Contrariado com o lançamento da candidatura do deputado Eduardo Paes (PSDB) ao governo do Rio de Janeiro, o prefeito da capital fluminense, Maia constrangeu o tucano ao pregar a possibilidade de o PFL ficar fora da chapa para ampliar a bancada, embora mantendo apoio informal à candidatura.
Com ironia, Maia sugeriu que talvez "melhor seja que o PFL não tenha candidato a vice". E tenha "maior flexibilidade, para montar alianças e oferecer a Vossa Excelência (Alckmin) uma bancada com mais dez ou 12 deputados".
Mesmo cotado para a vice, o líder do PFL no Senado, José Agripino (RN), admitiu ontem que crescerá a pressão para que o partido fique solto nos Estados. "O apoio a Alckmin é indiscutível. Mas a aliança formal passa pela superação das dificuldades regionais. O PMDB, tendo candidato próprio, é um complicador. Cresce dentro do partido a pressão para que não haja a aliança." Agripino ressaltou, no entanto, que "não há nenhuma hipótese de o PFL não apoiar o candidato do PSDB a presidente".
Com a manutenção da regra da verticalização, se o partido se aliar aos tucanos, ficará impedido de fazer alianças com outros partidos que também tenham candidatos a presidente. PFL e PSDB enfrentam dificuldades para se acertar em pelo menos dez estados, como Maranhão, Alagoas e Bahia. Caso o PMDB também tenha candidato a presidente, fica ainda mais difícil para os pefelistas, que pretendem se coligar aos peemedebistas no Maranhão.
Alckmin insiste em vice pefelista
Diante das declarações de César Maia e José Agripino Maia, Geraldo Alckmin reafirmou, no entanto, que continua apostando que o vice de sua chapa será um nome do PFL, mesmo com sua disposição de ampliar a aliança de partidos em torno de sua candidatura.
Em resposta aos líderes pefelistas, Alckmin reiterou o interesse em um vice do partido, argumentando que a declaração de Maia e de José Agripino mostra que o PFL não quer "criar obstáculos para a chamada tríplice aliança", que incluiria o PMDB.
"Podemos trabalhar para ampliar a aliança, mantendo o PFL como vice", afirmou Alckmin, logo ao chegar para a solenidade de lançamento da candidatura do deputado Eduardo Paes (PSDB) ao governo do Rio de Janeiro.
Tasso: "Negociações com PFL estão normais"
Já o presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), manifestou surpresa diante das declarações de César Maia e José Agripino de que o PFL pode não indicar o vice de Geraldo Alckmin. "Nunca falaram nada comigo", disse Tasso, referindo-se ao discurso de Maia. "As negociações com o PFL estão perfeitamente normais".
Ele afirmou que as negociações das alianças entre os dois partidos em alguns estados "não são tão difíceis". Segundo ele, "a questão maior hoje é a da Bahia, que está se resolvendo de maneira amigável, aos poucos. Estamos conversando e acho que vai dar para resolver".