidades, mas que ameaça sair atirando contra o governo. Se Blairo não aceitar, Dilma usará a negativa para tentar novamente emplacar Passos, que é filiado ao PR desde 2010, mas não é político tradicional nem pessoa de confiança do partido. O PR está armado para se manter à frente da pasta, e seus líderes dizem que têm "pelo menos outros dez nomes" a oferecer à presidente.

Motosserra de Ouro' com telhado de vidro
Troféu "Motosserra de Ouro", conferido pelo Greenpeace, e empresário biliardário que comanda um império com empresas de navegação, fazendas, portos, empresas de produção e exportação de soja, indústria de óleo e a construção de uma cidade inteira - a moderna Sapezal, encravada na Amazônia -, o senador Blairo Maggi (PR-MT) era ontem quase uma unanimidade no Senado: se ele assumir o Ministério dos Transportes, no dia seguinte cria-se no Congresso uma CPI para apurar sua ligação com o apadrinhado Luiz Antonio Pagot, afastado do Dnit por denúncias de corrupção e esquema de pagamento de propinas.

A aposta, de aliados à oposição, é que a maior dificuldade de Blairo para ser ministro é seu telhado de vidro, além de escândalos acumulados nos dois mandatos como governador de Mato Grosso, primeiro pelo PPS, depois pelo PR. - Na hora em que o Blairo sentar no ministério, haverá pressão para uma CPI para apurar os malfeitos de seu homem de confiança. Ele não conseguirá separar a gestão do Pagot das coisas que aconteceram em Mato Grosso. E, se aceitar se expor, vai afetar seus negócios. O Maggi é um homem extremamente frio e pragmático - avaliou um senador governista.

CGU apreende computadores de dirigentes
A Controladoria Geral da União (CGU) iniciou ontem uma devassa em oito computadores usados pelos ex-dirigentes do Ministério dos Transportes, do Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre (Dnit) e da estatal da ferrovias, a Valec, afastados depois que tiveram os nomes associados a denúncias de envolvimento em corrupção. A operação foi deflagrada no começo da noite de quarta-feira, após a saída do ex-ministro Alfredo Nascimento, e teve o aval do interino, Paulo Sérgio Passos. Os computadores foram levados para análise. Antes mesmo de começar a auditoria, determinada pela presidente Dilma Rousseff, a CGU já lista irregularidades em 22 grupos de contratos dos Transportes, que, somados, somam R$3,1 bilhões.

A CGU, porém, não contabilizou todos os prejuízos estimados com o extenso rol de irregularidades, que passam por preços superfaturados, pagamentos por serviços não executados, projetos executivos temerários e licitações suspeitas de fraude. Só na Valec, a CGU identificou flagrantes indícios de desvios em 12 contratos, todos relacionados à bilionária construção da Ferrovia Norte-Sul, que começa no Maranhão e deve terminar em São Paulo. Os processos administrativos instaurados para investigar desvio de dinheiro nos Transportes já resultaram na demissão de 62 servidores. Mais 150 processos estão em curso.

Dilma programa reforma ministerial mais ampla para o fim deste ano
Apesar das trocas em sua equipe nestes pouco mais de seis meses iniciais de seu mandato, a presidente Dilma Rousseff deixará para o fim do ano a primeira reforma ministerial de seu governo. Aproveitará para trocar ministros que lhe foram impostos pelas forças políticas da coalizão e pelo ex-presidente Lula, e também para já substituir os que disputarão a eleição municipal de 2011 e que precisam sair até 30 de março.

Já na transição, Dilma admitiu a interlocutores que não estava montando o Ministério ideal, mas o possível. A necessidade de desincompatibilização para disputar as eleições deverá ser o argumento para justificar as mudanças. Nesse cenário, o ministro da Educação, Fernando Haddad, cotado para disputar a prefeitura de SP, sairia da equipe, na qual nunca esteve à vontade. Era um dos nomes de Lula.

Há desconforto com o relacionamento de alguns ministros, como Nelson Jobim (Defesa). Surpreendeu o Planalto o tom do discurso feito por ele na comemoração dos 80 anos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, semana passada, quando Jobim disse que é obrigado a conviver com idiotas. Há ainda a conclusão de que alguns ministros não apresentaram bom desempenho. Nesse grupo, estariam os ministros do Turismo, Pedro Novais, da Cultura, Ana de Hollanda, e das Cidades, Mário Negromonte. Até ontem, Pedro Novais ainda não tinha sido recebido em audiência privada por Dilma.

