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Congresso em Foco
6/11/2007 | Atualizado às 17:53
Em reunião encerrada agora há pouco no gabinete do presidente nacional do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), a cúpula do partido endureceu a oposição à aprovação da PEC da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). De acordo com Jereissati, a proposta enviada ontem (5) pelo ministro Guido Mantega (Fazenda) ao partido foi considerada insuficiente pela bancada tucana. “Ela não apresentou números”, resumiu.
“O partido considerou a proposta do ministro Mantega muito aquém do que seria uma relevante redução de carga tributária. Portanto, não quis nem se aprofundar na análise dessa proposta”, declarou Tasso.
Segundo o presidente do PSDB, a questão não está totalmente fechada contra a prorrogação da CPMF por mais quatro anos, embora ele acredite que o governo não apresentará propostas que façam a bancada mudar de posição.
“Não é decisão final porque vamos conversar com os governadores. É difícil mudarmos nossa posição. Realmente a proposta foi totalmente insatisfatória”, disse. “Entretanto, não vamos fechar as portas se, por exemplo, o governo chegar amanhã e, ao invés de R$ 2 bilhões, oferecer R$ 10 bilhões. Não podemos dizer que vamos fechar as portas para qualquer negociação.”
“A posição dos dois líderes [Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG), vice-líder da minoria na Câmara, e Antonio Carlos Pannunzio (SP), líder do PSDB na Câmara] foi de que vamos fazer uma reunião com os governadores para mostrar a proposta, que foi unanimemente rechaçada”, adiantou Jereissati.
A opinião de Tasso foi comungada pelo líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), para quem o governo não deveria mais fazer convites para discutir acordos para a aprovação da PEC. O senador adiantou à reportagem que estaria em contato com os governadores tucanos, e que Aécio Neves (MG) já teria manifestado apoio à decisão do partido de votar contra a PEC, caso uma proposta razoável não seja apresentada pelo Planalto nos próximos dias. “Todos os senadores apoiarão o que a bancada decidir. Eles são a bancada.”
Participaram da reunião, entre outros (que saíram antes do término), os senadores tucanos Arthur Virgílio (AM), Eduardo Azeredo (MG), Marisa Serrano (MS), Papaléo Paes (AP), Sérgio Guerra (PE), além dos deputados Antonio Carlos Pannunzio (SP) e Paulo Abi-Ackel (MG).
Proposta vergonhosa
Antes de entrar no plenário, onde discursou há pouco, o senador Álvaro Dias (PSDB-PR) ratificou ao Congresso em Foco o que foi decidido na reunião dos tucanos. “A bancada decidiu e comunicou aos governadores que respeitaram a decisão da bancada. A proposta do governo foi absolutamente insuficiente. A meu ver – e falo por mim, e não pelo partido – a proposta do governo foi vergonhosa”, bradou.
Para Alvaro Dias, um dos mais contumazes opositores da prorrogação da cobrança do imposto do cheque, o governo estaria sendo oportunista ao recorrer a favores junto a governadores para conseguir seus objetivos. “[A proposta] foi até uma tentativa de fazer cortesia com o chapéu alheio, desonerando em cima de estados e municípios. Por isso, não poderia ter sido outra a reação dos governadores, que compreenderam que, nesse momento, nossa responsabilidade é obrigar o governo reduzir gastos e discutir a reforma tributária.”
“Se nós oferecêssemos os benefícios da CPMF até 2011, com toda a certeza o governo não discutiria a reforma tributária e não reduziria gastos. Continuaria sendo o governo perdulário que é, gastando excessivamente e de forma desnecessária”, concluiu o senador.
Bancada de santos
Um acontecimento curioso tirou o ar de formalidade da reunião. Amontoados no gabinete de Tasso Jereissati, jornalistas e fotógrafos se acotovelavam em busca do melhor ângulo, do melhor lugar para a entrevista coletiva. De repente, um deles esbarrou numa bancada de madeira ornada com santos de barro – entre eles o do Padre Cícero, padroeiro do Ceará (estado natal de Jereissati), e Santo Antônio, o “santo casamenteiro”.
Um dos santos caiu – justamente o casamenteiro – e se partiu em dois na altura da cintura. Foi quando uma repórter gritou, com ar de desalento: “Nem os santos estão satisfeitos com este partido”. Para quem esperava conciliação entre governo e PSDB acerca da CPMF, não foi um bom “presságio” o santo ter quebrado, como apontou outro jornalista presente à coletiva. (Fábio Góis)
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