Entrar
Cadastro
Entrar
Publicidade
Publicidade
Receba notícias do Congresso em Foco:
Congresso em Foco
8/6/2008 | Atualizado às 10:28
Estado de S. Paulo
Brasileiro levou VarigLog sem gastar
Toda a guerra de pressões políticas e lobbies na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) começou com um negócio nebuloso: a formação da sociedade entre estrangeiros e brasileiros para comprar a empresa de cargas VarigLog, entre 2005 e 2006. Segundo a Justiça paulista, o negócio foi arquitetado para burlar a legislação brasileira, que proíbe estrangeiros de serem donos de mais de 20% do capital votante de uma companhia aérea.
O que vem a público agora é que os três sócios brasileiros que aparecem como controladores da VarigLog, com 80% do capital votante, não desembolsaram um real para comprar a empresa. A parte deles foi comprada com dinheiro emprestado, numa operação financeira costurada pelo sócio estrangeiro, o fundo de investimentos americano Matlin Patterson.
O sócio do fundo, Lap Chan, nascido na China e criado no Brasil, contou ao Estado, há três meses, que ele mesmo procurou um banco para emprestar o dinheiro aos brasileiros para que eles comprassem a VarigLog. Marco Antônio Audi, Marcos Haftel e Luiz Eduardo Gallo receberam um empréstimo de US$ 1 milhão cada um. "Consegui um empréstimo para eles no banco JP Morgan", contou Lap.
VarigLog tinha contrato paralelo
Um documento que estava guardado nas gavetas dos sócios da VarigLog está ajudando a reabrir uma discussão sobre quem é o verdadeiro dono da empresa. Trata-se de um contrato conhecido como "put and call", que dava direito aos sócios estrangeiros de comprar, a qualquer momento, a parte dos sócios brasileiros. Hoje, os sócios brasileiros se recusam a cumprir o contrato e dizem que foram coagidos a assinar o documento.
Para as autoridades, a história só começou a aparecer agora. Na época em que a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) estava apreciando a nova estrutura societária da VarigLog, no primeiro semestre de 2006, surgiram denúncias de que o verdadeiro controlador da companhia poderia ser o fundo americano Matlin Patterson e não os sócios brasileiros.
Oposição cobra esclarecimentos de Dilma
Senadores da oposição ao governo cobram da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, esclarecimento sobre pressões que livraram o comprador da VarigLog do pagamento de uma dívida tributária calculada, há dois anos, em R$ 2 bilhões. O senador Demóstenes Torres (PSDB-GO) afirma que Dilma e a secretaria-executiva da Casa Civil, Erenice Guerra, que comandou reuniões do processo de venda da companhia, deixaram o "prejuízo" para a União e o contribuinte. Ao comentar reportagem publicada ontem pelo Estado sobre essas pressões, Torres disse que está "claro" o "jogo de influência" no governo. "Quando se vende uma coisa se vende tudo, a parte boa e a parte ruim", afirmou.
Ministério Público vai apurar morte de ex-presidente da Bancoop
A morte de Luís Eduardo Saeger Malheiro, ex-presidente da Bancoop (Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo), vai ser investigada pelo Ministério Público de São Paulo. A versão oficial é que Malheiro foi vítima de um acidente de carro, em 12 de novembro de 2004, no município de Petrolina (PE). Mas, segundo seu irmão, Hélio Malheiro, ele havia sido alertado para reforçar sua segurança pessoal.
O alerta, afirmou Hélio, ocorreu no início de fevereiro de 2002. Duas semanas antes, no dia 18 de janeiro daquele ano, Celso Daniel (PT), prefeito de Santo André, fora seqüestrado e fuzilado em um atalho de terra em Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo.
Segundo Hélio, o alerta foi dado por José Carlos Espinoza, que depois seria chefe do Gabinete Regional da Presidência da República em São Paulo. Para Hélio, o acidente está mal explicado. Em depoimento à Promotoria de Justiça, ele pediu investigações sobre o caso. Disse que considera "estranhas as circunstâncias" do desastre que vitimou seu irmão e outros dois dirigentes da Bancoop.
