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Congresso em Foco
11/3/2009 | Atualizado às 18:31
De posse dos autos que detalham os procedimentos adotados durante as investigações da Operação Satiagraha, deflagrada em julho de 2008 pela Polícia Federal, os deputados que compõem a CPI das escutas ilegais aprovaram hoje (11) uma série de convocações para depoimentos. O delegado Protógenes Queiroz, que dirigiu boa parte das apurações, foi convocado novamente pelos parlamentares.
A lista de autoridades que a CPI quer ouvir dessa vez chega até o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu. Ele foi convidado pela comissão porque os deputados suspeitam que ele tenha sido espionado durante as investigações da Satiagraha.
Entre os requerimentos aprovados pelos integrantes da CPI também está o que torna público os 11 volumes que compõem os autos da Satiagraha. “Estamos aqui para representar os que nos elegeram. Temos o dever de levar esses dados ao conhecimento deles”, disse o deputado Raul Jungmann (PPS-PE), que defendeu a publicidade dos documentos.
O presidente da CPI, Marcelo Itagiba (PMDB-RJ), ainda não sabe como se dará a divulgação desses autos, mas os deputados continuam contando com a imprensa para auxiliar as investigações. “A mídia poderá nos ajudar com isso”, afirmou Vanderlei Macris (PSDB-SP). O único parlamentar que se manifestou contrário à exposição dos autos foi Hugo Leal (PSC-RJ). “Vão dizer: tá vendo, é só chegar no Congresso que as coisas vazam. Eles (os parlamentares) só querem holofotes”, pontuou.
Dia da mentira
O relator da CPI, deputado Nelson Pellegrino (PT-BA) estabeleceu um cronograma para os trabalhos da CPI. O depoimento de Protógenes Queiroz ficou marcado para o dia 1º de abril. A data gerou risadas no plenário onde a comissão se reuniu, já que coincidiu com as comemorações populares do Dia da Mentira. “Não foi nada de caso pensado”, ressaltou Pellegrino.
Já na próxima terça-feira (17) parte dos integrantes da comissão viajam para São Paulo, para conversar com o juiz da 7ª Vara Federal Criminal, Ali Mazloum, que conduz judicialmente a investigação sobre o sigilo da Satiagraha, deflagrada pela Polícia Federal em julho de 2008.
Ânimos exaltados
Os integrantes da comissão divergiram ao comentar as primeiras análises dos autos da operação. “Ele mostra a rticulação de uma vasta operação criminosa. O delegado Protógenes Queiroz, sob a supervisão do senhor Paulo Lacerda (ex-diretor geral da Agência Brasileira de Inteligencia – Abin), estava estocando material para criar uma crise institucional, um golpe de estado”, opinou Raul Jungmann.
O relator da CPI preferiu não dar conotações políticas à análise preliminar que fez dos autos. “Estávamos no deserto e agora temos informações para trabalhar. Ainda não posso tirar conclusões, sei que muita gente foi escutada (grampeada) durante a operação e os depoimentos revelam que, principalmente na primeira fase da investigação, houve participação direta da Abin”, ponderou Pellegrino.
Satiagraha
O Operação Satiagraha foi deflagrada em julho de 2008 e culminou com prisão do ex-prefeito de São Paulo e o empresário Daniel Dantas, acusados pela Polícia Federal de crimes financeiros, como evasão de divisas.
O operação, conduzida em grande parte pelo delegado Protógenes Queiroz, hoje é alvo de inquérito dentro da Polícia Federal, que apura os procedimentos adotados durante as investigações da Satiagraha. Protógenes é suspeito de ter cometido abusos durante as apurações. (Daniela Lima)
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