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Congresso em Foco
12/4/2008 | Atualizado às 7:55
Folha de S. Paulo
Orlando Silva terá de devolver R$ 8.000 à União
O ministro Orlando Silva, do Esporte, terá que devolver R$ 8.000 aos cofres públicos por gastos que fez com cartão corporativo do governo, e que a CGU (Controladoria Geral da União) considerou irregulares. O valor, segundo o órgão, foi gasto para bancar despesas de alimentação de terceiros, nos anos de 2006 e 2007.
Há um mês, depois que a imprensa divulgou que Orlando Silva comprou uma tapioca por R$ 8 com cartão corporativo, ele decidiu devolver R$ 34.378,37 que desembolsou com cartão em 2007 para evitar questionamentos. E pediu uma auditoria da CGU em seus gastos.
Discutir 3º mandato é bobagem, diz Lula
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva rejeitou ontem, de novo, com uma tirada filosófica a hipótese de um terceiro mandato consecutivo: "Qualquer pessoa que se ache imprescindível começa a colocar em risco a democracia. Pobre do governante que começa a achar que é insubstituível ou imprescindível, pois está nascendo dentro dele uma pequena porção de autoritarismo ou de prepotência. E isso eu não carrego na minha bagagem política".
A frase surgiu durante entrevista concedida a jornalistas brasileiros no Palácio Noordeinde, onde se hospedou nos dois dias da visita à Holanda. Depois, em palestra a empresários brasileiros e holandeses, Lula retomou o tema ao falar da descoberta da jazida de petróleo de Tupi.
"Em 2010, nós estaremos tirando o primeiro barril de petróleo dessa nova jazida. E certamente o Brasil passará a ser um dos maiores produtores de petróleo do mundo e exportador. Só lamento não ser presidente do Brasil quando tudo isso estiver pronto", afirmou.
Filosofada e brincadeira à parte, o presidente listou também um conjunto de razões para ser contra um terceiro mandato: "Não me interessa, não é prudente, a legislação brasileira já prevê apenas uma reeleição, a democracia é um valor incomensurável e nós não podemos brincar com esse valor, a alternância de poder é uma coisa extremamente saudável".
Dossiê não é crime e todos fazem, diz Tarso
O ministro Tarso Genro (Justiça) afirmou ontem, durante evento em São Paulo, em que esteve presente a ex-primeira-dama Ruth Cardoso, que fazer dossiê não é crime e que todo governo faz a mesma coisa. Crime, disse, é funcionário público vazar dado sigiloso.
"Não existe no Código Penal brasileiro um crime chamado dossiê", afirmou o ministro, que há duas semanas havia dito não ver razão para a Polícia Federal entrar no caso. Na ocasião, disse que o dossiê era uma questão de "conceito, não de fato determinado".
Ontem, o ministro deu uma nova definição: "Dossiê é um conjunto de dados que pode ser feito pela oposição, pelo debate político, pelo governo e inclusive pela própria imprensa, como eventualmente ocorre".
Os gastos pessoais de Ruth e do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso foram incluídos no material produzido em fevereiro por servidores da Casa Civil subordinados a Erenice Guerra, braço direito da ministra Dilma Rousseff.
A PF só investiga o vazamento, e não a montagem do dossiê. "Jamais me reportei ao dossiê da Casa Civil, ao eventual dossiê ou à coleta de dados. Isso está sendo examinado pela PF. O que eu disse sempre é que não existe uma tipificação penal chamada dossiê, lamento pela oposição e pela imprensa que têm insistido nisso", disse Tarso.
Comissão aprovou R$ 2,9 bi de indenização a anistiados
A Comissão de Anistia, vinculada ao gabinete do ministro da Justiça, concedeu R$ 2,9 bilhões em indenizações entre 2002 e dezembro de 2007, de acordo com balanço da comissão. O presidente do órgão, Paulo Abrão Pires Júnior, estimou que 9.620 pessoas tiveram reconhecido algum tipo de reparação econômica.
O valor de fato pago, contudo, está muito abaixo do prometido. Levantamento realizado pela Folha no Portal da Transparência, mantido pela Presidência da República com dados do Siafi (sistema de acompanhamento de gastos da União), apontou um desembolso real de R$ 99,3 milhões entre janeiro de 2003 e fevereiro de 2008 -aproximadamente 3,44% do total. A comissão estipula os valores e os encaminha para pagamento, a ser cumprido pelo Ministério do Planejamento de acordo com as possibilidades orçamentárias da União.
