O depoimento do chefe do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aéreos (Cenipa), brigadeiro Jorge Kersul Filho, na CPI do Apagão Aéreo no Senado teve momentos de tensão na tarde de hoje (14). A presidente da Associação dos Familiares das Vítimas do Boeing da Gol, Angelita Marchi, insinuou que a Força Aérea Brasileira (FAB) tenha saqueado pertences dos mortos e pediu uma investigação.
Irritado, Kersul negou a possibilidade veementemente. Nervoso, ele ficou emocionado, deixou o plenário às pressas e foi ao banheiro se recompor.
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O relator da comissão, Demóstenes Torres (DEM-GO), afirmou que a Aeronáutica fez o possível para recolher os pertences das vítimas do vôo 1907, que caiu ano passado no norte do Mato Grosso. Para ele, é um caso difícil, mas a Aeronáutica fez o que pode para recolher esses objetos. "O próprio brigadeiro Kersul admite que pode ter havido desvio ou que a Aeronáutica não tenha conseguido recolher tudo porque o raio é muito grande. É um local praticamente inacessível", afirmou Demóstenes.
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As famílias das vítimas entregaram uma carta solicitando investigações a respeito do roubo de objetos no local do acidente. De acordo com o relator da CPI, não se pode afirmar que todos que estiveram no local se apropriaram dos pertences das vítimas. Além disso, pelas fotografias mostradas hoje (14), a portas fechadas na reunião, o relator do caso afirmou que muitos corpos chegaram nus ao chão, por efeito da queda e admitiu que muitos pertences podem não ser encontrados nunca. "Pode ser que alguns deles tenham sido apropriados indevidamente não só por militares, mas também por outras pessoas que passaram por ali." (Ana Paula Siqueira)
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Atualizada às 21h20