Cooperados brigam na Justiça
Fundada há 11 anos por iniciativa do Sindicato dos Bancários de São Paulo, a Bancoop é fustigada na Justiça por milhares de cooperados que alegam não ter recebido seus apartamentos no prazo certo e que foram "vítimas de um engodo". O presidente Lula é cooperado. Ele adquiriu apartamento no Guarujá. Ricardo Berzoini, deputado e presidente do PT, é um dos fundadores. A Bancoop é alvo de dezenas de ações judiciais e de investigação policial.
Em 2007, o Conselho Superior do Ministério Público Estadual rejeitou arquivamento de investigação sobre supostas irregularidades na cooperativa e determinou abertura de ação judicial, com base no Código de Defesa do Consumidor.
No âmbito criminal, o promotor José Carlos Blat, que acompanha inquérito policial sobre a Bancoop, pediu quebra do sigilo bancário da entidade. Ele quer identificar o fluxo de caixa da Bancoop para verificar se a cooperativa transferiu recursos para campanhas do PT.
Para oposição, denúncia precisa ser investigada
Diante das novas denúncias lançadas sobre a Bancoop por Hélio Malheiro, a oposição defendeu ontem uma investigação aprofundada do caso na esfera federal. Apesar de dizerem que é cedo para falar em mais uma comissão parlamentar de inquérito, integrantes do DEM e do PSDB pediram que o assunto seja apurado até esclarecer as dúvidas sobre o financiamento das campanhas eleitorais do PT.
O presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (CE), afirmou que esse é mais um episódio no conjunto de denúncias graves que atingem o PT e o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "É inaceitável que a investigação não seja, em primeiro lugar, aprofundada. E, em segundo, a mais esclarecedora possível", argumentou o parlamentar.
Ao comentar as acusações feitas por Malheiro contra o deputado e presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini (SP), Guerra disse que, se o petista rebate as acusações, não tem motivos para temer uma investigação. De acordo com a versão de Malheiro, dinheiro desviado da Bancoop foi usado na campanha do petista em 1998. Berzoini, que dirigiu a entidade até 2002, nega a acusação.
Dora Kramer - Serra assume Alckmin e Kassab
Os termos exatos do texto só ele sabe e não revela a ninguém. Mas o sentido da nota oficial em que o governador José Serra vai anunciar sua posição na eleição para prefeito de São Paulo já está definido e será de uma ambigüidade radical.
Impedido pelas circunstâncias de dizer sim ou não e obrigado por elas a se manter na faixa intermediária do antes muito pelo contrário, Serra exaltará as qualidades dos dois, desejará sucesso a ambos, reafirmará que o PT é o adversário principal e se retirará de cena até o fim da campanha.
O governador ainda não decidiu se mantém a decisão de simplesmente comunicar sua posição ou se faz isso durante uma entrevista coletiva. Por via das dúvidas, já começou a escrever a nota a ser divulgada antes das convenções partidárias que oficializarão as candidaturas de Gilberto Kassab (DEM) e Geraldo Alckmin (PSDB), nos próximos dias 14 e 22, respectivamente.
E-mail prova laços antigos entre Paulinho e BNDES
Um e-mail capturado pelos peritos da Polícia Federal, datado de 26 de janeiro de 2005, faz um laço de mais de três anos entre o esquema de desvio de recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força. A mensagem, enviada por Marcos Mantovani, da Progus Consultoria, ao lobista e então conselheiro do banco estatal João Pedro de Moura informa que Gaspar (supostamente José Gaspar, vice-presidente do PDT paulista) "achava importante" apresentar o esquema da consultoria a Paulinho.
A Progus cobrava uma "taxa de sucesso" sobre financiamentos concedidos pelo BNDES e, segundo os federais, repartia o valor entre os envolvidos na liberação da verba. É o que Mantovani descreve, em outro e-mail obtido pela PF, como "um esquema de parceria típica de negócios e política", no qual explica a sistemática da atuação da consultoria a um suposto funcionário.
Ação, deflagrada em 24 de abril, teve 10 prisões
A Polícia Federal deflagrou a Operação Santa Tereza no dia 24 de abril e prendeu 10 empresários, advogados e servidores públicos que estariam envolvidos em um esquema de liberação e desvio de verbas do BNDES. As investigações tiveram início com uma suspeita de tráfico internacional de mulheres na casa noturna paulistana WE Original, de Manuel Fernandes de Barros, o Maneco, hoje foragido.
