Entrar
Cadastro
Entrar
Publicidade
Publicidade
Receba notícias do Congresso em Foco:
Congresso em Foco
9/3/2009 | Atualizado às 16:20
Um protesto organizado por mulheres do Movimento Via Campesina do Espírito Santo paralisou hoje (9) por cinco horas as operações do porto de exportações da empresa Aracruz Celulose, o Portocel, no município de Aracruz (ES). A ocupação faz parte das atividades da Semana Internacional da Mulher.
Cerca de 450 mulheres chegaram às dependências do Portocel por volta das 5 horas, em 15 ônibus, com querosene, tinta e cupins para danificar aproximadamente 2 mil toneladas de celulose.
Segundo as organizadoras da manifestação, o protesto teve o objetivo de denunciar a concentração de terras da empresa, que são usadas para plantio de eucalipto para exportação e prejudicam a soberania alimentar; e denunciar o repasse de recursos públicos do Estado para a multinacional.
De acordo com a Via Campesina, organização internacional da qual o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) faz parte, a Aracruz se apropria de recursos públicos, mas não gera nem garante empregos, e destrói o meio ambiente.
A assessoria da Via Campesina alega que, para salvar a empresa da falência, o governo repassou, por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), R$ 2,4 bilhões para o grupo Votorantim comprar ações da multinacional. Apesar do repasse, a empresa já demitiu mais de 1.500 trabalhadores terceirizados.
O diretor superintendente do Portocel, Gilberto Marques, criticou o protesto, alegando que não havia justificativas para a ação que, segundo ele, prejudicou as exportações do grupo por quase toda a manhã.
"Nosso porto foi usado como instrumento para protesto contra o agronegócio e o sistema econômico. É uma agressão que não tem justificativa, que busca atingir as exportações do país, justamente num setor em que o Brasil é altamente competitivo. A empresa espera que fatos como este não permaneçam impunes", reclamou Marques.
No momento da manifestação, o Portocel operava a plena capacidade, com três navios atracados, uma composição ferroviária, uma barcaça de madeira e 40 caminhões de celulose. Ao todo, 150 trabalhadores da Aracruz ficaram parados por cerca de cinco horas.
O Portocel é o único porto do Brasil especializado no embarque de celulose. Está preparado para receber navios continuamente, com capacidade de embarque anual de 4,5 milhões de toneladas de celulose.
O terminal exporta toda a celulose produzida pela Aracruz e pela Cenibra, embarca parte da celulose produzida pela Suzano (BA) e toda a celulose da Veracel (BA), joint venture entre a Aracruz Celulose e a sueco-finlandesa Stora Enso. (João Torezani, especial para o Congresso em Foco)
Leia também:
Campesinas fazem manifesto em frente ao Ministério da Agricultura
Temas
Entrevista exclusiva
Hugo Motta nega ruptura e diz que Congresso tem ajudado o governo
POLÊMICA NO CONGRESSO
Relator quer STF como mediador e limitar ações de partidos no tribunal
MEDIDA PROVISÓRIA
Comissão mista vota reajuste de 9% para Forças Armadas em duas etapas