O número de pedidos deferidos na Comissão de Anistia mais do que dobrou entre os anos de 2005 e 2007. Passou de 3.184 em 2005 para 8.470 em 2007. Por trás desse aumento está a força de lobbies poderosos que envolvem metalúrgicos, funcionários dos Correios, militares e bancários de São Paulo, entre outras categorias.
Comissão acelerou julgamentos, diz presidente do órgão
"Qualquer cidadão de boa-fé tem o dever de nos informar [possíveis irregularidades]", afirmou Paulo Abrão Pires Júnior, presidente da Comissão de Anistia, há um ano no cargo. Em entrevista à Folha, ele defendeu as medidas que adotou para acelerar os julgamentos. Como a votação em bloco de centenas de casos nas chamadas sessões temáticas.
"Em 2 e 3 de abril, julgamos todos os processos do PNA [Programa Nacional de Alfabetização]. Todos os professores contratados pelo governo João Goulart foram demitidos pela ditadura", disse.
Dos 137 processos apreciados, 56 já eram aposentadorias excepcionais, sem possibilidade de revogação. "Entendemos que seria melhor pagar prestação única e não mensal", afirmou o advogado.
Abrão ressaltou que, dos 8.470 deferimentos em 2007, mais de 7.200 são parciais, casos em que a comissão concedeu o título de anistiado político, mas não a reparação econômica. O mesmo, segundo ele, ocorreu com um grupo de 8.072 vereadores que solicitou a anistia. Para Pires Júnior, "a declaração de anistiado é o elemento mais importante".
O Estado de S. Paulo
As guloseimas secretas do Aerolula
Gastos de US$ 103,50 em barras de chocolate. Outros US$ 410,80 em quatro tipos de canapés frios. Mais US$ 104,28 em sorvetes. Despesas de US$ 80 em chicletes. US$ 17,40 em gelatinas. Esses foram alguns dos gastos com alimentação feitos nos aviões que serviram o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a sua comitiva em viagem para Nova York, em setembro do ano passado.
Reveladas pelo deputado Vic Pires Franco (DEM-PA) e apresentadas à CPI dos Cartões, as despesas serão usadas agora pelos partidos de oposição como arma para abrir o sigilo dos gastos feitos pelos cartões de crédito corporativo da Presidência da República.
"Essas despesas com sorvetes e canapés deixam claro que o sigilo da Presidência esconde pagamentos que não deveriam ter nada de secreto", afirma o presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ).
"Não tenho dúvida de que o sigilo que resguarda despesas que envolvem a segurança do presidente também protege gastos desnecessários. Essas despesas parecem explicar por que dentro do governo tem havido tantos gastos duvidosos, como compras em free shop", citou Maia, referindo-se às suspeitas levantadas contra a ex-ministra da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial Matilde Ribeiro que levaram à sua demissão.
Lula escala publicitário João Santana para orientar Dilma
Preocupado com os efeitos do tiroteio na direção da ministra Dilma Rousseff, escolhida como alvo da oposição após o vazamento de dados sigilosos de gastos do governo Fernando Henrique, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva escalou o publicitário João Santana, consultor do governo, para ajudar a "mãe do PAC". Lula avalia que Dilma é "vítima" de conspiração orquestrada por adversários, temperada pela guerra de grupos dentro da Casa Civil, e está disposto a defendê-la não só nos palanques domésticos como no exterior.
"Não sei qual o incômodo que as pessoas podem ter com a Dilma", afirmou o presidente, ontem, durante entrevista em Haia, na Holanda. Ao ser questionado se a chefe da Casa Civil ainda está forte, Lula respondeu com outra pergunta: "E qual a razão para ela não estar forte?" Com um discurso recheado de elogios à ministra, o presidente insistiu em que Dilma é "extremamente importante", além de "coordenadora excepcional", com "função primordial" no governo. "É a mulher que faz o PAC acontecer 24 horas por dia, e por isso eu disse que ela é a mãe do PAC."
Ministra diz que vai depor no Senado e Planalto espera enterrar nova CPI
Em uma ação política combinada, o governo decidiu ontem que a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, vai mesmo depor na Comissão de Infra-Estrutura do Senado e responderá a perguntas sobre os cartões corporativos e o dossiê vazado do Planalto com dados sobre gastos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Poucas horas depois de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmar, na Holanda, que Dilma deveria comparecer à comissão, a ministra divulgava em Brasília um ofício garantindo a presença e dizendo que falaria "com prazer" sobre as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). É provável que a audiência aconteça na próxima quarta-feira.