STF apura venda de passagens de deputados
As denúncias levantadas no final de 2006 sobre suposta revenda de passagens aéreas a que os deputados têm direito estão sob análise do Supremo Tribunal Federal (STF). O inquérito, feito pelo Ministério Público Federal e pela Polícia Federal, foi distribuído em 11 de março para o ministro Cezar Peluzo.
O caso já havia sido analisado pela Corregedoria da Câmara no ano passado, mas acabou arquivado pela Mesa Diretora. De acordo com a assessoria da Casa, a orientação, agora, é de aguardar uma definição judicial antes de definir pela abertura de processo administrativo.
No STF, o inquérito de 198 folhas, sobre suspeita de peculato - crime praticado por funcionário público no exercício da profissão - e formação de quadrilha, corre em segredo de Justiça. Caberá a Peluzo definir a abertura ou não de processo. O caso foi parar no Supremo porque envolve o deputado Luiz José Bittencourt (PMDB-GO).
Yeda exonera quatro após divulgação de nova gravação
Após a divulgação de uma nova gravação levantando suspeitas sobre auxiliares, a governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB), aceitou ontem os pedidos de demissão do chefe da Casa Civil, Cezar Busatto (PPS); do secretário-geral de governo, Delson Martini (PSDB); do chefe do escritório do Estado em Brasília; Marcelo Cavalcante, e do comandante-geral da Brigada Militar, coronel Nilson Nobre Bueno.
A exoneração simultânea dos quatro colaboradores tenta acabar com a maior crise política da atual administração gaúcha. Gravações divulgadas na quarta-feira e na sexta-feira passadas pelo presidente da CPI do Detran, Fabiano Pereira (PT), deixaram os secretários em situação difícil.
A primeira mostrou envolvidos em uma fraude de R$ 44 milhões no Departamento Estadual de Trânsito (Detran) combinando uma maneira de receber instruções de Martini para resolver um impasse entre empresas que prestavam serviços superfaturados.
''Governo tem o pecado das MPs e a oposição, o das CPIs''
No próximo dia 12, o ex-deputado estadual, ex-prefeito de Natal, ex-governador do Rio Grande do Norte e senador Garibaldi Alves (PMDB-RN), 61 anos, completa seis meses no comando do Senado. Do alto da cadeira da presidência, fez ao Estado a síntese do que julga ser hoje a combinação dos "pecados" básicos da improdutividade do Legislativo: "O governo tem o pecado das Medidas Provisórias e a oposição tem o pecado das CPIs. Tudo o que a oposição quer fazer na vida é uma CPI. É o sonho dourado. E tudo o que o governo quer é que não mexam com as MPs, que são o paraíso."
Garibaldi se diz impressionado com os "discursos malucos" de alguns colegas, que também irritam outros parlamentares, e faz um alerta sobre o excesso de confiança nos acordos prévios que prevêem, no processo sucessório interno de 2009, entregar a Câmara ao PMDB e o Senado ao PT. "Não sei se vão prevalecer", diz. Mas já adianta que é favorável ao entendimento para que as presidências das duas Casas não vivam em confronto. No caso atual, revela-se um consenso entre ele e o presidente da Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), nas críticas dos dois ao excesso de MPs editadas pelo Planalto.
Ele conta que o próprio presidente da República já admitiu que alguns ministros só falam em resolver os problemas legais por meio de MPs, como se não existissem os projetos de lei e o Congresso. Sobre um terceiro mandato para Lula, Garibaldi diz que o presidente viraria um "semi-imperador".
Deputado quer deixar PHS por justa causa
O deputado Felipe Bornier (PHS-RJ) pediu ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sua desfiliação por justa causa, para que não perca o mandato por infidelidade. Bornier, eleito em 2006, alega que não foi consultado sobre a intenção de seu partido de integrar um bloco na Câmara com PSB, PC do B, PDT, PAN e PMN. Diz também que foi excluído da propaganda do PHS que foi ao ar em 1° de maio, "numa clara demonstração de discriminação da direção nacional".
