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Versões diferentes sobre o mensalão do PMDB

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11/3/2006 | Atualizado 12/3/2006 às 3:22

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A edição desta semana da revista Veja traz uma entrevista com o empresário Antônio Celso Garcia, 52 anos, que foi cliente, amigo e sócio informal do advogado Roberto Bertholdo entre 2002 e 2005. Na matéria, Tony Garcia, como é conhecido, confirma que Bertholdo seria o pagador do mensalão do PMDB, conforme a revista denunciou na última semana.

Garcia revela que Bertholdo se reunia quase todas as semanas em São Paulo, às segundas-feiras, com uma trinca de ex-dirigentes nacionais do PT: Delúbio Soares (tesoureiro), Marcelo Sereno (secretário de comunicação) e Silvio Pereira (secretário-geral). Desses encontros, ele sairia com uma mala de dinheiro vivo, embarcava em jatos particulares ou alugados e rumava para Brasília.

Segundo Garcia, o dinheiro era distribuído a "mais de 50 deputados do PMDB", numa sala ao lado da liderança do partido na Câmara, quase sempre à noite, ou numa casa alugada no Lago Sul.

Bertholdo foi apontado, na semana passada, pela Veja, como o operador do mensalão do PMDB. Segundo a reportagem, 55 dos 81 deputados peemedebistas recebiam mensalão, cujo valor variava de R$ 15 mil a R$ 200 mil. Bertholdo, que foi assessor do deputado federal José Borba - ex-líder do PMDB na Câmara, que renunciou ao mandato para evitar a cassação - seria o "homem da mala" do partido.

A revista também reitera a denúncia contra a atual diretoria da empresa Itaipu Binacional, que é acusada de cobrar propinas que poderiam ter financiado repasses irregulares a políticos. A estatal já desmentiu categoricamente a acusação e informou que entrará com processo judicial contra a Veja.

A versão de Bertholdo

Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, Bertholdo, também ex-conselheiro de Itaipu, nega o envolvimento dos atuais gestores da empresa em qualquer tipo de irregularidades e se diz vítima de uma armação feita pelo doleiro Alberto Youssef e pelo deputado federal José Janene (PP-PR), ex-líder do partido na Câmara. Ele conta que os dois usavam a corretora Bônus-Banval para repassar recursos a parlamentares.

Bertholdo afirma que Youssef, valendo-se da "indústria da delação premiada", entregou doleiros no Brasil inteiro e se apropriou de seus clientes. "Ele opera com um grupo em que agem a Nelma [Penasso], de Santo André, e o [Lúcio] Funaro, ex-sócio da corretora Guaranhuns. Esse grupo controla 80% do câmbio no país. No esquema federal, a sociedade do Youssef e do Janene na Bônus possibilitava transformar em dinheiro vivo o esquema de corrupção", afirmou.

O advogado afirmou ao jornal que o segundo braço do esquema seria o Banco Rural, investigado pela CPI dos Correios por repasses feitos a parlamentares de recursos vindos das agências do empresário mineiro Marcos Valério de Souza.

Bertholdo está preso em Curitiba (PR), por determinação da 2ª Vara Federal Criminal. É acusado de lavagem de dinheiro, interceptação clandestina de telefones, venda de sentenças judiciais e tráfico de influência.

Conforme o advogado, Janene e Youssef seriam os verdadeiros donos da corretora Bônus-Banval, "de onde mais de 80% dos recursos adquiridos via corrupção eram transformados em dinheiro vivo". A Bônus-Banval é apontada por Valério como canal para repasse de dinheiro do PT para o PP.

Bertholdo, que já foi advogado tributarista de Janene, relata que o parlamentar falava a ele do dinheiro obtido ilegalmente em órgãos federais sobre os quais tinha influência.

"E ele tentava ter ainda mais influência. Quando o Eunício Oliveira (deputado pelo PMDB-CE) assumiu o Ministério das Comunicações (em janeiro de 2004), o Janene e o Youssef me apareceram com o currículo do diretor da Bônus-Banval, Breno Fischberg, e de outro corretor da Bônus, para que o PMDB indicasse um deles à presidência do Postalis (o fundo de pensão dos Correios). Eles queriam armar um amplo esquema no governo", afirmou Bertholdo.

O advogado diz ter visto mais de uma vez Youssef levando sacolas com dinheiro ao apartamento funcional de Janene, em Brasília. "Quem ele pagava e os nomes que ele (Janene) me passou, eu só falo ao procurador-geral da República. Mas ele e Youssef operavam muito dinheiro".

Em agosto de 2005, em uma reunião de lideranças na casa de Janene, Bertholdo afirma que viu o ex-líder do PT ameaçar envolver o presidente Lula no esquema do mensalão. "Exaltado, porque se sentia acuado com a possibilidade de cassação, o Janene subiu no sofá e, aos gritos, disse que iria envolver o presidente Lula."

Segundo o advogado, o líder do governo, Arlindo Chinaglia (PT-SP), que estava presente, argumentou que o presidente não sabia de nenhum esquema, mas Janene teria retrucado: "Não importa se ele sabe ou não, vou envolvê-lo".

Janene, que responde a processo no Conselho de Ética da Câmara por quebra do decoro parlamentar, tem deixado de comparecer a audiências por se encontrar em tramento de saúde.
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