As eleições municipais no Sudeste

Erich Decat

Belo Horizonte (MG)

A disputa na capital mineira tem chamado a atenção pela iminência de uma aliança entre petistas e tucanos em torno do nome do secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Márcio Lacerda (PSB). O atual prefeito, Fernando Pimentel (PT) – que não poderá concorrer nas próximas eleições por ter sido reeleito em 2004 –, costura a indicação de Roberto Carvalho (PT) como vice. Os diretórios estadual e municipal do PT resistem a seguir a orientação do diretório nacional, que vetou qualquer coligação com tucanos. A aliança tem o aval do governador Aécio Neves (PSDB). Já o PMDB encontra-se rachado. De um lado, o ministro das Comunicações, Hélio Costa, defende uma aliança com o PT e o PSDB. Costa quer, no entanto, que o vice seja indicado pelo PMDB. Já a bancada dos deputados estaduais prefere ter uma candidatura própria. O nome mais indicado é o do deputado federal Leonardo Quintão. Também desponta na briga a deputada federal Jô Moraes (PCdoB), que conta com o apoio do PRB, do vice-presidente José Alencar.

Rio de Janeiro (RJ)

O atual prefeito, César Maia (DEM), não poderá se candidatar nas próximas eleições por ter sido reeleito em 2004. No lugar de Maia, o partido tenta emplacar o nome da deputada federal Solange Amaral. Os petistas apostam suas fichas no deputado estadual Alessandro Molon, que conta com o apoio do presidente Lula e do atual governador, Sérgio Cabral (PMDB). O candidato também não descarta uma aliança com o PP. Um grupo do PMDB, ligado ao ex-governador Anthony Garotinho, resiste à aliança com o petista. O deputado Marcelo Itagiba (PMDB) também insiste em se lançar candidato. Do Congresso Nacional, outros três nomes aparecem na lista de pré-candidatos: os deputados Fernando Gabeira (PV), apoiado pelo PSDB e o PPS, e Chico Alencar (Psol), que irá compor chapa com o PSTU, e o senador Marcelo Crivella (PRB). Este último conversa com o PTB, o PR e o PSDC para uma possível coligação.

São Paulo (SP)

Embora tenha nos bastidores o apoio do governador José Serra (PSDB), de quem herdou a cadeira em 2006, o atual prefeito, Gilberto Kassab, enfrenta uma queda de braço com parte do tucanato que defende a candidatura do ex-governador Geraldo Alckmin. Um dos defensores de Alckmin é o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que avalia como irreversível a candidatura do correligionário, que já assegurou em sua chapa a inclusão do PTB e do PSDC. Para vice, os petebistas devem indicar o deputado federal Arnaldo Faria de Sá ou o presidente estadual do partido, deputado estadual Campos Machado. Kassab, em contrapartida, conta com o apoio do PR, do PMDB e do PV. Para seduzir o PR, Kassab ofereceu à legenda as secretarias de Transportes e de Esportes e auxílio para os candidatos do partido à Câmara de Vereadores. Mesmo com um racha entre os tucanos, o democrata ainda se diz esperançoso com o apoio do PSDB. Também devem disputar a prefeitura de São Paulo a atual ministra do Turismo, Marta Suplicy (PT), e os deputados federais Paulo Maluf (PP) e Paulo Pereira da Silva (PDT), o Paulinho da Força, suspeito de envolvimento com desvios no BNDES. O partido de Paulinho faz parte do chamado bloquinho, que conta com a participação do PSB e do PCdoB. Apesar de serem assediados por Marta e Alckmin, os integrantes do bloquinho afirmam que irão disputar as eleições com candidato próprio. Além de Paulinho, ainda disputam a indicação do grupo os também deputados federais Luiza Erundina (PSB) e Aldo Rebelo (PCdoB). Já o Psol sai com uma chapa pura, tendo o deputado federal Ivan Valente na cabeça e o deputado estadual Carlos Giannazi como vice.

Vitória (ES)

Com apoio de uma base composta de oito partidos, o atual prefeito João Coser (PT) tentará a reeleição. O vice deverá ser indicado pelo PMDB. O nome mais provável é o de Sebastião Barbosa, ex-chefe de gabinete do governador Paulo Hartung (PMDB). Para enfrentar o prefeito, o PPS deve indicar o vereador Luciano Resende, que conta com o apoio do DEM e do PSDB. Já o PDT busca uma aliança com o PSDC e o PSC em torno da candidatura do deputado federal Carlos Mannato (PDT).