A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, participa amanhã, no Senado, de uma audiência pública com credores e representantes dos funcionários do Grupo Varig para debater a crise da empresa e propor possíveis saídas para livrá-la da falência. Também participa da audiência o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Demian Fiocca e o presidente da BR Distribuidora, Rodolfo Landim.
O BNDES pode liberar crédito para empresas interessadas em adquirir a Varig, enquanto a empresa tenta obter, junto à BR Distribuidora, a venda a prazo de combustível para abastecer seus aviões.
O governo hesita em investir dinheiro público para tentar evitar a quebra da Varig. Há cerca de duas semanas, durante solenidade no Itamaraty, o presidente Lula enfatizou que "não é papel do governo salvar empresa privada da falência". O presidente disse estar preocupado e ter o desejo de ajudar, mas ressalvou que "não acho que temos que pôr mais dinheiro público na empresa".
De outro lado, a Varig argumenta ter um crédito com o governo federal de mais de R$ 4 bilhões. A dívida seria resultante de perdas com o congelamento de tarifas.
Na semana passada, os senadores da Comissão de Serviços de Infra-Estrutura (CI) ressaltaram ser impossível o governo investir qualquer quantia na empresa se ela não cortar na "própria carne". Segundo o senador Ney Suassuna (PMDB-PB), apenas 58 aviões da empresa estão em operação, enquanto 1.300 pilotos permanecem contratados, alguns deles, com salários de R$ 50 mil.
O debate sobre a situação da Varig será feito em audiência conjunta das comissões de Serviços de Infra-Estrutura (CI), Assuntos Econômicos (CAE), Assuntos Sociais (CAS) e Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR). A reunião será na sala 13 da ala Alexandre Costa, a partir das 10h.