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Congresso em Foco
27/10/2008 | Atualizado às 21:49
Em entrevista coletiva concedida há pouco em seu gabinete na Câmara, o presidente nacional do PMDB, deputado Michel Temer (SP), disse que o partido não pleiteará mais espaços no governo federal só porque saiu fortalecido das eleições deste ano – a legenda obteve vitória em 17 prefeituras com mais de 200 mil eleitores. Segundo Temer, isso seria “desagradável”.
“Eu quero desmistificar isso. Não há nem haverá pleito nenhum de novo espaço no governo simplesmente porque nós crescemos politicamente”, declarou Temer, que antes da entrevista esteve com o ministro José Mucio (Relações Institucionais), no Palácio do Planalto, e não deu detalhes sobre a conversa – razão pela qual atrasou em cerca de duas horas o encontro com jornalistas na Câmara.
“O PMDB tem o seu espaço no governo. Não há razão para pleitear novos espaços. Isso seria desagradável, não está em cogitação, em discussão interna no PMDB. Nós já temos uma participação no governo que já é satisfatória”, arrematou, acrescentando que as rusgas pós-eleitorais serão abrandadas nos próximos dias, com reuniões da executiva nacional e líderes de outros partidos.
"Temos de pacificar todos os litígios que se verificaram em vários estados. Em termos de aliança governamental, não pode haver feridas", ponderou Temer, lembrando que já começou a atuar nesse sentido em Salvador, onde a disputa de segundo turno entre o vencedor João Henrique Carneiro (PMDB) e o petista Walter Pinheiro trouxe um certo mal-estar para as legendas, que são aliadas no plano federal.
"Já conversei com o Geddel [Vieira Lima, peemedebista e ministro da Integração Nacional]. Vou insistir que eles façam um encontro", completou, referindo-se à busca de entendimento entre Geddel e o governador da Bahia, Jaques Wagner (PT).
Próximos embates
O deputado comentou a hipótese de que o PMDB viesse a usar em outras situações seu capital político ampliado com o cenário pós-eleitoral. São duas as situações sobre as quais, em tese, a significativa vitória nas urnas poderia pesar: a sucessão nas presidências da Câmara – em que Temer é o candidato aclamado da legenda – e do Senado (leia mais sobre o caso), e a corrida às eleições presidenciais de 2010.
Para Temer, é "óbvio" que o partido sai mais forte do pleito municipal e com mais "pretendentes" a futuras alianças. Entretanto, ele diz que as discussões sobre a sucessão presidencial de 2010 são "prematuras". "Isso vai começar a ser discutido no segundo semestre de 2009. É uma discussão muito prematura, não é hora de discutir o que vai acontecer em 2010", ponderou, garantindo que a hipótese de candidato próprio do PMDB para a sucessão ainda não está em pauta.
"É um assunto que não vamos discutir agora. Vamos ter de reunir o partido para tomar as decisões", disse, lembrando que prefeitos, membros da Executiva e líderes da sigla no Congresso ainda serão instados a se posicionar sobre o assunto. Para Temer, o momento no partido é de "pacificação interna", e é exatamente esse estado de espírito que, segundo ele, é "um dos fatores do sucesso" eleitoral.
Comando das Casas
Já a respeito das presidências da Câmara – posto já ocupado por Temer – e do Senado, o deputado disse acreditar nas possibilidades de que os acordos costurados com os partidos da base aliada sejam cumpridos. Entretanto, segundo Temer, o peso político do partido ampliado nas urnas também não será usado para a conquista de ao menos um dos comandos.
"Conversei com o Berzoni [deputado Ricardo Berzoini - SP, presidente nacional do PT] na terça-feira [21], e ele disse que acordo é para ser cumprido. O mesmo fez o Chinaglia, que foi ao lançamento de minha candidatura. Acho que vai dar certo", observou.
Para Temer, o fato de ser o candidato aclamado do partido não resolve todos os impasses – um deles seria a contrariedade do senador peemedebista Renan Calheiros (AL) à indicação do petista Tião Viana (AC) para presidir o Senado, o que emperraria o acordo de revezamento das legendas nas Casas legislativas.
"Eu já sou candidato, mas claro que aqui [na Câmara] tem toda uma dinâmica particular. E são dinâmicas muito diversas na Câmara e no Senado. Vamos ter muita conversa a respeito disso", declarou, acrescentando que "o processo será longo" até fevereiro, quando os presidentes das Casas assumem os respectivos postos.
A posse deve se dar antes da primeira sessão ordinária do ano, marcada justamente para o dia 2 daquele mês. Contudo, o dia 1º cai em um domingo, o que força a cerimônia de posse para a manhã da primeira segunda-feira do mês. (Fábio Góis)
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