Entrar
Cadastro
Entrar
Publicidade
Publicidade
Receba notícias do Congresso em Foco:
Congresso em Foco
12/3/2008 | Atualizado às 13:58
Após quase duas horas de discussão entre governistas e oposicionistas, a CPI dos Cartões Corporativos adiou a decisão sobre se a comissão deve ou não ter acesso aos dados sigilosos sobre gastos da Presidência da República com o cartão corporativo.
O requerimento do deputado Paulo Teixeira (PT-SP), que pede as notas fiscais e os dados não sigilosos ligados ao uso dos cartões desde 1998, foi aprovado. A decisão quanto às informações sigilosas, no entanto, voltará à pauta nas próximas semanas.
Isso porque a oposição conseguiu chegar a um acordo com os governistas para que o requerimento do deputado Vic Pires (DEM-PA), que solicita o levantamento destes gastos, seja votado após a oitiva de dirigentes e ex-dirigentes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).
No total, os parlamentares aprovaram 13 requerimentos hoje. Além do pedido de informações não sigilosas citado acima, os demais eram de convites.
Serão convidados a prestar depoimento, já na próxima semana, o presidente do Tribunal de Contas da União, Walton Rodrigues, o ministro da Controladoria Geral da União, Jorge Hage, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, e o ex-ministro da Planejamento Paulo Paiva.
Nessa primeira fase de investigações também serão ouvidos os ministros do Esporte, Orlando Silva, e da Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca, Altemir Gregolin, assim como a ex-ministra da Secretaria Especial de Políticas e Promoção da Igualdade Racial Matilde Ribeiro. Os três foram envolvidos em denúncias de mau uso dos cartões corporativos.
A próxima reunião da comissão foi marcada para terça-feira (18).
"Avançamos muito hoje. Eu acho que foi uma boa reunião, porque votamos requerimentos e entramos em discussões que servirão de pano de fundo para esta CPI, como essa questão dos dados sigilosos", disse a presidente da comissão, senadora Marisa Serrano (PSDB-MS). "Temos que acabar com essa idéia de que tudo vai ser colocado embaixo do tapete", acrescentou ela.
Dados sigilosos
A questão da abertura dos dados sigilosos promete se prolongar na CPI. Apesar dos governistas alegarem que a abertura dessas informações poderia prejudicar a segurança nacional, os oposicionistas alegam que a idéia não é se quebrar sigilos, mas sim, garantir que os parlamentares da comissão, e apenas eles, tenham acesso às informações.
"Não é quebra de sigilo, mas sim transferência de sigilo", defendeu o senador Alvaro Dias (PSDB-PR). "Porque se não tivermos acesso aos dados sigilosos, essa CPI não tem razão de ser. Os outros dados já estão abertos à imprensa no Portal da Transparência", argumentou.
Os parlamentares da base governista lembraram, por outro lado, que na prática sempre que se leva um dado à CPI ele acaba "vazando". "Isso aconteceu na CPI do Banestado, na CPI do Apagão Aéreo", destacou o deputado Nilson Mourão (PT-AC).
A presidente da comissão, senadora Marisa Serrano, ressaltou que era um direito da CPI pedir acesso a dados sigilosos e que cabia a cada parlamentar a responsabilidade civil e criminal de manter o sigilo das informações.
O impasse só foi solucionado quando o relator Luiz Sérgio (PT-RJ) propôs que antes de decidir pela quebra ou não do sigilo dos cartões relativos à Presidência, fossem ouvidas especialistas em segurança nacional.
Com isso, foram aprovados os requerimentos para convidar o general Jorge Félix, ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), o ex-ministro da GSI, general Alberto Cardoso, o diretor–geral da Polícia Federal, Paulo Lacerda, e seu antecessor, Mauro Marcelo.
Eles serão ouvidos primeiro para, em seguida, os parlamentares decidirem se solicitam ou não os dados sigilosos. (Soraia Costa)
Atualizada às 14h
Temas
REAÇÃO AO TARIFAÇO
Leia a íntegra do artigo de Lula no New York Times em resposta a Trump
VIOLÊNCIA DE GÊNERO
Filha de Edson Fachin é alvo de hostilidade na UFPR, onde é diretora