O Planalto considera inevitável que Dilma seja questionada sobre o dossiê. "Não posso impedir nenhum senador de falar sobre isso", disse o senador Marconi Perillo (PSDB-GO), presidente da comissão. Questionado sobre isso, Lula disse que a oposição não está amordaçada. "A lógica é que quem pergunta o que quer ouve o que não quer", afirmou.
Para presidente, houve roubo de documento oficial na Casa Civil
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem, em Haia (Holanda), que o governo continuará a fazer "banco de dados na Casa Civil" e acusou o responsável pelo vazamento do dossiê com gastos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso de "roubar documentos".
De novo, Lula disse desconhecer a existência de um dossiê. "O que estávamos e estamos fazendo é um banco de dados que ficará pronto em alguns dias, com todas as informações (de gastos) de tantas quantas pessoas acharmos necessário", afirmou. "Quem quiser transformar banco de dados em dossiê que transforme. Eu continuarei a fazer banco de dados na Casa Civil."
Reajuste para assessores da Câmara é criticado
O aumento na verba de gabinete dos deputados para contratar assessores parlamentares está sendo alvo de críticas de todos os lados. O cientista político David Fleistcher, professor da Universidade de Brasília (UnB), estranhou que a majoração tenha sido anunciada poucos meses antes das eleições municipais. "A Câmara resolveu dar uma ?mãozinha? às dezenas de deputados que são candidatos a prefeito, para que eles possam contratar cabos eleitorais", ironizou. A majoração na verba - hoje fixada em R$ 50.815,62 por gabinete - foi anunciada anteontem pelo presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), e ainda depende da definição do índice, mas deve chegar a R$ 60 mil.
Receita ignora caixa 2 e multa PT por "falhas"
Apesar de o Supremo Tribunal Federal (STF) ter aberto, por unanimidade, processo penal contra os dirigentes do Banco Rural e do BMG, sob acusação de terem feito empréstimos "fictícios" ao PT da ordem de R$ 50 milhões, a Receita Federal investigou o partido entre setembro de 2005 e outubro de 2007, depois do escândalo do mensalão, e viu apenas "falhas na escrituração contábil" petista. A Receita multou o partido em apenas R$ 2 milhões, aceitando o argumento do PT de que o dinheiro tomado com os bancos mineiros e avalizado, em parte, pelo empresário Marcos Valério só teve a "finalidade de incrementar o capital de giro" do partido.
A auditoria da Receita não viu caixa dois e registrou apenas "falta de escrituração" em pagamentos a empresas fornecedoras das campanhas eleitorais do PT e advogados que defenderam o partido nas denúncias do mensalão. No caso dos "empréstimos", os fiscais falam em "falta de escrituração das despesas e juros bancários pagos pela SMP&B Comunicação Ltda", uma das agência de publicidade de Valério de quem o PT ficou "devedor".
Correio Braziliense
As preferidas dos cartões
Papelaria, posto de gasolina, agência de turismo, loja de ferragens e materiais para construção, supermercados, farmácia, empresa aérea, produtos hospitalares, chaveiro, hotel, e até uma videolocadora. A CPI mista dos Cartões fez um levantamento e selecionou os estabelecimentos que receberam mais de R$ 10 mil por meio do cartão corporativo nos últimos anos. Cerca de 450 se enquadram nesse perfil. A campeã é a Supratur Agência de Viagens, em São Paulo. A Gerência Regional do Ministério da Fazenda naquele estado gastou R$ 365.538,93 entre 2004 e 2006. Logo depois, aparecem a Papelaria ABC, com R$ 330.377,29, e a Localiza Rent a Car, que recebeu R$ 272.362,96, sendo que essas negociaram com mais de um órgão público.
Juntas, as cinco primeiras empresas somam R$ 1.264.670,81 de vendas e serviços ao governo (veja quadro). Essas informações foram tiradas por técnicos da CPI do banco de dados enviado pelo Banco do Brasil ao Congresso. Os técnicos querem agora cruzar esse levantamento com a relação dos maiores gastadores dentro do governo. O Correio revelou ontem os nomes dos cinco servidores que lideram o ranking de despesas com o cartão entre saques e compras. Foram R$ 1,4 milhão no total.
Em cima desse material, a CPI espera descobrir transações suspeitas e analisar as prestações de contas delas. Esse foi o caminho escolhido por técnicos da comissão para conseguir desvendar o mistério do calhamaço de informação enviado ao Congresso pelo Banco do Brasil e pelos ministérios.
