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Congresso em Foco
1/11/2006 6:40
Os resultados obtidos nas últimas eleições geraram um sentimento de quase rebeldia no PFL. Ontem, o presidente do partido, senador Jorge Bornhausen (SC), descartou qualquer possibilidade de entendimento com o governo do presidente Lula. A afirmação vai de encontro com as intenções do PSDB, que admitiu dialogar com o Palácio do Planalto.
"Nós não atravessaremos a rua. Nossa trincheira é o Congresso Nacional. Se quiser, o presidente poderá manter o diálogo com a oposição através de seus líderes no Legislativo. Não estamos dispostos a ouvir as promessas que ele não cumpriu nos últimos quatro anos, que foi justamente a de fazer quatro reformas. A reforma política, por exemplo, ele trocou pela cooptação e o mensalão", disparou Bornhausen. (leia a íntegra da nota).
Os pefelistas decidiram também que deixarão de lado a aliança com o PSDB e lançarão candidato próprio à Presidência da República. "O PFL está consciente de que, se quiser sobreviver como partido, terá que correr com sua própria equipe e seu próprio carro. Não dá mais para fazer o papel de mecânico no box de outra escuderia", declarou o secretário-executivo do partido, Paulo Queiroz, após reunião da Executiva Nacional.
O deputado eleito Alceni Guerra (PR), que também defende o fim da aliança com os tucanos, declarou que "não se pode errar o diagnóstico, sob risco de perder o paciente". Alceni Guerra propôs que o PFL lance candidato a presidente da República em 2010.
O parlamentar eleito também quer que o partido obrigue todos os diretórios municipais a disputarem as prefeituras com candidatos próprios. "Depois de perder uma eleição, o único remédio à altura é perder o medo da derrota. O PT se construiu assim", declarou. O partido foi o grande derrotado nas eleições estaduais. Elegeu apenas o governador do Distrito Federal.
Sucessão presidencial
Cotado para disputar a presidência do PFL, o líder da bancada na Câmara, Rodrigo Maia (RJ), disse ontem que é preciso se descolar do PSDB para estabelecer um projeto próprio de poder. Rodrigo lidera, ao lado do pai, o prefeito Cesar Maia, o grupo pefelista que defende certo de distanciamento dos tucanos, de olho na sucessão presidencial de 2010.
"O que eu defendo é que o PFL construa uma alternativa de poder para presidente. É importante mesmo que o candidato não seja o favorito, mas isto fortaleceria o PFL em todo o país", afirmou.
O pefelista afirmou ainda que seu partido aceita ver o PMDB na presidência da Câmara, desde que fature o comando do Senado. Em entrevista após reunião de líderes, Rodrigo afirmou que dois nomes estão cotados, mas não adiantou quais.
No início do ano, César Maia tentou lançar sua candidatura ao Planalto, mas viu suas pretensões ruírem com a decisão da Executiva de indicar o senador José Jorge (PE) como vice na chapa de Geraldo Alckmin. O prefeito, assim como o filho, insiste na tese da candidatura própria daqui a quatro anos.
Nome mais forte para suceder Rodrigo Maia na liderança da bancada, o deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (BA) também defende maior independência do partido em relação ao PSDB. "O PFL não pode ser caudatário de ninguém, tem quadros suficientes para protagonizar a oposição, o que não significa que deva se isolar na oposição", afirmou ACM Neto, que pode ser o novo líder do PFL na Câmara, numa espécie de compensação pelas recentes derrotas do grupo político do senador Antonio Carlo Magalhães na Bahia.
Partido dividido
Mas o distanciamento em relação aos tucanos não é unanimidade dentro do partido. Um grupo encabeçado pelo senador José Agripino Maia (RN), líder da bancada no Senado, e pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, defende a continuidade da aliança.
"A hora é de costurar mais do que nunca uma linguagem uniforme e de PFL e PSDB agirem uníssonos. Há a necessidade de formar uma oposição robusta pelo número", disse Agripino. "A aliança (com o PSDB), no que depender de mim, vai ter seqüência", disse Kassab, de olho no apoio do governador eleito José Serra (PSDB) para a reeleição daqui a dois anos.
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