Imprensa estrangeira destaca saída de ministro
Ao noticiar a demissão de Alfredo Nascimento do Ministério dos Transportes, jornais estrangeiros destacaram que sua queda ocorre menos de um mês depois da saída de Antonio Palocci da Casa Civil. A maioria ressaltou que a situação de Nascimento era delicada após denúncias na "Veja" e que ficou insustentável depois da publicação de reportagem do GLOBO que mostrou que o patrimônio da empresa de Gustavo Morais Pereira, filho do então ministro, aumentou 86.500% em menos de três anos.

O espanhol "El País" lembrou que a presidente Dilma Rousseff já concluíra que o Ministério dos Transportes estava "descontrolado". Para o jornal, Dilma sabe que a lealdade de seus seguidores é frágil e "deve ser alimentada com favores e posições". O argentino "Clarín" disse que, embora esta não seja uma crise tradicional porque não afeta o partido da presidente, Dilma terá que reconstruir sua base aliada para manter o governo em funcionamento.

O americano "The Washington Post" noticiou que o ministério é responsável por um orçamento de milhões de dólares. O "Wall Street Journal" disse que, antes da demissão, Nascimento tinha concordado em cooperar com as investigações. O jornal francês "Le Monde" afirmou que Nascimento tentou estancar a crise quando informou que todas as licitações do ministério estavam suspensas por 30 dias. Mas, diante de novas denúncias, a situação dele se complicou.

Aécio: início do governo Dilma é o mais negativo
Depois de um encontro com lideranças do partido, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) elevou ainda mais o tom no discurso contra o governo federal, em meio aos desdobramentos da crise nos Transportes, e avaliou o primeiro semestre do governo de Dilma Rousseff como "o mais negativo da nossa história política recente". O tucano culpou o PT pelos escândalos no governo, mesmo que envolvendo dirigentes de outros partidos, e responsabilizou o que chamou de modus operandi do Ministério dos Transportes pela falta de investimentos fundamentais na infraestrutura do país.

- O que eu vejo é uma tentativa de setores do PT de lavarem as mãos e dizerem que não temos nada com isso. Isso é o maior dos mundos. O governo federal e a Presidência da República é que são responsáveis não apenas pelas nomeações dos ministérios, sejam eles do PT, sejam eles dos partidos aliados, e do que ocorre em cada um desses ministérios - disse o senador.

Aécio criticou o fato de o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, ter sido afastado do cargo por força de denúncias na imprensa, em vez da ação dos órgão de controle, e pediu a continuidade das investigações. - O que me parece é que há uma certa passividade no governo federal, ou para não dizer uma certa cumplicidade, com alguns malfeitos. Se não houver denúncias da imprensa, fica tudo como está - afirmou Aécio Neves.

Marina deixa PV sem projeto político claro
Em um discurso com críticas ao sistema político brasileiro, a ex-senadora Marina Silva colocou fim ontem a quatro meses de disputas internas e anunciou a sua saída do PV, partido pelo qual disputou a Presidência da República no ano passado e obteve 19,6 milhões de votos. No evento marcado para o anúncio, Marina destacou que as práticas que encontrou no PV são comuns a todos os partidos brasileiros: - A experiência no PV serviu para sentir até que ponto o sistema político brasileiro está empedernido e sem capacidade de abrir-se para sua própria renovação.

Para ressaltar o caráter democrático do evento organizado por seus seguidores, Marina só falou mais de uma hora e meia depois de chegar. Antes dela, discursaram empresários, como o seu candidato a vice, o sócio da Natura, Guilherme Leal, e religiosos, como a pastora Vanilce Milhones, da Igreja Nacional do Senhor Jesus Cristo.

Leal diz que nunca mais disputará cargo público
O candidato a vice na chapa de Marina Silva na eleição presidencial do ano passado, o empresário Guilherme Leal, sócio da empresa de cosméticos Natura, disse ontem que nunca mais disputará cargo público. Leal também se desfiliou do PV. - Não estou mais na linha de frente da política. Quero ajudar a criar novas lideranças. Mas candidatura nunca mais, pode escrever - afirmou Leal, perguntado se havia chance de repetir em 2014 a chapa com Marina.

O empresário doou R$11,9 milhões, ou 49% dos R$24,1 milhões arrecadados pela campanha presidencial verde em 2010. A participação na eleição do ano passado foi a primeira experiência política de Leal, que fundou a Natura no começo dos anos 80 e, junto com sócios, transformou a empresa numa das maiores do ramo no país.