STF investiga Cassol por compra de votos
O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu investigar o governador de Rondônia, Ivo Cassol, o senador Expedito Júnior (PR) e mais 11 pessoas, incluindo um deputado estadual. Inquérito da Polícia Federal revelou um esquema de compra de votos nas eleições de 2006 e eles são acusados de envolvimento. A decisão foi tomada pelo STF na quinta-feira, no julgamento de recursos da Procuradoria-Geral da República, que pediu desmembramento do inquérito, e de Expedito.
Richa busca apoio do PPS em Curitiba
O prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), está em busca de alianças para sua reeleição. Depois de garantir o apoio do PDT, na sexta-feira ele foi até a reunião da Executiva Nacional do PPS tentar convencer o pré-candidato Rubens Bueno a abrir mão da disputa para apoiá-lo já no primeiro turno. O senador Osmar Dias (PDT) também foi ajudar, mas Bueno, ex-deputado federal, limitou-se a dizer que a "Executiva Nacional do PPS é que vai deliberar sobre alianças".
Emenda obrigará 36% das Câmaras Municipais a cortar despesas
Mais de um terço das Câmaras Municipais terá de cortar despesas se o Senado aprovar a Proposta de Emenda Constitucional 333/2004. O projeto aumenta o número de vereadores, mas reduz as verbas para sustentá-los, ao estabelecer novos critérios para repasses de recursos.
Segundo estudo do economista e geógrafo François Bremaeker, consultor do Instituto Brasileiro de Administração Municipal (Ibam), 36,7% dos Legislativos municipais terão orçamentos mais curtos a partir de 2009, caso os senadores aprovem o texto até 30 de junho. Pelas simulações de Bremaeker, no mínimo 2 mil cidades precisarão reduzir repasses para os Legislativos. A proposta já passou na Câmara dos Deputados e gerou um movimento de vereadores, para que só o número de vagas seja votado por enquanto - a questão das verbas ficaria para depois.
Crescimento da economia projeta R$ 1,6 bi a mais de FPM
O crescimento da economia já garante em 2008 pelo menos mais R$ 1,645 bilhão às prefeituras via Fundo de Participação dos Municípios (FPM), diz estudo do economista e geógrafo François Bremaeker. Segundo o levantamento, o aumento virá da reestimativa de receita do Imposto de Renda e do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), e em sua maior parte será repassado às cidades em 10 de dezembro, como parte de adicional de 1% do FPM instituído no ano passado. A cidade de São Paulo receberá mais R$ 4.155.832,94, cifra relativamente pequena, mas cidades menores e mais pobres terão algo equivalente a uma folha de pagamento mensal - na prática, o 13º salário.
Convenções definem quadro em SP
Em clima de disputa e de muitas incertezas, será aberta nesta terça-feira a temporada de convenções partidárias que vão oficializar os candidatos à Prefeitura de São Paulo na eleição de outubro. A decisão mais esperada é a do PSDB. O partido trava há pelo menos seis meses uma guerra interna para definir se terá candidato próprio - o ex-governador Geraldo Alckmin - ou se apoiará a reeleição do prefeito Gilberto Kassab (DEM).
Dos nanicos aos mais robustos, todos os partidos já marcaram seu encontro. A largada será dada, no dia 10, pelo PR. A estréia, entretanto, não promete fortes emoções. A sigla já anunciou no mês passado que não lançará candidato e apoiará Kassab. O encontro servirá apenas para formalizar a aliança.
Parentes de Lula pedem votos em São Bernardo
De olho no prestígio do parente famoso, o filho adotivo e a cunhada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva buscam, agora, o reconhecimento das urnas. Embora façam questão de negar, Marcos Cláudio Lula da Silva - filho do primeiro casamento da primeira-dama Marisa Letícia - e Tereza Otília, irmã de Marisa, candidatos a vereador em São Bernardo do Campo (SP), devem usar como principal trunfo eleitoral o parentesco com o presidente. Marcos vai concorrer pelo PT e Tereza pelo PSB, partido ao qual a legenda de Lula faz oposição na cidade.
Correio Braziliense
Políticos em dívida com a Receita
Sonegação fiscal, fraude no Imposto de Renda, crime tributário. Esses delitos soam mal para a maioria dos brasileiros que todos os anos vêem seus salários se dissolverem em impostos e mesmo assim se esforçam para não cair na malha fina da Receita Federal. Mas a preocupação não parece ser compartilhada por alguns parlamentares. Levantamento feito pelo Correio mostra que 14 deputados e quatro senadores estão há anos sob investigação por crimes de ordem tributária sem que negociem seus débitos.