Regra confusa ajuda gastança
A falta de regras claras do governo para o uso do cartão corporativo pode ser evidenciada na reação de Lígia Eliana Setenareski, funcionária da Universidade Federal do Paraná (UFPR), ao saber que, segundo levantamento da CPI mista dos Cartões, lidera a lista de servidores que usou esse tipo de crédito. Em entrevista ao Correio, ela disse que gastou R$ 501.268,50 em compras de material bibliográfico originado do exterior. Ela é diretora do Sistema de Biblioteca da UFPR.
O problema é que, de acordo com o Decreto Presidencial 6.370, assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 1º de fevereiro deste ano, o cartão é para ser usado em despesas eventuais, excepcionais, pagas com o dinheiro chamado de “suprimento de fundos”. Ou seja, teoricamente, a UFPR não poderia ter utilizado cartão corporativo para comprar R$ 500 mil em material bibliográfico. Segundo o próprio site da Controladoria-Geral da União (CGU), o Portal da Transparência, essas despesas têm sido feitas continuamente desde 2005 em dólar. Há, inclusive, uma compra de R$ 1.097,60 em 22 de fevereiro deste ano.
Lígia Setenareski usou o argumento de que jamais foi avisada de que o cartão corporativo não pode ser usado para outros fins que não sejam despesas eventuais. Alegou que o cartão é institucional. “Eu nunca usei como suprimento de fundos. Aqui nunca foi assim. É usado como uma forma de pagamento para fornecedores no mercado externo. O Tribunal de Contas nunca nos disse que esse cartão não pode ser usado dessa maneira”, ressaltou.
Dilma vai ao Senado e terá de falar sobre dossiê
O governo desistiu de tapar o sol com a peneira e resolveu encarar a oposição no Senado no debate sobre a existência de um dossiê sobre os gastos com cartões corporativos e na chamada conta “tipo b” de integrantes do governo passado, inclusive do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e da ex-primeira-dama Ruth Cardoso. A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, comunicou por ofício que pretende comparecer à Comissão de Infra-Estrutura do Senado para prestar esclarecimentos sobre os investimentos e as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Dilma foi convocada graças a uma manobra da oposição na comissão, durante reunião em que os governistas não estavam presentes. A convocação de Dilma foi uma retaliação da oposição, insatisfeita com o fato de a CPI mista dos Cartões Corporativos não ter aprovado o requerimento para que a ministra desse esclarecimentos sobre o dossiê.
Oposição ataca versão de Tarso
A oposição reagiu com dureza à entrevista do ministro da Justiça, Tarso Genro, publicada ontem pelo Correio. Ele defendeu o direito do governo de reunir informações sobre outras gestões como estratégia de defesa em crises políticas, como a dos cartões corporativos. Para o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), essa declaração faz “apologia ao Estado policial” e equivale a uma confissão de que o governo produziu mesmo um dossiê com gastos sigilosos da gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso para chantagear tucanos no Congresso. “Nunca tive motivos para duvidar do ministro”, disse Virgílio. “Ele confessa que o governo está por trás do dossiê.”
Na entrevista, Tarso afirmou, repetidas vezes, que a produção de dossiês não é um crime. Perguntado se seria correto reunir informações internas do governo e dar a elas uma destinação política, respondeu: “Não só é correto, como é necessário. É feito por todos os administradores responsáveis. Quando um administrador é atacado a respeito da realização de determinadas despesas e esse administrador quer mostrar que essas despesas que realizou são despesas ordinárias, comuns, feitas por todos os governos e aprovadas pelo Tribunal de Contas, ele tem de fazer anotações para deixar à disposição, por exemplo, de uma CPI, de um inquérito do Ministério Público ou do TCU. Isso não é ilegal nem estranho”.
Virgílio discorda. “Não é ético. Além disso, o governo não usou o dossiê para se defender, e sim para intimidar os adversários”. Para o senador tucano, “fazer dossiês pode não estar no Código Penal, mas fazer chantagem está.” O deputado Rodrigo Maia (RJ), presidente nacional do DEM, considerou “muito graves” as declarações do ministro. “Elas mostram a utilização da máquina do Estado a serviço do governo. As informações sobre os gastos da gestão Fernando Henrique estavam sob guarda da instituição Presidência da República, e não do PT.”
