O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, afirmou crer na entrada da Venezuela no Mercosul. Em Caracas, ele disse que o ingresso seria benéfico para todo o bloco. Mas a decisão depende do Congresso Nacional do Brasil e dos demais países do Mercosul. Parlamentares brasileiros vivem às turras com o presidente venezuelano, Hugo Chávez. Ele disse que os congressistas do Brasil são “papagaios” dos EUA e não têm interesse na entrada da Venezuela.
Apesar disso, Amorim mantém a esperança. "O Congresso é soberano, mas estamos confiantes", disse Amorim à agência France Presse, pouco antes de um encontro com Chávez ontem (29).
O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), afirmou, no último dia 21, que seu partido vai lutar contra o ingresso dos venezuelanos. “Em marcha batida rumo a um regime ditatorial, o governo de Chávez não preenche o requisito da cláusula democrática do Tratado do Mercosul. O PSDB fará, pois, o possível e o impossível para impedir a aprovação do ingresso da Venezuela no Mercosul.”
Na outra ponta, parlamentares da base do governo costumam amenizam as declarações de Chávez. Isso não impediu, entretanto, que o vice-presidente do Senado, Tião Viana (PT-AC), também reclamasse do falatório do venezuelano sobre a suposta subordinação do Congresso brasileiro aos interesses dos EUA. “Ou ele não nos conhece ou é um louco”, afirmou o petista, em 21 de setembro. (Eduardo Militão)