Apesar de a maioria dessas ações tramitar em segredo de justiça, técnicos da Procuradoria-Geral da República – órgão responsável pela apresentação das denúncias ao Supremo Tribunal Federal (STF) – estimam que os prejuízos causados pela bancada de sonegadores ultrapassem a marca de R$ 500 milhões. Não é para menos. Somente um deputado federal, José Fuscaldi, o Tatico, deve sozinho mais de R$ 100 milhões.
A nova trincheira da oposição no Senado
Um bem articulado trabalho de bastidores da oposição nos últimos meses fez com que a Comissão de Serviços de Infra-Estrutura se transformasse numa espécie de CPI permanente contra o governo Lula no Senado. Em pelo menos dois episódios recentes, a comissão se tornou a ponta-de-lança para apurações com potencial de comprometer o futuro político da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff: o caso do dossiê com gastos sigilosos do governo FHC e, desde a semana passada, a suspeita de que ela trabalhou para acelerar a venda da Varig.
Como numa CPI, a ex-diretora da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) Denise Abreu foi convidada para ir à comissão um dia depois acusar Dilma, em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, de pressioná-la a desconsiderar exigências legais na venda da VarigLog para um pool de sócios brasileiros e estrangeiros. Exceto Dilma Rousseff, todos os envolvidos na transação comercial, entre eles, o compadre do presidente Lula e advogado da Varig, Roberto Teixeira, já foram convidados
Manobras para ganhar fôlego
O PDT de São Paulo vai tomar duas decisões capazes de dar força à defesa do mandato do deputado Paulo Pereira da Silva, que responde a processo no Conselho de Ética por quebra de decoro parlamentar. A reunião do diretório estadual prevista para amanhã deverá oficializar o afastamento de Paulinho da presidência da legenda e indicar o apoio à candidatura de Marta Suplicy (PT) à Prefeitura da capital paulista.
A presidência interina será assumida pelo secretário-geral no estado, deputado federal Reinaldo Nogueira. A decisão reduz a influência de setores da Força Sindical, entidade comandada por Paulinho, no diretório estadual.
A dura vida de quem sonha ficar no poder
Disputar reeleição não é sinônimo de vitória fácil. Que o digam os prefeitos de capitais que disputarão uma chance de continuar à frente de suas cidades a partir de 2009. Dos 20 que tentarão a reeleição, apenas nove têm chance de vitória no primeiro turno.
Outros nove terão de suar a camisa para chegar no segundo turno. E dois estão com dificuldades de serem competitivos. Ou seja, a máquina administrativa, tão falada nessa época de eleição, não tem sido suficiente para garantir a esses prefeitos uma vitória tranqüila nas urnas.
O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), por exemplo, sabe que terá uma dura tarefa pela frente. Herdou o cargo de José Serra em 2006, quando o tucano foi eleito governador de São Paulo. Agora, sonha em ficar no posto da maior cidade do país. Conta com o apoio de Serra, mas não de todo o PSDB. Boa parte dos tucanos prefere lançar Geraldo Alckmin. Sem falar na adversária Marta Suplicy (PT), que lidera com o tucano a corrida eleitoral na cidade.
Cai cúpula do governo gaúcho
Em meio a uma grave crise, provocada pela divulgação de um diálogo do vice-governador Paulo Feijó (DEM) com o chefe da Casa Civil, Cézar Busatto (PPS), a governadora Yeda Crusius anunciou ontem que aceitou os pedidos de demissão de Busatto, do secretário-geral de Governo, Delson Martini, do chefe do escritório do Rio Grande do Sul em Brasília, Marcelo Cavalcante, e do comandante-geral da Brigada Militar (BM), coronel Nilson Bueno. É a maior mudança no secretariado de uma só vez desde que Yeda assumiu o Palácio Piratini. A governadora disse que vai consultar o conselho político na próxima segunda-feira para tratar a substituição desses nomes que saem do governo.