3º mandato é uma bobagem, afirma Lula
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou ontem, mais uma vez, a proposta defendida por petistas de mudar a Constituição para lhe garantir o direito de disputar um terceiro mandato consecutivo em 2010. Na Holanda, Lula classificou de “bobagem” a idéia. Além disso, afirmou que a polêmica sobre a re-reeleição é alimentada pela oposição, que não teria achado “ruim quando os militares ficaram 23 anos no poder” . A ditadura durou 21 anos (entre 1964 e 1985), e a ofensiva a favor do terceiro mandato não é comandada por um parlamentar do DEM ou do PSDB, mas pelo deputado Devanir Ribeiro (PT-SP), amigo pessoal do presidente e da primeira-dama, Marísa Letícia.
“Posso dizer a vocês uma coisa de coração: eu acho uma bobagem e uma falta de assunto da oposição ficar discutindo o terceiro mandato. Oito anos na Presidência é tempo suficiente para a gente executar um programa de governo. Sou contra o terceiro mandato porque a democracia é um valor incomensurável com o qual não podemos brincar. E, segundo, a alternância de poder é uma coisa extremamente saudável para o país”, declarou Lula, conforme relato reproduzido pela Radiobrás.
Campanha pelos bingos
A pedido do Palácio do Planalto, o líder do PT na Câmara, Maurício Rands (PE), começa a encarar uma dura missão a partir da próxima semana. Terá de usar toda capacidade de persuasão para convencer líderes partidários a apoiar um projeto que regulamente os jogos de azar no Brasil. Inicialmente, a idéia é aprovar uma proposta dando autonomia aos estados para elaborarem sua própria legislação para o setor. Dessa forma, o governo pretende cumprir a promessa que fez aos trabalhadores do ramo, sem se comprometer diretamente com possíveis denúncias de corrupção que possam surgir em decorrência do funcionamento das casas de jogos.
A idéia conta com a simpatia de parlamentares ligados a sindicatos e a empresários. No entanto, não terá o apoio do presidente da Casa, Arlindo Chinaglia (PT-SP), que apesar de ser petista, já se declarou contrário à regulamentação dos jogos de azar no país. “Eu acho que tudo tem de ser conversado. Vou tentar convencer os líderes. Acredito que se houver uma boa mobilização, o presidente da Câmara poderá colocar a matéria em votação”, planeja o líder do PT.
Petistas excluem PMDB em Minas
A tese que o PT deve aprovar, por ampla maioria, na reunião do diretório do partido em Belo Horizonte, amanhã, não abre espaço para o PMDB na chapa que vai concorrer à Prefeitura de Belo Horizonte. Apesar de garantir que os peemedebistas serão bem-vindos para compor a aliança, o presidente do PT municipal, Aluísio Marques, informou ontem que o texto a ser votado pelos 452 delegados é explícito ao delimitar quais partidos indicarão os candidatos a prefeito e a vice. “O que está escrito é que, a partir de um entendimento entre o governador Aécio Neves e o prefeito Fernando Pimentel, teremos o PSB na cabeça da chapa com o PT de vice, incluindo o apoio do PSDB e de outros partidos”, afirmou.
As outras legendas que poderão fazer parte da aliança não vão ser incluídas na proposta que será votada porque, segundo ele, as conversas ainda não foram concluídas. “Em primeiro lugar, temos que ter uma definição de qual é a proposta do PT, para depois conversar com líderes de outros partidos”, argumentou.
Disputa sem fim pela relatoria
O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia, bem que tentou encontrar uma solução salomônica para a disputa pela relatoria da reforma tributária, da qual o PT e o PR não abrem mão, mas até agora não conseguiu costurar um acordo entre os dois partidos da base. Chegou a prometer ao líder do PR, Luciano Castro (RR), que a relatoria seria mesmo entregue ao deputado Sandro Mabel (PR-GO), destinando à presidência da comissão ao deputado Antônio Palocci (PT-SP), ex-ministro da Fazenda, mas a informação vazou . Chinaglia foi questionado pelo líder da bancada do PT, Maurício Rands (PE), e voltou atrás, irritado com a revelação feita por Castro de que Mabel seria o relator.
“Chinaglia me autorizou a dizer que a preferência dele é pelo Palocci na relatoria”, anunciou, sorridente, o líder do PT, Maurício Rands, que mantém uma queda de braços com Castro pela indicação do ex-ministro da Fazenda. Foi apenas mais um capítulo da novela da reforma tributária, que não tem nenhuma chance de ser aprovada neste ano enquanto o rito das medidas provisórias não for modificado. A disputa pelo cargo de relator da reforma tributária envolve também o PMDB, cujo líder Henrique Eduardo Alves (RN), diante do impasse entre os dois aliados, indicou o deputado Edinho Bez (SC) para a função.
