Entrar
Cadastro
Entrar
Publicidade
Publicidade
Receba notícias do Congresso em Foco:
Congresso em Foco
9/2/2011 5:33
Mário Coelho
Indicado ao Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) defendeu nesta quarta-feira (9) que casos "emblemáticos" devem ser priorizados pelas cortes superiores. A declaração foi dada quando ele respondia a uma pergunta sobre o risco de alguns crimes atribuídos na Ação Penal 470, do mensalão do PT, prescreverem. O ministro está sendo sabatinado na Comissão de Constituição e Justiça do Senado.
"Ninguém pode ser condenado sem o devido processo legal. O que é possível é priorizar casos que são emblemáticos e que possam dar uma resposta mais rápida à sociedade", disse Fux. Ele lembrou que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) já definiu que processos com maior repercussão devem ser julgados com prioridade. No entanto, o ministro indicado não fez comentários diretos sobre a ação penal do mensalão.
Fux: Justiça depende da sensibilidade do magistrado
Luiz Fux afirmou que etapas do processo legal não podem ser queimadas, já que o direito brasileiro garante espaço à ampla defesa e ao contraditório. E que isso deve ser respeitado, mesmo que resulte na prescrição de um caso. "Mais importante para o ordenamento jurídico do que a prescrição é o cumprimento do devido processo legal", comentou.
Depois, ele comparou o número de processos a julgar pelas cortes brasileiras. Fux ressaltou que é preciso um procedimento célere na tentativa de evitar que casos prescrevam antes do julgamento. Segundo o magistrado, o STJ tem 260 mil processos em aberto. Já o STF possui 90 mil. "O STJ da Alemanha julga 3 mil processos por ano. Eu recebo no meu gabinete mil por mês. A Suprema Corte norte-americana julga 90 casos por ano", disse.
A pergunta sobre a ação penal do mensalão foi feita pelo senador Álvaro Dias (PSDB-PR). O tucano ainda fez outras indagações. Fux disse que não poderia responder em relação àquelas que ainda tramitam no STF, o que o deixaria impedido de julgá-las. Ele não quis se manifestar sobre a polêmica envolvendo a extradição do ex-ativista italiano de esquerda Cesare Battisti e a decisão envolvendo os suplentes de deputados.
Questionado pelo senador Pedro Taques (PDT-MT), ele não quis se manifestar sobre a punição de agentes políticos pela lei de improbidade administrativa e o impedimento na judicialização de políticas públicas. A justificativa é que o STF ainda vai tratar desses temas. E o posicionamento dele poderia levar a uma futura suspeição. Mesmo assim, sobre as duas questões, fez breves comentários.
Já sobre a aplicação da Lei das Licitações, Fux comentou que "não é uma lei diferente de nenhuma outra". Ele defendeu a punição ao "administrador malicioso". Ele ressaltou, porém, que o magistrado não pode cometer abuso de autoridade sob o "manto da improbidade administrativa". "A moralidade administrativa não é arranhada se não houver a vontade de lesar o erário", disse.
Outra pergunta do pedetista do Mato Grosso foi sobre a política de cotas. Fux afirmou que ações afirmativas evitam a institucionalização das desigualdades. Ele ressaltou que o magistrado deve tratar de "forma igual os iguais e de forma desigual os desiguais". No entanto, o ministro indicado não quis comentar mais sobre o assunto, já que tramitam no Supremo duas ações questionando a política de cotas.
Temas
Câmara dos Deputados
Comissão debate isenção de registro para professor de educação física
Atualização Fiscal
Câmara aprova projeto que atualiza valores de bens no Imposto de Renda