O deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR) defendeu hoje a prorrogação da CPI dos Correios. Serraglio, que é relator da CPI, disse que a comissão, cujos trabalhos devem ser concluídos até o dia 15 de abril, deve investigar o seu próprio partido, acusado recentemente de envolvimento com o mensalão. Na edição deste fim de semana, a revista Veja publicou reportagem em que afirma que 55 dos 81 deputados do PMDB teriam recebido mensalão.
"Acho que esses fatos novos precisam ser investigados e não há porque fugirmos disso. Única alternativa possível é prorrogando", afirmou o deputado. Se forem prorrogados os trabalhos, Serraglio não quer mais ser o relator.
"Se eu falar que não quero prorrogação vão falar que eu estou protegendo. Eu não quero proteger ninguém, nunca protegi ninguém. Sou a favor de procedimentos de investigação. Ou prorrogação ou criação de CPI nova", ressaltou o deputado, dizendo-se desconfortável com a possibilidade de investigar colegas de bancada."Se eu investigar e não chegar ao limite vão dizer que estou protegendo A, B ou C", reiterou Serraglio.
Serraglio disse ainda que um requerimento de prorrogação deveria conter o que a CPI deverá investigar no período determinado, citando, por exemplo, Furnas, Itaipu e PMDB. "Não temos competência clara para isso", observou. De acordo com denúncias publicadas pela imprensa neste fim de semana, o diretor-geral da empresa no Brasil, Jorge Samek, teria cobrado propina de US$ 6 milhões para perdoar uma dívida de US$ 200 milhões da empresa Voith Siemens. Em nota, a binacional negou as afirmações.
Para se prorrogar uma CPI, são necessárias as assinaturas de 171 deputados e 27 senadores.