Jornal do Brasil
Lula admite acordo para limitar as MPs
O Palácio do Planalto está disposto a fazer acordos com deputados e senadores para diminuir o número de medidas provisórias enviadas ao Congresso Nacional. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu, ontem, em Haia, que será necessário fazer um esforço conjunto nesse sentido.
– Estou disposto a fazer os acordos que forem necessários para manter o bom funcionamento da Câmara e do Senado. Obviamente que as pessoas sabem das necessidades e que nós precisamos fazer um jogo combinado daquilo que é bom para a Câmara e o que é bom para a governabilidade – argumentou o presidente.
Lula destacou que não vê maiores problemas em fazer acordos com os parlamentares.
– Estou convencido de que a Câmara e o Senado querem o bem do país e, portanto, querem que o governo continue governando. E acreditamos que o Congresso Nacional esteja fazendo aquilo que seja melhor para eles neste momento – avaliou.
"Oito anos na presidência é tempo suficiente"
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que considera uma "falta de assunto da oposição ficar discutindo o terceiro mandato"'. Em entrevista na Holanda, Lula voltou a dizer que não lhe interessa disputar nova eleição presidencial.
– As pessoas que estão preocupadas com o terceiro mandato são as pessoas que não achavam ruim quando os militares ficaram 21 anos no poder. E são as pessoas que aprovaram a reeleição – disse o presidente.
Lula voltou a afirmar que dois mandatos são o suficiente para o exercício da Presidência da República.
– Oito anos na presidência de um país é tempo suficiente para a gente executar um programa de governo. Sou contra o terceiro mandato porque a democracia é um valor incomensurável com o qual não podemos brincar. E, segundo, a alternância de poder é uma coisa extremamente saudável para o país – acrescentou.
Governistas tentarão prorrogar a CPI mista
Na tentativa de impedir que a senadora Marisa Serrano (PSDB-MS) encerre oficialmente os trabalhos da CPI mista (com deputados e senadores) dos Cartões Corporativos na semana que vem, parlamentares da base aliada do governo apresentaram 18 requerimentos à comissão referentes a investigações sobre gastos da gestão Fernando Henrique Cardoso (PSDB) com os cartões e as chamadas contas B. A estratégia é aprovar os requerimentos para evitar o desgaste de que seriam os responsáveis por enterrar a comissão.
A senadora prometeu encerrar os trabalhos públicos da CPI na próxima terça-feira – quando a comissão volta a se reunir – caso os 118 requerimentos que estão na pauta forem rejeitados.
– Se todos forem rejeitados, aí eu encerro e dou prazo para o relator apresentar o texto final. Se a CPI não investigar, não é CPI – afirmou a senadora, que preside a comissão.
Dilma vai ao Senado sem medo da sabatina
A chefe da Casa Civil, ministra Dilma Rousseff, deve prestar depoimento na Comissão de Infra-Estrutura do Senado na próxima quarta-feira, sem impor restrições aos questionamentos dos parlamentares da oposição sobre o dossiê da Casa Civil com gastos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
Apesar do requerimento de convocação solicitar que a ministra fale somente sobre as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a base aliada já admite que Dilma poderá aproveitar o depoimento para esclarecer detalhes sobre o dossiê. O Palácio do Planalto tentou blindar o assunto no depoimento, mas nos bastidores voltou atrás para evitar que a nova CPI dos Cartões Corporativos do Senado ganhe força com uma eventual convocação da ministra.
Dilma apanha, apanha, e cresce
O PSDB levou um grande susto esta semana. Os grão-tucanos descobriram que a chefe da Casa Civil e presidenciável Dilma Rousseff, de tão grudada no presidente Lula, conseguiu atrair para ela uma peculiaridade até então reservada ao chefe. Pesquisas comprovam – e a oposição não entende – que, quanto mais Lula é criticado, mais sobe sua popularidade. Qual não foi o susto da cúpula do PSDB quando uma pesquisa encomendada chegou há pouco às mãos do presidente da legenda, Sérgio Guerra, e do governador de São Paulo, José Serra.
Os números mostram uma ascensão surpreendente da ministra Dilma depois que surgiu o escândalo do dossiê sobre gastos da gestão FH.
Temas
IMUNIDADE PARLAMENTAR
Entenda o que muda com a PEC da Blindagem, aprovada pela Câmara
Educação e Pesquisa
Comissão de Educação aprova projeto para contratação de pesquisadores