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Congresso em Foco
15/10/2007 | Atualizado às 15:48
Em sua 1ª viagem à África desde que foi reeleito para o segundo mandato, o presidente Lula falou hoje (15) com a imprensa e abordou questões como subsídios agrícolas dos países desenvolvidos, crise Renan Calheiros, biocombustível e, obviamente, a pauta que mais tem preocupado o governo: a aprovação da prorrogação do imposto do cheque, a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF).
Lula chegou pela manhã a Burquina Faso, maior produtor de algodão do continente africano, para assinar acordos de cooperação entre a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e o governo daquele país, com o objetivo de desenvolver programas de aprimoramento e modernização da atividade algodoeira. Ao todo, serão sete acordos firmados entre Brasil e Burkina Faso, nos setores de energia, esportes e agricultura.
Reunido com empresários africanos e o presidente de Burkina Faso, Blaise Compaoré, Lula voltou a condenar a política de subsídios imposta pelas nações mais ricas, que, segundo Lula, submetem os países subdesenvolvidos à voracidade do comércio internacional. “Os subsídios ferem diretamente a economia dos países pobres do continente africano. Estamos juntos na luta contra os subsídios agrícolas dos países ricos", declarou Lula.
Aproveitando os holofotes voltados à questão ecológica, que tem no ex-presidente norte-americano Al Gore um dos expoentes (ganhador do Prêmio Nobel da Paz deste ano, dividindo o prêmio com o Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas, entidade presidida pelo indiano Rajendra Pachauri), Lula assinou também um acordo que prevê a implementação e desenvolvimento de projetos de produção e desenvolvimento de biocombustível.
Sobre o assunto que tem tirado o sono do governo nas últimas semanas – a proposta de emenda constitucional (PEC) que prorroga por mais quatro anos a cobrança da CPMF –, Lula manifestou o mesmo otimismo com que tem tratado o tema em entrevistas e discursos no Brasil. "Estou convencido de que vai passar, como passou na Câmara. Ultimamente, o Senado votou todas as coisas que nós queríamos que fossem votadas."
Com a nova reviravolta na crise do Senado – o afastamento do senador alagoano Renan Calheiros (PMDB) da presidência da Casa por 45 dias, anunciado na quinta-feira (11) –, especula-se que a aprovação da PEC enfrentará menos resistência com a posse do senador Tião Viana (PT-AC), interinamente no comando do Senado.
Mas Lula nega que a saída temporária de Renan (cada vez mais permanente, a julgar pelos ânimos de seus desafetos) tenha interferência na apreciação da matéria. “Não altera nada”, minimizou, para em seguida ressaltar a importância do tributo para os projetos do governo. “Temos R$ 504 bilhões em investimentos na infra-estrutura. Se não pudermos utilizar esse dinheiro, temos de mexer em outras áreas.”
Desde que chegou ao topo do poder, em 2003, Lula já viajou a 17 países do continente. A viagem a Burkina Faso é a primeira escala de uma visita que Lula fará a mais três países africanos. No transcorrer da semana, o presidente visitará Congo, África do Sul e Angola, países em que tem boa aceitação popular. Acompanhado por comitiva composta pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, empresários dos ramos da construção, energia e finanças e da indústria aeronáutica, Lula deixa Burkina Faso no final da tarde, com destino ao Congo, onde só amanhã terá compromissos oficiais. (Fábio Góis)
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