Entrar
Cadastro
Entrar
Publicidade
Publicidade
Receba notícias do Congresso em Foco:
Congresso em Foco
20/9/2010 16:34
[/caption]Roseann Kennedy
Desde agosto, os deputados federais não são obrigados a comparecer à Câmara, por causa do chamado recesso branco. Como não são programadas votações, não há corte de ponto.
Isso significa que, mesmo sem aparecer no Congresso, eles têm salário integral e também mantêm o recebimento da cota para exercício da atividade parlamentar, que varia de R$23 mil a R$34 mil.
É verdade que o trabalho de um deputado federal não está restrito à presença na Câmara. Há as atividades nas bases.
Mas, no período eleitoral, qualquer ação nos estados e municípios é uma permanente busca de votos, exceto que o parlamentar não seja mais candidato.
O resultado é que os deputados que estão tentando reeleição terminam gastando a verba indenizatória com gastos típicos de campanha. Usam o dinheiro público, por exemplo, para fretar aeronaves, alugar carros, contratar empresas de consultoria, pesquisa e marketing.
Obviamente que se perguntarmos, um a um, todos vão negar a aplicação do dinheiro na campanha. Vão argumentar que estão amparados nas normas da Câmara.
No entanto, é claro que esse benefício torna a disputa desigual. Afinal, como ressalta o economista Gil Castelo Branco, "não são todos os candidatos que podem não trabalhar, receber e fazer campanha".
Um levantamento feito pela Rádio CBN na prestação de contas dos 513 deputados mostra que no mês de agosto e em setembro até o dia 17, os deputados usaram quase R$ 7 milhões de reais da cota para exercício da atividade parlamentar. Só com o fretamento de aeronaves, gastaram R$ 320 mil. A locação de carros somou mais de R$ 1 milhão.
Ao que tudo indica, deputados federais não parecem preocupados em economizar ou abrir mão da cota. Até porque, quantas pessoas você conhece que dispensaria salários, benefícios e gratificações pagas na legalidade.
Mas, é aquela velha história: nem tudo que é legal é moral. O correto, mesmo, seria que eles não recebessem durante a campanha para não permitir essa mescla do uso do dinheiro público em benefício próprio. No entanto, são os próprios deputados que precisariam votar e mudar as regras. E não acredito que eles queriam levantar essa bandeira.
Temas
DEFESA DA ADVOCACIA
OAB pede reunião urgente com INSS após postagem sobre benefícios
AGENDA DO SENADO
Pauta do Senado tem isenção do IR e proteção a direitos sociais
A revolução dos bichos
Júlia Zanatta diz que galinha pintadinha é "militante do PSOL"
TENTATIVA DE GOLPE
STF começa na sexta a julgar recurso de Bolsonaro contra condenação
SEGURANÇA PÚBLICA
Entenda o projeto de lei antifacção e o que muda no combate ao crime