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Base e oposição ensaiam 'paz' em debate da crise

Congresso em Foco

21/10/2008 | Atualizado às 21:31

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A base governista e setores da oposição ensaiaram um acordo de paz em meio ao debate sobre a crise financeira mundial, hoje (21), no plenário da Câmara. Reunidos em Comissão Geral, os deputados ouviram o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do Banco Central, Henrique Meireles. A iniciativa de alguns parlamentares de expressão nos dois lados pode facilitar a negociação da MP 442, que traz medidas para enfrentar a situação econômica.

No início, a estratégia da oposição era disparar perguntas incisivas ao ministro e ao presidente do BC, culpando o governo pela minimização forçada da crise e cobrando medidas para antecipar situações futuras ainda piores – como falta de investimento, recessão e desemprego. Quatro especialistas foram escalados para falar na tribuna, mas eles acabaram não se pronunciando, pois o ministro Mantega ameaçou não vir ao debate com a presença deles.

Os governistas, incluindo o ministro da coordenação política do Palácio do Planalto, José Múcio, responderam no mesmo tom. Em entrevistas e na tribuna, acusaram a oposição de torcer pelo pior, para tirar proveito político da situação e acabarem agravando a crise ao disseminarem o pânico. Mantega seguiu a estratégia dos parlamentares ao responder às perguntas dos deputados.

Depois disso, diminuiu o vigor ofensivo, ao menos de parte da oposição. Já nas últimas horas da sessão, o vice-líder do DEM, José Carlos Aleluia (DEM-BA), ressaltou ser necessário que os opositores “trabalhem juntos” com o governo para chegarem a uma solução para o país.

“Eles aumentaram demais as despesas até 2011 [com os reajustes de servidores aprovados recentemente]. Mas não é hora de criticar o governo”, afirmou ele ao Congresso em Foco. “Queremos ganhar as eleições de 2010, mas não queremos herdar um país destroçado.”

Aleluia avaliou como positivo o fato de o ministro Mantega ter admitido, pela primeira vez, que a crise existe e é séria. O titular da Fazenda afirmou que o abalo financeiro mundial será longo e vai dar “dor de cabeça” ao Brasil, mas que os países em desenvolvimento sofrerão menos que as nações ricas.

Em meio às críticas ao Executivo, o líder do PSDB, José Aníbal (SP), se mostrou preocupado com a possibilidade de a oposição ser tachada como um conjunto de parlamentares que trabalham contra o país. “Nossa motivação é preservar o emprego e o salário. Queremos que o Brasil dê certo”, frisou.

Sem sintonia

Para o líder do PT, Maurício Rands (PE), a mudança no comportamento da oposição foi positiva. “Eles fizeram uma inflexão. Acho que eles não estão sintonizados entre si. As falas do José Aníbal e do Aleluia têm mais fundamento”, avaliou o petista.

Rands entende que o debate serviu para “abrir caminho” para a votação da Medida Provisória 442, que permite que o Banco Central socorra instituições financeiras nacionais com dificuldades de obter empréstimos temporários, devido à falta crédito nos mercados internacionais.

Críticas

Mas a compreensão da oposição não significa que os deputados do PSDB, DEM e PPS economizaram nas palavras ao abordarem Mantega e Meireles hoje. O próprio Aníbal, elogiado por Rands, cobrou o ministro da Fazenda com palavras duras quando ressaltou os altos gastos com despesas correntes – leia-se: pessoal e aumentos de servidores – e destacou um falso otimismo do governo.

“Vamos parar com essa história de tratar os brasileiros e os parlamentares como se não percebessem o que está acontecendo”, iniciou o tucano. “Ministro Mantega, cadê a austeridade?”, disse, em outra oportunidade.

Ainda antes de subir à tribuna, o líder do DEM, ACM Neto (BA), desdenhava dos argumento do ministro da Fazenda.

“O problema é a falta de recursos internos, porque não temos poupança interna. E já há reflexo na vida das pessoas: menos exportações, alta do dólar, mais desemprego”, protestou ACM Neto.

Fanfarronice

Coube ao líder do governo, Henrique Fontana (PT-RS), defender com veemência o presidente Lula da acusação de Aníbal, que disse que ele usa de “fanfarronice”. Ele citou as palavras de Lula, que, na ONU, culpou as nações ricas e os especuladores financeiros pelo abalo econômico mundial.

“O líder do PSDB não fala da velha idéia do liberalismo econômico. Falam que esse é o governo da gastança, mas herdamos uma dívida de 52% do PIB, que hoje é de 38% a 39% do PIB”, disse Fontana.

Ele afirmou que é desejo do governo debater a crise inclusive com a oposição, negociando também a reforma tributária e o fundo Soberano.

No plenário, o ministro da coordenação política, José Múcio, alfinetou PSDB, DEM e PPS. Ele disse que há os que esperam a crise piorar. “E aqueles que torcem pelo pior mais uma vez ficarão decepcionados”, provocou.

Exposição

Na exposição inicial, o presidente do BC focou-se nas origens mais primárias da crise mundial. Ao falar das medidas anticrise no Brasil, Henrique Meireles destacou a injeção de recursos para aumentar a liquidez (dinheiro rapidamente disponível para uso) da economia.

O BC aplicou 3,2 bilhões de dólares no mercado e mais 19,7 bilhões de dólares em recursos que, contratualmente, voltarão ao caixa do banco.

Já Mantega reconheceu a gravidade da crise, mas disse que os efeitos no Brasil serão menores. Ele exemplificou que os depósitos compulsórios (mecanismo que obriga os bancos a não aplicar em lugar nenhum parte do dinheiro em seu poder) eram considerados um retrocesso no país. Mas alegou que, com a crise, isso se transformou numa vantagem para enfrentar a situação.

Demora

A reunião começou com muito atraso. Marcada para as 14h30, foi aberta às 15h pelo presidente da Câmara, Arlindo Chinagalia (PT-SP). Depois, a reunião foi suspensa: Mantega e Meireles não chegavam e já corriam rumores de que dariam um “bolo” nos parlamentares. Ao mesmo tempo, a oposição cobrava mudanças na sistemática da reunião.

O debate não havia terminado até as 21h20 desta terça-feira, mas a previsão era que se encerrasse antes das 22h. (Eduardo Militão)
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