Faltando um dia para esclarecer a eventual contratação de parentes em seus gabinetes e escritórios políticos, metade dos senadores ignorou o pedido do presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN). Ele deu prazo até amanhã (10) para saber se os parlamentares da Casa cumpriram a súmula do Supremo Tribunal Federal (STF) que
proíbe o nepotismo nos Três Poderes.
A presidência, a direção e o setor de recursos humanos da Casa ignoram quantos parentes tenham sido demitidos ou mantidos nos seus cargos desde que a súmula do STF foi aprovada, em 21 de agosto.
Os auxiliares de Garibaldi também não podem afirmar se os senadores que não prestaram informações mantêm familiares nos gabinetes.
Sem autorização
Um dia depois da decisão do Supremo, o senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) admitiu contratar três familiares e
prometeu demiti-los. Mas, hoje (10) pela manhã, sua chefia de gabinete disse à reportagem sequer ter autorização para tratar do assunto.
Mozarildo não foi localizado em seu telefone celular para dizer se ainda mantém a esposa, a filha e um sobrinho empregadas. Ele defende uma “cota” para que familiares sejam contratados nos gabinetes.
A assessoria do senador Efraim Morais (DEM-PB) disse que o parlamentar já demitiu seus seis sobrinhos. De acordo com o gabinete do primeiro-secretário da Casa, a presidência já foi informada da demissão dos familiares.
Almeida Lima (PMDB-SE) mandou embora um sobrinho que trabalhava no escritório político em Sergipe, segundo seus auxiliares. O próprio Garibaldi demitiu um sobrinho que trabalhava na Presidência da Casa. (Eduardo Militão)