Pesquisa divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revela que as ações de transferência de renda do governo só satisfazem as necessidades alimentares básicas de 34% das famílias que têm ao menos um beneficiário de programas sociais, como o Bolsa-Família. Apesar disso, o projeto será o carro-chefe da campanha do PT em outubro.
O levantamento, feito com base na Pesquisa Nacional de Domicílios (PNAD) de 2004, mostra que 66% das famílias que recebem benefícios desses programas estão em situação de insegurança alimentar. Ou seja, não têm garantia de acesso a alimentos de qualidade, com regularidade e em quantidade suficiente.
A informação faz parte de um estudo inédito sobre as condições de segurança alimentar no país. A pesquisa, baseada nos dados da Pesquisa Nacional de Domicílios (PNAD) de 2004, apontou que 66% das residências em que havia pelo menos um beneficiário de programas sociais estavam em insegurança alimentar.
O IBGE constatou que em 14,9% dos domicílios, a insegurança foi considerada grave, ou seja, havia fome. A pesquisa também apontou que entre os domicílios em situação grave de insegurança, havia 2 milhões que não recebiam benefícios.
Segundo a pesquisa, 14 milhões de pessoas convivem com a fome no país e mais de 72 milhões de brasileiros estão em situação de insegurança alimentar. Segundo a coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Márcia Quintslr, no período de realização do levantamento, os programas de transferência de renda do governo estavam com o foco adequado, pois beneficiavam a população mais exposta à insegurança alimentar.
De acordo com a técnica, os números demonstraram que, naquele momento, havia demanda para ampliação dos programas que se propõem a atender às famílias mais carentes e combater a fome.