O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo (PT), disse hoje que deseja ser convidado pela CPI dos Bingos para depor. Ele quer rebater as declarações da ex-assessora financeira da campanha petista de Londrina (PR) em 2004, Soraya Garcia. Ontem, na comissão, ela acusou o ministro de ajudar na montagem de um caixa dois do partido na cidade. Soraya disse ainda que o ex-ministro chefe da Casa Civil, José Dirceu (PT-SP), levou R$ 30 mil para Londrina um mês antes das eleições.
Bernardo negou todas as acusações e avisou que vai processar a ex-assessora. Acrescentou, também, que a convocação dela na CPI foi uma jogada da oposição. Desde o fim desta quarta-feira, o ministro tem trocado acusações com o também paranaense
Luiz Carlos Hauly (PSDB), a quem acusa de ter articulado a convocação de Soraya na comissão.
Segundo Bernardo, o tucano teria lhe pedido R$ 500 mil em troca de apoio à reeleição do prefeito de Londrina (PR), em outubro de 2004. O dinheiro seria usado para quitar dívidas de campanha. Hauly, segundo o ministro, ofereceu outra proposta: Janene quitaria as dívidas caso o petista ficasse neutro na disputa eleitoral.
O tucano negou as acusações e em resposta às alfinetadas, desafiou Bernardo a abrir seus sigilos bancário, fiscal e telefônico na CPI. Afirmou ainda que está disposto a abrir seus dados. "Eu também, para ver se algum dia tive alguma coisa com algum tipo de quadrilha como essa", afirmou. Além de Bernardo, Hauly sugeriu também que a mulher do ministro, Gleisi Hoffman, e o prefeito de Londrina, Nedson Micheleti (PT), façam o mesmo.
O tucano disse ainda que há um caixa dois em Londrina montado com recursos de empresas de coleta de lixo e pelas companhias de transporte urbano. O deputado José Janene (PP-PR) seria o responsável por operar o esquema nas empresas de lixo. Já no caso das empresas de ônibus, o comando seria do PT.