Gabeira fica no partido de olho nas eleições
Principal liderança do PV no Rio, o ex-deputado federal Fernando Gabeira participou, por videoconferência, do evento de ontem protagonizado por Marina Silva, em São Paulo. Mas o verde, que juntamente com o deputado federal Alfredo Sirkis (RJ) ajudou a fundar o partido em 1986, não deve deixar a legenda:

- O movimento que surge hoje é muito importante porque representa uma resposta a um problema fundamental dos últimos anos, que é o de aproximar a sociedade dos grandes temas, fazer com que exista a possibilidade de participação política para pessoas que querem atuar de uma forma digna e ética - disse ele.

Gabeira, de acordo com o deputado Sirkis, não irá se desfiliar do PV, mesmo estando sem mandato, porque pode disputar as eleições para a prefeitura do Rio e precisa da legenda. O ex-deputado afirmou que o movimento lançado ontem terá que definir no futuro se dará origem a um novo partido.

CORREIO BRAZILIENSE

Duplicidade ilegal
O senador Blairo Maggi (PR-MT), sondado pelo Planalto para ser o novo ministro dos Transportes, indicou Luiz Antonio Pagot para ocupar um cargo fantasma no Senado e, "em conluio", garantiu uma renda extra ao então diretor superintendente da Hermasa Navegação da Amazônia, uma das empresas do grupo Maggi. A acusação é do Ministério Público Federal (MPF) e resultou num processo na Justiça Federal do DF, em que são réus Blairo Maggi e Pagot ? afastado da Diretoria-Geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) por suspeita de corrupção.

O senador e o diretor do Dnit têm uma estreita relação há pelo menos 16 anos. Pagot foi diretor superintendente da Hermasa entre 1995 e 2002. No mesmo período, ocupou o cargo de secretário parlamentar do senador Jonas Pinheiro (DEM-MT) ? morto em 2008 ? por indicação de Blairo, que era primeiro suplente de Jonas. O acúmulo de funções foi considerado ilegal e o MPF pede que Pagot e Blairo façam o ressarcimento de R$ 482 mil ao Senado e paguem uma indenização de R$ 500 mil.

Além das indicações para o cargo de secretário parlamentar em Brasília e diretor superintendente da Hermasa, que funcionava em Porto Velho e Manaus no período do exercício da função, Blairo foi o responsável por colocar Pagot na primeira suplência do senador Jayme Campos (DEM-MT), eleito em 2006. No ano seguinte, Pagot foi agraciado ? novamente por indicação do então governador de Mato Grosso ? com a chefia do Dnit.

62 demissões desde 2004
Um relatório da Controladoria-Geral da União (CGU), divulgado ontem, dá o tom da preocupação de órgãos fiscalizadores com o Ministério dos Transportes. As investigações na pasta e no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) resultaram em 62 processos administrativos que terminaram em exoneração, além de outros 150 processos em andamento, de acordo com o documento que traz análises de 2004 até hoje. Fraudes em licitações, desvio de recursos públicos, superfaturamento em obras e pagamento de propina estão na lista de irregularidades encontradas.

"Das constatações apontadas resultam recomendações da CGU ao gestor, voltadas, em alguns casos, para a adoção de providências corretivas e, em outros, diretamente punitivas ou cautelares em defesa do patrimônio público", destaca trecho do documento.

A blitz da CGU na área dos Transportes continuou. Jorge Hage, ministro da Controladoria, informou que documentos e computadores dos servidores envolvidos nas denúncias de corrupção divulgadas nos últimos dias foram recolhidos para análise. Uma equipe do órgão fiscalizador foi ao ministério e às sedes do Dnit e da Valec, estatal do setor ferroviário.

Blairo Maggi, o novo nome da crise nos Transportes
Em três dias, o PR passou de titular estável em uma das pastas com o maior orçamento da Esplanada para um partido à beira de um ataque de nervos. Isso porque o único nome da bancada consultado pela presidente Dilma Rousseff para assumir o Ministério dos Transportes ? o senador Blairo Maggi (PR-MT) ? está disposto a dizer não. Numa reunião ontem pela manhã com líderes do partido no Congresso, o senador Magno Malta (ES) e o deputado Lincoln Portela (MG), Blairo Maggi comentou que é dono de várias empresas que têm contratos com o Poder Público, como a Marinha Mercante, além de financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Social. "Estou preocupado, preciso avaliar tudo isso. Não sei se constitucionalmente é possível", comentou o senador com os líderes.

