Entrar
Cadastro
Entrar
Publicidade
Publicidade
Receba notícias do Congresso em Foco:
Congresso em Foco
26/9/2008 | Atualizado às 12:28
Ícone da luta contra a degradação ambiental da Amazônia, a senadora Marina Silva (PT-AC) disse ao Congresso em Foco que a “política de enfrentamento” – inerente a governo e oposição – torna inadequado o tratamento dado pelo Parlamento à questão do meio ambiente. “Os temas que são estratégicos vêm sendo tratados de uma forma tênue, e o tema do meio ambiente tem estado na agenda o tempo todo”, reclamou a petista, lembrando que o assunto tem implicações para o país e para o planeta. “Alguns [parlamentares] querem retroceder no processo.”
Ex-ministra do Meio Ambiente, e há pouco menos de quatro meses de volta ao Senado, Marina criticou também o choque de atribuições entre Executivo e Legislativo, o que deixaria a “pauta verde” em segundo plano. “A banalização de MPs [medidas provisórias] não é bom para o Congresso Nacional. O bom seria que o Legislativo tivesse a prerrogativa de legislar”, alfinetou a senadora, referindo-se ao trancamento da pauta provocado pela edição de MPs, que têm prioridade de votação.
Graças a tal impasse, Marina lembra que alguns projetos importantes continuam “dormitando” nas gavetas do Parlamento, como os projetos da Lei da Mata Atlântica, da Lei das Águas e da Lei dos Resíduos Sólidos.
“Não é razoável que projetos dessa natureza fiquem tantos anos sem aprovação”, lamentou a petista, dizendo ter ficado “super-honrada” por ter sido a parlamentar mais associada ao meio ambiente pelos jornalistas, público que, segundo ela, tem um “olhar qualificado”. “É uma menção para uma causa.”
A despeito das deficiências do Parlamento, Marina exaltou a qualidade dos debates e a aprovação de matérias importantes, como a que criou o Instituto Chico Mendes. Mas criticou de maneira firme a proposição do Executivo (MP 422/08) que elevou de 500 para
Falta espaço
Outro parlamentar conhecido pela associação de seu nome à bandeira da ecologia, o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) disse à reportagem que a questão do meio ambiente ainda não é devidamente valorizada no Congresso. “Como o meio ambiente às vezes não é considerado prioridade, os projetos sobre o tema não encontram espaço na pauta.”
Além disso, alega Gabeira, a “interferência” do Executivo nos trabalhos legislativos tem prejudicado os projetos sobre o tema, como Marina já havia destacado.
“O que está faltando é colocar o tema na agenda. A pauta da Câmara tem sido prejudicada pelo excesso de MPs em espaços curtos”, concluiu o parlamentar fluminense, para quem o assunto tem potencial de aprovação na Casa. “Se pudermos levar esses temas para a agenda, acho que uns 70% dos projetos podem ser aprovados.”
Sobra barulho
Membro da Frente Parlamentar Ambientalista, o senador Renato Casagrande (PSB-ES) disse à reportagem que, por meio da opinião dos jornalistas, o Prêmio Congresso em Foco demonstra “uma demonstração clara de que o tema está sendo tratado no Congresso Nacional e no Senado da República”.
“Tenho a compreensão de que as pessoas estão identificando minha atuação junto à questão ambiental. Isso me estimula a continuar realizando esse trabalho e a continuar promovendo o debate de temas importantes. E é muito importante esse evento que o Congresso em Foco promove junto aos jornalistas”, declarou Casagrande, citando a discussão dos recursos hídricos como um dos debates mais proveitosos no Parlamento.
A despeito do otimismo, Casagrande denuncia que a questão ambiental é, por vezes, colocada de lado quando outros temas são levados à pauta legislativa. “[O tema do meio ambiente] ainda tem pouco espaço. Muito barulho, mas pouca prática. Na hora das prioridades, na disputa de temas – e não só a ecologia, mas também a questão do desenvolvimento sustentável – o meio ambiente ainda não tem a atenção que merece.”
Temas
DEFESA DO CONSUMIDOR
Lula sanciona lei que cria novos direitos para clientes de bancos
RESOLUÇÃO DERRUBADA
Veja como cada deputado votou no projeto sobre aborto em crianças
PROTEÇÃO À INFÂNCIA
Governo critica projeto que suspende norma sobre aborto legal infantil