Em entrevista coletiva, após dias de silêncio diante da crise no governo, a governadora questionou a atitude do vice-governador Paulo Feijó, com quem está rompida politicamente, de gravar uma conversa com Busatto, sem que o chefe da Casa Civil soubesse que o diálogo estava sendo gravado. Segundo Yeda, a gravação foi um teatro e não tem valor ético ou moral. No diálogo, Busatto diz a Feijó que o Detran e o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) foram fontes de financiamento para todos os governadores. “Quem estava gravando sabia que estava gravando e pode fazer o teatro que bem quis. Busatto saberá dar a volta por cima”, reclamou a tucana.
Afinados contra terceiro mandato
A polêmica em torno do tempo ideal em que presidentes da República devam permanecer no cargo não encontra consenso nem entre os que ocuparam a função e conseguiram concluir seus mandatos. Diante de especulações em torno de um terceiro mandato para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Correio ouviu três ex-presidentes sobre a duração de um mandato. Dois deles são contra a reeleição. Mas sobre a permanência no poder, cada um possui argumentos diferentes com quais trabalham para influenciar seus aliados a mudar a lei.
Na opinião do ex-presidente e atual senador José Sarney (PMDB-AP), o sistema presidencial seria aprimorado se a legislação passasse a determinar um prazo de seis anos para a permanência de um presidente no poder, sem direito à reeleição. Para ele, quatro anos é pouco tempo para consolidar propostas.
Posição parecida tem o ex-presidente Itamar Franco, que comandou o país entre 1992 e 1995. Para ele, o ideal é conceder apenas mais um ano de mandato, proibindo não somente a reeleição consecutiva, mas também a possibilidade de nova candidatura ao cargo de presidente e de vice.
A forma atual agrada apenas a Fernando Henrique Cardoso, que se beneficiou da aprovação da lei da reeleição. Ele foi presidente duas vezes, entre 1995 e 2002. Para ele, o ideal são quatro anos com a possibilidade de retornar ao poder apenas uma vez.
O discreto conselheiro de Lula
O ministro de Comunicação Social, Franklin Martins, não é petista. Não tem mandato eletivo nem carrega no currículo vitórias em eleições majoritárias, como o senador e ex-presidente José Sarney (PMDB-AP). Mesmo assim, é hoje o principal conselheiro político do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Tal status, que é perseguido de forma quase obsessiva por parlamentares e ministros, deixa Franklin incomodado. Pelo menos quando é tornado público. Jornalista habituado a lidar com os bastidores do Congresso e do Palácio do Planalto, o ministro prefere a discrição.
Mantém-se fiel ao estilo low profile. Primeiro, por opção pessoal. Segundo, relatam pessoas próximas a ele, por uma espécie de senso de sobrevivência. A história recente demonstra que o presidente Lula não vê com bons olhos aliados e auxiliares que se apresentam como superpoderosos. Revela ainda que os homens fortes na política são alvos preferenciais de ataques. E não apenas de adversários. Em suas diferentes facetas, como dossiês e notas “plantadas” em jornais, o chamado fogo amigo é uma marca do governo atual.
Folha de S. Paulo
Alvo de disputas, VarigLog vive crise
Dois anos após a compra da VarigLog, ex-subsidiária de cargas da Varig, o fundo americano Matlin Patterson diz que a empresa está se recuperando dos problemas financeiros que enfrentou decorrentes das disputas judiciais e administrativas do fundo com os sócios brasileiros afastados pela Justiça. Dois sindicatos da categoria e funcionários da empresa ouvidos pela Folha discordam. Para eles, a situação financeira da VarigLog ainda é precária.
A VarigLog está no centro das denúncias contra a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), acusada por ex-diretores da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) de ter pressionado pela aprovação de sua venda, apesar de alertas sobre a condição irregular da sociedade formada pelo fundo americano e os sócios brasileiros.
Os funcionários da VarigLog em Guarulhos paralisaram as atividades na madrugada de ontem. Segundo Raphael Moraes, um dos integrantes da Comissão Interna de Representantes dos Trabalhadores da VarigLog de Guarulhos, eles querem o fim da "seqüência de demissões" e o pagamento dos salários atrasados.
PSDB diz que foi procurado antes por ex-diretora da Anac
O presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra, disse à Folha que Denise Abreu, ex-diretora da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), o procurou há cerca de "dois a três meses" para fazer denúncias contra a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil).