O encontro de Blairo com os líderes ocorreu na presença do mais novo integrante da bancada de senadores do PR, Alfredo Nascimento (AM). O ex-ministro tratou de jogar parte da culpa no aumento de preços nas obras rodoviárias no colo do ministro interino, Paulo Sérgio Passos. "Quando cheguei ao ministério, já estava tudo fechado para este ano. Não fui o ordenador de despesas", disse, extremamente abatido. A bancada do PR não deseja Paulo Sérgio Passos no cargo. Um integrante do partido acha que só um ingênuo pode acreditar que tanta corrupção ocorria no ministério e que o secretário executivo e ministro interino em três oportunidade "simplesmente desconhecia as irregularidades".

Sarney afirma que o PT, sem Lula, não se sustenta (trecho de entrevista)
Personagem da política brasileira desde o último governo de Getúlio Vargas, o presidente do Senado, José Sarney, aos 81 anos, editou mais um decreto: "A democracia representativa está em xeque. Os partidos estão enfraquecidos e não representam mais o povo", disse, vislumbrando uma nova ordem em que o cidadão comum, a partir do próprio computador, fará as escolhas que hoje deixa a cargo de representantes no Parlamento. "Quem não perceber isso ficará preso no tempo."

Sarney recebeu a reportagem do Correio em duas ocasiões. O primeiro encontro ocorreu na manhã da sexta-feira da semana passada, no gabinete do 6º andar do anexo I do Senado; o segundo, no início da noite da última terça-feira, na sala da Presidência da Casa. Sarney vaticinou a desestrutura do PT sem Lula, elogiou Dilma Rousseff, disse ser vítima de injustiças de adversários na política nacional e maranhense, e fotografou, com lente própria, a passagem pelo Planalto.

Como é estar sempre no topo do poder?
Sempre estive apanhando. Quando era estudante, fui preso pela ditadura Vargas. Fui contra o Getúlio. Depois procurei, dentro da UDN, ser de um grupo renovador. Também combati o Juscelino e até hoje me arrependo. Na época, era vice-líder da UDN, vice-líder do Carlos Lacerda. Estava na linha de frente do combate ao Juscelino. Eu era muito jovem. Fui contra o João Goulart. Tive tempo de oposição, eu tive tempo de luta dura. Não é esse mar de rosas que todo mundo pode pensar que é. O que significa estar no topo? Significa que você está exposto e disposto à luta.

Qual foi o período mais cruel da política para o senhor?
Muitas vezes, fui submetido a um período de injustiças muito grande. E de crueldade. São feridas que não cicatrizam. E que a política deixa na gente. Foi com grande amargura que eu atravessei aquele período no Senado (com as denúncias de atos secretos e privilégios na Casa ao longo do ano de 2009) e acho que foi uma das coisas mais injustas que vivi. Um pastel de vento que fizeram exclusivamente por motivos da guerra política para liquidar a pessoa que é tida como adversária. Eu serei sincero em dizer que não cicatrizou.

E quem são os adversários?
Quanto menos eu falar desse passado, melhor me sinto.

Sarney guarda ódio na geladeira?
Eu tenho absoluta incapacidade de ter ódio. Nunca tive inimigos. Nunca considerei as pessoas como adversárias. Não há um gesto meu, nem que eu tenha sido acusado, de eu ter erguido uma estátua à vingança. O ressentimento é contra a própria pessoa, porque ele cresce e a pessoa vive infeliz.

A Academia Brasileira de Letras é mais importante do que a política?
Olha, a Academia me deu mais alegria do que a Presidência. Minha vocação era a literatura. A política, para mim, foi um destino.

E o que seria o Sarney sem a política?
Eu teria feito uma melhor obra do que escrevi. A política me prejudicou muito nisso, na minha vocação. A política é uma atividade bem diferente da atividade literária, não é? A política lida com a realidade, a literatura, com abstrações. É muito difícil essa convivência entre o político e o intelectual. Mas a política também me deu oportunidade de trabalhar pelo meu país, me sentir útil para o meu estado.

O senhor acha que fez tudo pelo seu estado?
Acho que nada que existe no Maranhão deixou de ter a minha mão, dos últimos 50 anos para cá. Porque, quando eu fui governador do Maranhão e entrei na política, o estado tinha um ginásio, no qual eu estudei. Fiz 74 ginásios. Meu programa era uma escola por dia, um ginásio por mês, uma faculdade por ano. Consegui, com o governo federal, fundar a universidade federal. Fiz a universidade estadual. Mantive o ramal da estrada de ferro de São Luís ligando até o Piauí. Fiz a São Luís-Teresina asfaltada. Como presidente, fiz de São Luís ao sul do estado, a Norte-Sul. Fiz também de São Luís ao Pará.

