Chinaglia: "Cabe ao Renan dar explicações"

O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), declarou hoje (25) a jornalistas, no Salão Verde da Casa, que cabe ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), dar explicações sobre uma reportagem publicada na atual edição da revista Veja.

Além da relação com Zuleido Veras, dono da Gautama e principal investigado na Operação Navalha, a revista afirma que Renan Calheiros mantém relações com outra empreiteira, a Mendes Júnior, uma das maiores do país. De acordo com Veja, Cláudio Gontijo, lobista da empresa, pagava várias contas do senador, como a pensão de uma filha de Renan com uma jornalista e o aluguel de um apartamento para a mãe da menina. O lobista também manteria à disposição de Renan um flat num dos hotéis mais caros de Brasília, o Blue Tree, para “compromissos que exijam discrição” (leia mais).

Arlindo Chinaglia disse que ainda não tinha lido a reportagem e, por isso, não teria condições de avaliar o teor da denúncia. “Cada um tem que avaliar as suas circunstâncias e responsabilidades. Evidente que qualquer homem público tem como parte de sua atividade o diálogo com a sociedade. Creio que o presidente do Congresso já está fazendo isso”, declarou.

“Mas é claro que não é agradável ter uma reportagem como essa. Cabe só ao Renan, eventualmente, dar explicações”, afirmou Chinaglia. 

Presidente do Senado e do Congresso, Renan Calheiros está em Brasília. Em sua agenda não há nenhum compromisso oficial para esta sexta-feira (25), tampouco a previsão de uma entrevista coletiva para o parlamentar explicar as relações relatadas pela Veja. 

À revista Veja, Renan afirmou que ele mesmo era o dono dos recursos. "O dinheiro era meu", disse. Questionado sobre as razões de o lobista fazer a intermediação, já que o dinheiro era dele, o senador disse que não falaria mais sobre um assunto que está sob segredo de Justiça. A soma do aluguel e da pensão (R$ 16,5 mil) supera os R$ 12,5 mil brutos que o senador recebe mensalmente como vencimento. O peemedebista diz complementar a renda com “rendimentos agropecuários”. (Soraia Costa e Lucas Ferraz)