"Ela me procurou dizendo que estava sendo perseguida e queria se defender. Só que na época avaliamos que faltava liga, provas, e sugerimos que ela deveria buscar a imprensa", afirmou Guerra.
Em entrevistas, Abreu acusa Dilma e a secretária-executiva da pasta, Erenice Guerra, de pressioná-la a não exigir documentos que atestassem, entre outros, a capacidade financeira dos compradores da VarigLog.
Elio Gaspari - A comissária Rousseff encrencou-se na Varig
A DENÚNCIA de Denise Abreu, ex-baronesa da Anac, acusando a comissária Dilma Rousseff de ter empurrado goela abaixo da agência a qualificação da VarigLog para comprar a Varig correria o risco de ser transformada na gritaria de "Os Sapos", de Manuel Bandeira:
Urra o sapo-boi:
"Meu pai foi rei!" - "Foi!" - "Não foi!"
"Foi!" - "Não foi!"
Felizmente, a denúncia da doutora está montada em fatos concretos, com aspectos verificáveis. Na sua entrevista aos repórteres Mariana Barbosa e Ricardo Grinbaun, Denise Abreu disse que foi pressionada pela comissária para esquecer a possível maquiagem do capital da VarigLog. (Ela sabia que os sócios brasileiros não tinham bala para cobrir 80% do valor da companhia.) Pressionou? Não pressionou? A doutora informa que isso aconteceu numa reunião no Planalto, em abril de 2006. Basta conferir nas agendas da comissária e da baronesa. Além disso, ela diz que a Anac fizera novas exigências à VarigLog.
Lula autoriza aperto fiscal de 4,5% do PIB
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva autorizou a equipe econômica a perseguir informalmente uma meta de superávit primário de 4,5% do PIB (Produto Interno Bruto) neste ano. Oficialmente, a meta já foi elevada de 3,8% para 4,3%, o que significa economizar mais de R$ 13 bilhões.
Com mais 0,2 ponto percentual, o valor salta para cerca de R$ 18 bilhões. A economia de 0,2 ponto percentual adicional será atingida pela administração da "boca do caixa do Tesouro Nacional", segundo expressão de um auxiliar presidencial envolvido na negociação para que o governo faça um esforço fiscal maior.
A Folha também apurou que Lula disse a subordinados que pretende avaliar a evolução da inflação, dos juros, da arrecadação de tributos e dos gastos públicos ao longo deste ano para decidir se elevará ainda mais o aperto nos seus dois últimos anos de poder (2009 e 2010).
Mato Grosso tem maior área registrada por estrangeiros
Estrangeiros estão comprando propriedades rurais em todos os Estados do Brasil. Levantamento inédito do Incra revela que o interesse estrangeiro vai muito além da Amazônia. Com 1.377 propriedades espalhadas numa área de 754,7 mil hectares, Mato Grosso é o Estado que tem a maior área de terras em nome de empresas e pessoas de outros países.
São Paulo, por sua vez, é o campeão em número de propriedades em nome de pessoas de outras nacionalidades. São 11.424 terrenos, que, somados, representam 504,7 mil hectares do território paulista. Mato Grosso do Sul, Bahia, Minas Gerais, Paraná e Goiás também estão no topo da lista do Incra como os Estados com maior área nas mãos de estrangeiros.
Crise derruba parte do secretariado de Yeda
Em mais um capítulo da maior crise política de sua gestão, a governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB), anunciou ontem a demissão de três membros do primeiro escalão do governo e do comandante-geral da Brigada Militar (a PM gaúcha).
Segundo a tucana, as cartas de demissão do chefe da Casa Civil, Cézar Busatto, do secretário-geral de Governo, Delson Martini, do chefe do escritório do Estado em Brasília, Marcelo Cavalcante, e do comandante-geral da Brigada Militar, coronel Nilson Bueno, foram apresentadas na noite de sexta.
A mudança – a maior no primeiro escalão desde a posse de Yeda, em 2007- veio como resposta à crise política agravada na semana passada com a divulgação de grampos telefônicos feitos pela Polícia Federal e de conversa gravada pelo vice-governador e inimigo político de Yeda, Paulo Feijó (DEM), em que Busatto reconhece o uso de estatais no financiamento de campanhas eleitorais.