Mas são os indicadores sociais mais baixos do país, um estado paupérrimo...
Há um erro muito grande quando dizem que o Maranhão é o estado mais pobre do Brasil. Pelo PIB, o Maranhão é o 14º estado do Brasil. Estamos na frente de Mato Grosso do Sul. Agora, a pobreza que dizem, os índices que dão do Maranhão, é pelo IDH. O Brasil é a sétima economia do mundo e o IDH brasileiro é o 81°. Se formos considerar por isso, o Brasil é menor. O IBGE tem 2 mil índices e, então três, quatro, são piores no Maranhão. Mas se formos buscar na periferia de São Paulo, na Baixada Fluminense, encontramos índices piores do que os do Maranhão. É o segundo porto do Brasil. Tem a maior fábrica de alumínio do mundo. Estamos com uma frente agrícola de soja muito grande, já exportando cerca de 3 milhões de toneladas. O estado foi coberto de estradas asfaltadas, energia, a ligação do sistema da Chesf com o de Tucuruí foi feita por mim ainda como presidente. A Roseana fez escolas no estado inteiro. O Maranhão cresceu 47% na última década e São Paulo cresceu 3%.

Por que tantas críticas, então?
Tivemos um governo (do Jackson Lago, governador de 2007 a 2009, morto em abril deste ano) que foi contra e que achava que, para poder destruir o José Sarney, tinha que destruir o Maranhão. Então, ele investiu em destruir a imagem do Maranhão. E começou a divulgar esses índices todos a nível nacional. Foi uma campanha institucional. Aqui em Brasília, tivemos uma coisa inacreditável. Quando votamos o empréstimo do BID para o Maranhão, vimos outdoors dizendo: "Maranhão, o estado mais miserável do Brasil". Foram feitos em Brasília. Foi uma campanha institucional e você não tem condições de resistir a isso. A realidade é outra. Quando fui governador, o Maranhão só tinha energia em São Luís e com quatro motores puxados à lenha. Era um racionamento completo. Hoje, todas as cidades têm energia elétrica. Não escolhi todos os governadores que me sucederam. Fui governador há 40 anos. Fizemos um planejamento que, bem ou mal, aconteceu. Fizemos o porto de Itaqui, o segundo do Brasil. A Vale do Rio Doce tem uma fábrica lá. Nossos índices sociais são determinados por um fator simples: é o único estado do Brasil em que 40% da população vive no campo. Isso não é contado na economia, o que é um mal, mas também é um bem, porque essa gente que vive no interior tem uma condição de vida pobre, mas sem miséria, tem a agricultura de subsistência.

Mantega no ataque
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, acusou o governo chinês de manter a cotação do iuan artificialmente desvalorizado e criticou a política monetária dos Estados Unidos, responsável pelo derramamento de centenas de bilhões de dólares no mercado. "Obviamente, a China manipula sua moeda e seria melhor que ela flutuasse", afirmou antes de participar de um fórum organizado pela revista The Economist na capital francesa. O ministro também considerou o dólar subvalorizado.

"Critico todas as manipulações das moedas, não apenas nos Estados Unidos", respondeu Mantega a um jornalista que observou que ele havia atacado os Estados Unidos durante o fórum, mas que não havia criticado a China com a mesma veemência. "Não sei se, nos Estados Unidos, se trata exatamente de uma manipulação. Mas é a flexibilização quantitativa que leva a uma subvalorização do dólar." Há um ano, ele denunciou a existência de uma guerra cambial no mundo.

ONGs criticam obra no Complexo do Alemão
Sob críticas de ONGs que atuam em favelas cariocas, a presidente Dilma Rousseff inaugurou ontem o teleférico que percorrerá todo o Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, ao lado do governador fluminense, Sérgio Cabral (C), e do prefeito local, Eduardo Paes. A obra conta com cinco estações, mas entidades defendem que a intervenção pouco contribui para as demandas das comunidades. Em discurso repleto de referências ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma destacou que o teleférico vai melhorar as condições de transporte público na cidade.

"É uma obra além de necessária, muito bonita, que mostra o intenso respeito pelos moradores do Complexo do Alemão. Eles terão o direito a ter acesso às melhores tecnologias do transporte de massa", defendeu. Para o coordenador do Observatório das Favelas, Mário Pires Simão, o investimento garante a espetacularização da ação pública. "Observamos que existem recursos, mas são direcionados para coisas que não atendem as demandas da comunidade." Segundo o especialista, da forma como foi feito, sem consultas aos moradores locais, o teleférico corre o risco de não ser funcional.

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