O Ministério da Defesa anunciou ontem que a Força Aérea Brasileira (FAB) enviará um Boeing 707 (com capacidade para 160 passageiros) para resgatar mais brasileiros que estão no Líbano. Desde o dia 12 de julho, o país é alvo de uma ofensiva israelita que já matou sete brasileiros.
No Líbano e em regiões próximas, 700 brasileiros aguardam pela operação de retirada. Quinhentos deles entraram em contato com o consulado de Beirute, outros 100 com a embaixada de Amã, na Jordânia, e 100 com a embaixada de Damasco, na Síria.
Enquanto isso, no Brasil, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse que o Itamaraty vai chamar hoje a embaixadora israelense em Brasília, Tzipora Rimon. A intenção do encontro é pedir garantias de que os brasileiros não serão atacados durante o trajeto para sair do Líbano. "Se tivermos um comboio brasileiro se deslocando numa estrada queremos ter certeza de que não vai haver bombardeio", afirmou o ministro.
Premiê libanês diz que seu país foi despedaçado
O primeiro-ministro libanês, Fouad Siniora, pediu um cessar-fogo imediato entre Israel e os militantes do Hezbollah, afirmando que seu país foi "despedaçado". O premiê disse que mais de 300 pessoas foram mortas e outras 500 mil tiveram que deixar suas casas em uma semana de ataques israelenses.
"O país foi despedaçado. O valor da vida humana no Líbano é menor do que o de cidadãos de outros países? A comunidade internacional pode ficar apenas olhando enquanto o Estado de Israel nos inflige um castigo tão duro?"
O discurso emocionado de Siniora foi transmitido pela televisão do país na quarta-feira. "Peço a vocês todos (a comunidade internacional) que reajam imediatamente... e forneçam assistência humanitária internacional urgente ao nosso país", disse.
Siniora afirmou que vai pedir compensação a Israel pela "destruição cruel" causada ao Líbano.Em uma entrevista publicada na quarta-feira pelo jornal britânico Financial Times, o ministro da Economia do Líbano, Jihad Azour, afirmou que os prejuízos sofridos pelo país com os ataques podem chegar a US$ 2 bilhões (cerca de R$ 4,4 bilhões).
Segundo ele, os ataques já danificaram estradas, pontes, telecomunicações, eletricidade, portos, aeroportos e até instalações da indústria privada, como uma fábrica de leite e depósitos de alimentos.
Os israelenses afirmam que estão lutando para por fim ao controle do Hezbollah sobre "as vidas dos cidadãos comuns nos dois lados da fronteira". O grupo virtualmente controla - ou controlava, antes do início do conflito - a fronteira libanesa com Israel.
O primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, disse que a campanha contra os militantes vai continuar "pelo tempo necessário" para libertar soldados israelenses capturados e assegurar que o Hezbollah não seja mais uma ameaça.