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Congresso em Foco
13/10/2007 | Atualizado às 14:03
Com a cadeira de presidente do Senado ainda quente, dois partidos já disputam a sucessão de Renan Calheiros (PMDB-AL), que se licenciou do posto por 45 dias no início da noite de quinta-feira (11), depois de uma semana de pressões de todos os lados – inclusive de aliados de última hora do PT. Com a cada vez mais improvável volta de Renan ao comando da Casa, PT e PMDB prometem trocar “fogo amigo” para ver quem será o ocupante da vaga.
“Ele não tem mais condições políticas de presidir a Casa. Se ele retornar, volta a crise”, declarou o senador Jefferson Péres (PDT-AM), relator do processo de número três aberto contra Renan no Conselho de Ética.
Entre os interlocutores mais próximos, o próprio senador alagoano já admite a possibilidade do retorno. Pensa até mesmo em renunciar definitivamente ao cargo – mas com a intenção de indicar nome de sua confiança à presidência. Com a notificação para que apresente defesa prévia do processo de número três, enviada por Jefferson Péres ao gabinete da presidência na quinta-feira (11), as atenções de Renan devem mesmo estar voltadas para desatar aquele que é considerado o nó mais apertado desde a instalação da crise: a denúncia de que, em situações nebulosas, teria adquirido duas emissoras de rádio e um jornal em Alagoas, por meio de “laranjas”. A representação foi protocolada por PSDB e DEM.
Enquanto isso, já estão em curso as articulações de PT e PMDB para a sucessão de Renan. O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), já havia dito que o ideal seria “um nome do PMDB que tenha o apoio do governo e aceito pela oposição”. Por sua vez, o PT tem a intenção de, caso a aprovação da prorrogação da cobrança da CPMF sob o comando de Tião Viana (PT-AC) se dê de forma célere e tranqüila, o nome do senador acreano ganhe força e representatividade para permanecer no posto que ora exerce, interinamente. Mas um nome do PMDB que vote com o governo, e que tenha bom trânsito na oposição, não está descartado pela cúpula petista.
A especulação sobre quem será o sucessor de Renan já indica alguns nomes considerados naturais para a vaga. Um dos caciques do PMDB, senador José Sarney (AP), é o candidato preferido do senador alagoano. Nesse caso, entretanto, a indicação de Sarney teria a significativa objeção do líder Arthur Virgílio. No mês passado, ele disse publicamente que é contra o nome de Sarney para a presidência da Casa.
A rejeição ao nome de Sarney também é apontada pelo senador Renato Casagrande (PSB-ES). "Existe muita resistência ao Sarney. É preciso encontrar um nome no PMDB que seja consenso e evite uma disputa na sucessão do comando do Senado", analisa.
Os peemedebistas Garibaldi Alves (RN) e Gerson Camata (ES) são nomes alternativos a Sarney, por serem considerados fiéis à ala majoritária da legenda – alinhada ao Planalto. Contudo, Gerson Camata vê em outro parlamentar o nome ideal para suceder Renan Calheiros. “Pedro Simon (PMDB-RS) seria bom para o governo. Ele não exigiria cargos em estatais, ministérios, atrasando a votação da prorrogação da CPMF", defende.
A semana promete no Senado. O senador Tião Viana, interinamente na presidência da Casa, já convocou para esta segunda-feira (15) uma reuião com os membros da Mesa Diretora para tentar estabelecer um cronograma ágil para a tramitação da CPMF. Para terça-feira (16), agendou um almoço com os líderes partidários, com o objetivo de alcançar uma harmonia que possibilite chegar a um acordo para a adiantar o processo de análise da matéria, na Comissão de Constituição e Justiça (CCF) e em plenário.
A tarefa é árdua: a relatora da prorrogação do imposto do cheque, Kátia Abreu (DEM-TO), é visceralmente contra a aprovação da proposta de emenda constitucional, por considerá-la carga extra no "pesado" sistema tributário brasileiro. "Defenderei o fim da cobrança porque sou contra imposto. A carga tributária no país é imensa. Quem agüenta?", bradou. A seguir, os próximos capítulos da novela política pós-Renan. (Fábio Góis)
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