Mais um deputado federal desistiu de concorrer nas eleições deste ano. O parlamentar da vez foi Jorge Pinheiro (PL-DF), pastor da Igreja Universal do Reino de Deus, que optou por não disputar à reeleição por causa do suposto envolvimento na máfia das ambulâncias. Investigado pela CPI e pressionado pelo líder da Igreja, o bispo Edir Macedo, o pastor anunciou ontem a decisão.
Pastor Jorge, como é mais conhecido, não pretende renunciar ao atual mandato nem se afastar da presidência do partido no Distrito Federal. "Posso me candidatar futuramente ou mesmo vir a ocupar um cargo no governo", disse.
Informações conseguidas pelo jornal Correio Braziliense afirmam que o bispo Edir Macedo ordenou a todos os políticos da Igreja sob investigação que desistam das candidaturas em favor de outros nomes "limpos".
O envolvimento do pastor com o esquema dos sanguessugas foi revelado em um dos depoimentos do empresário Luiz Antônio Trevisan Vedoin, sócio da Planam. Vedoin afirmou à Justiça Federal que negociou pagamento de propinas com o deputado, no valor de 10% das emendas que ele apresentasse ao Orçamento da União. Pinheiro então propôs a aquisição de R$ 750 mil em ambulâncias para municípios do DF. O empresário disse que pagou pessoalmente R$ 10 mil em espécie, outros R$ 10 mil por intermédio de um sócio e R$ 5 mil depositados na conta de um assessor. O pastor negou tudo e comentou que vai provar a inocência e processar o acusador por calúnia, injúria e difamação.