Desempenho de Kassab segue ritmo de obras
Não é apenas obra do carisma, nem só do alicerce ideológico do candidato. Na disputa pela Prefeitura de São Paulo, a performance eleitoral segue o ritmo do bate-estaca.
Avaliação dos números do instituto Datafolha mostra que a evolução da intenção de votos também acompanha o cronograma de obras realizadas nas diferentes regiões da cidade.
Segundo dados do Datafolha, é na zona leste -palco de maior volume de obras na cidade- que o prefeito Gilberto Kassab (DEM) registra o seu melhor desempenho.
De agosto do ano passado até o dia 15 de maio – quando foi realizada a última pesquisa do Datafolha –, Kassab apresentou um crescimento de dez pontos percentuais na região, sendo um salto de oito pontos somente a partir de março.
Professor de Harvard propõe menos imposto para mulher
Alberto Alesina, professor de Economia da Universidade Harvard, lançou, no fim do ano passado, uma discussão que colocou em xeque sua respeitada carreira acadêmica: as mulheres trabalhadoras deveriam pagar menos impostos do que os homens. Dessa maneira, defende Alesina, não só seriam incentivadas a ir ao mercado de trabalho, como o PIB (Produto Interno Bruto) cresceria, os impostos em geral recuariam e as relações de trabalho dentro da própria casa tenderiam a ser mais justas, no longo prazo.
O Globo
Partidos realizam convenções em clima tenso
A disputa municipal nas principais capitais está embolada, com muitos candidatos e alianças que, dependendo da realidade local, poderão separar aliados e unir adversários do campo nacional. Preocupados com o impacto dessas alianças nas eleições estaduais e presidenciais de 2010, as cúpulas dos partidos – sobretudo do PT e PSDB – prometem acompanhar de perto as convenções partidárias que serão realizadas até o fim do mês. Tanto na oposição quanto no governo há uma forte preocupação em evitar seqüelas em seus grupos nas capitais consideradas estratégicas.
Varig: Procuradora da Fazenda sofreu pressão
A ação do governo para concretizar a operação de venda da Varig também atingiu a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN). O ex-procurador-geral da Fazenda Nacional Manoel Felipe Brandão admitiu ao Globo ontem que sofreu pressões do Palácio do Planalto para mudar seu parecer relativo à operação, no qual entendia que o comprador da Varig deveria assumir as dívidas tributárias da empresa com a União, em torno de R$ 2 bilhões.
“Houve uma pressão, que é comum quando há entendimentos técnicos diferentes sobre algum assunto – disse Brandão, que deverá ser convocado pela oposição para falar na Comissão de Infra-estrutura do Senado.
Crise da Anac expõe falha das agências
Ao ser acusada de interferir na venda da VarigLog, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, respondeu às acusações afirmando estar sendo “vítima de fogo inimigo”. Essa retórica não convenceu especialistas em regulação.
Eles estão convencidos de que a denúncia evidenciou as falhas das agências reguladoras, o que poderá inibir investimentos no país. Duas delas, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e a Agência Nacional do Petróleo (ANP), têm cargo de diretor vago desde o fim de 2007 e 2004, respectivamente.
Nobel no Planalto contra o aquecimento global
A posse de Carlos Minc no Ministério do Meio Ambiente levou para o governo uma vencedora do Prêmio Nobel da Paz: a nova secretária de Mudanças Climáticas, Suzana Kahn Ribeiro. Professora da Coppe/UFRJ, ela é a única mulher brasileira no IPCC, o painel de mudanças climáticas que recebeu a láurea com o ex-vice-presidente americano Al Gore.
Carioca do Leblon, a pesquisadora ainda espera a nomeação, mas já desembarcou em Brasília com metas ambiciosas. A principal é convencer o país de que o aquecimento global não é conversa de ecologista. E de que seus efeitos, como a elevação do nível do mar e o aumento das enchentes, serão mais dramáticos para os pobres.
Temas
IMUNIDADE PARLAMENTAR
Entenda o que muda com a PEC da Blindagem, aprovada pela Câmara
MANOBRA NA CÂMARA
Eduardo Bolsonaro é indicado a líder da Minoria para evitar cassação